Como fazer um loiro explosivo se declarar

Capítulo 36

Depois de um dos momentos mais perfeitos do dia, eu e meu loiro descemos fomos esperar o tempo da tinta na sala. Foi quase impossível conseguir espaço no sofá pela infinita quantidade de sacolas que meus país trouxeram, mas conseguimos liberar um cantinho para sentar.

- Nós nos esquecemos de comprar aquele chaveirinho fofo que vimos em uma das lojinhas... - Minha mãe falou enquanto revirava uma sacola.

Assim que ela disse isso, eu voltei o olhar para as sacolas. Com toda a certeza do mundo eu posso dizer tinham mais de 30 sacolas espalhadas pela sala.

- Vocês compraram o Japão inteiro e faltou um chaveiro? - Perguntei só pra confirmar que aquilo não era uma piada.

- Tu tinha que ter visto, aquele chaveiro era hiper fofo. - Ela falou, praticamente confirmando minha teoria de que aquilo era verdade.

- Onde vocês vão guardar esse tanto de coisa? Vocês nem vivem definitivamente em uma casa. - Perguntei.

- Nós não vivemos em uma casa, mas temos uma. Vamos guardar tudo aqui. - Meu pai complementou enquanto vinha em minha direção com uma roupinha de cachorro em mãos.

Quando eles se referem a guardar aqui, é porque possivelmente vão guardar no quarto-depósito* da casa (o que inclusive já tá quase lotado).

{Autora: Esse "quarto-depósito" aparece no capítulo 24 pra quem esqueceu ou não pegou a referência.}

- Nós não temos um cachorro. - Falei pro meu pai.

- Ah... Verdade... - Meu pai falou ficando pensativo por um tempo. - Mas é muito fofo, não é?

- É... - Falei soltando um leve suspiro.

Meu pai sorriu e voltou pro meio da montanha de sacolas, então meu loiro tocou em meu ombro.

- Tá tudo bem? - Ele perguntou enquanto me olhava.

- Tirando o fato de que eu não sei onde eles vão guardar isso tudo, tá tudo bem. - Falei e ele riu.

- Seus pais são como crianças, é só dar um jeito e não fica tão complicado de lidar. - Falou com um sorriso, voltando o olhar aos meus país.

Eu ainda não tinha parado para pensar, mas até agora meu loiro não reclamou uma sequer vez em relação aos meus pais. Logo ele o segundo ser mais raivoso que eu vi (só perde pra mãe dele).

- Meu loiro, meus pais não te incomodam? - Perguntei.

- Atualmente não. A única coisa que me incomodava era a ausência que eles faziam na tua vida. - Respondeu voltando a me olhar.

- Eles não são irritantes para ti? - Perguntei o vendo negar com a cabeça.

- Algo neles é bom... Talvez acolhedor. - Respondeu me fazendo pensar um pouco mais.

A família do meu loiro não é tão dócil, na verdade não é nada dócil em 90%. Acho que de todos, as pessoas mais dóceis são a senhora Asami e o Masaru-sama, de resto são todos bem hostis. Acho que ele se sente bem com meus pais por isso.

- O tempo da tua tinta já está quase no fim... - Meu loiro falou enquanto olhava o celular. - Vamos subir, eu vou te ajudar a lavar o cabelo. - Falou levantando, pegando em minha mão e me puxando em direção as escadas.

- Nós poderíamos tomar banho juntos... - Sugeri vendo o rosto dele ficar rosado.

- M-Melhor não. - Respondeu me fazendo rir pela reação dele.

Ele me arrastou pelas escadas e me guiou até o banheiro. Lá ele arrumou tudo pra lavar meu cabelo na banheira, isso me decepcionou um pouco já que eu queria poder tomar banho com ele. Mesmo sem ser exatamente o que eu quero, estou feliz por ele estar cuidando de mim.

- Ei, Ejirou.- Meu loiro me chamou enquanto cutucava meu rosto.

Ouvir ele me chamando pelo nome é uma das melhores coisas da 'nova atualização' dele, afinal, antes o mais carinhoso que ele podia ser era quando ele me chamava de "cabelo de merda" e "cabelo de menstruação".

- Senta logo ali. - Ele falou me tirando dos pensamentos.

- To indo... - Falei me sentando em um banquinho que ele havia preparado perto da banheira.

Nisso ele cuidadosamente ligou uma espécie de duchinha com a água levemente quente e começou a tirar a tinta do meu cabelo. Depois disso ele ficou um tempo comparando duas embalagens de shampoo, mesmo fazendo algo simplesmente comum, ele estava lindo.

- Acho que esse é melhor... - Ele comentou pegando um dos potes em mão, em seguida voltando seu olhar em minha direção. - É impressão minha ou tu tá me encarando a um bom tempo?

- Acho que encarar não seria o termo certo... Talvez admirar seja. - Comentei o vendo corar fraco.

- Tá, e o que tu tá admirando? - Perguntou colocando o pote na lateral da banheira.

- To admirando a tua perfeição que aumenta a cada dia, ué. - Falei sorrindo e ele jogou um respingos de água em mim.

Como ele jogou respingos em mim, eu retribuí e fiz o mesmo, só que jogando com a duchinha um pouco mais do que ele havia jogado em mim.

- Ei, a água tá fria. - Ele falou fazendo um leve bico enquanto falava.

Como estamos no meio inverno, fez sentido que ele tenha falado da temperatura e também foi a deixa perfeita para algo que a tempos eu quero fazer.

- Já que está frio... - Falei me levantando e o puxando pela cintura mais para perto. - Nós poderíamos aquecer, certo?

- O que tu tá querendo dizer com aquecer? - Meu loiro perguntou começando a ficar com o rosto avermelhado.

- Quero dizer que... - Me aproximei de sua orelha. - Nós poderíamos "brincar" na banheira. - Sussurrei.

- Nós... Nós não podemos... Teus pais podem subir e- Tentou começar a argumentar enquanto ficava com o rosto ainda mais vermelho.

- Eles não vão nos pegar. - Falei interrompendo ele, em seguida beijando seu pescoço.

- Ejirou... Ainda assim, eles podem nos ouvir... - Falou me empurrando com pouca força.

- Não ouvirão, confia em mim. - Falei o olhando nos olhos.

- Ruivo pervertido... - Falou desviando o olhar e ficando com o rosto um pouco mais avermelhado.

- Sou sim um ruivo pervertido, mas o que me diferencia de qualquer outro ruivo, é que eu sou o teu ruivo. - Falei sorridente.

- Meu ruivo... - Ele repetiu aos poucos voltando seu lindo olhar ao meu rosto.

- Completamente teu. - Falei aproximando nossos rostos, iniciando um lento e quente beijo.

Ouvir ele falando "meu ruivo" foi a melhor coisa que poderia acontecer. Dessa forma, é inevitável que eu me apaixone cada vez mais por ele.

Continua...