Capítulo 49

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Percebi que tinha dormido somente quando senti as carinhosas explosões do meu loiro no meu rosto me acordando. Não parecia tão tarde, então acho que ele me acordou só pra caso da Mitsuki aparecer do nada, nos ver dormindo perto um do outro e jogar uma geladeira em cima da gente. O olhar de Katsuki não era de quem recém acordou, no minimo ele já estava acordado a uma meia hora. Iluminado pelos reflexos de sol que entravam pela janela, ele realmente parecia ter saído de uma pintura renascentista.

- Bom dia. - Falei esfregando os olhos.

- Hm. - Ele falou.

Essa é a forma dele de falar "bom dia" quando não está num humor 100% bem ou quando está cansado por algum motivo.

- Eu dormi demais? - Perguntei.

- Não muito, fui eu quem acordou cedo. - Ele respondeu com o olhar levemente distante.

- Por que acordou cedo? - Perguntei me acomodando melhor para o olhar.

- Não sei, eu sempre acordo mais cedo quando durmo aqui. - Falou se acomodando um pouco melhor.

- Sempre? - Perguntei mais ou menos começando a entender.

- É... - Ele respondeu.

- Deve ser por isso que tu dormiu bastante quando foi pra minha casa. - Falei sorridente.

Eu acho que ele dorme pouco aqui por uma especie de estresse misto a ansiedade. Talvez o convivio dele com a Mitsuki (que não é dos melhores) faça mal a ele de certa forma.

- Lá em casa tu consegue dormir sem problemas, certo? - Perguntei só pra confirmar.

- Sim. Mas por que tá fazendo tanta pergunta? Virou alguma especie de investigador ou detetive? - Ele perguntou me fazendo rir.

- Na verdade eu estou tentando entender o motivo do teu sono ser diferente aqui e lá. Pode ser que alguma coisa te deixe desconfortável e atrapalhe teu sono. - Falei um pouco pensativo.

- Desconfortável..? - Ele questionou naquele calmo tom de voz que sempre me encanta.

- É, tipo, receio de alguma coisa ou uma relação um pouco tóxica com alguma coisa daqui. - Falei tentando não me bagunçar nas palavras, pra tentar o ajudar da melhor forma possível.

- Acho que nunca pensei sobre... Mas acho que talvez possa ser- Meu loiro começou a falar, sendo interrompido por leves batidas na porta.

Pela forma como eram batidas delicadas, claramente era o Masaru-sama.

- Posso entrar? - Perguntou do outro lado da porta, confirmando ser ele.

- Pode. - Meu loiro falou sem mudar sua postura, de certa forma demonstrando não ter desconforto com o Masaru.

- Vocês podem ficar tranquilos pelas próximas horas, Mitsuki foi fazer compras e não volta tão cedo. - Masaru falou enquanto entrava com uma bandeja no quarto.

No instante em que meu eterno sogro falou isso, meu loiro pareceu ficar menos tenso, me fazendo entender que seu real problema era a Mistuki.

- Espero que gostem, preparei isso com carinho pra vocês. - Masaru falou colocando a bandeja sobre a cama, se sentando na outra ponta da cama.

- Obrigado. - Meu loiro falou com um fraco sorriso no rosto, pegando uma das canecas que estava sobre a bandeja.

- De nada, meu filho. - Masaru falou de maneira gentil, voltando o olhar a mim. - Pegue também, Ejirou-kun.

- Como seu tom era gentil demais, apenas peguei a caneca bebendo um pouco do chá com leite que fumaceava (e por sinal estava maravilhoso).

- E pensar que a poucos anos atrás você estava fazendo suas primeira explosões e agora está ai, um rapaz crescido que já até namora... Acho que eu sou o pai mais orgulhoso do mundo.. - Masaru falou sendo doce como sempre.

- Não tem nada demais nisso... - Meu loiro falou praticamente se escondendo atrás da caneca.

- Pequenas coisas são as que mais nos orgulham, Katsuki. - Masaru falou com um suave sorriso no rosto. - Como você é quase um espelho de sua mãe, me preocupei que pudesse ter problema para se relacionar com outras pessoas, acho que minha preocupação foi em vão.

- Por que eu iria ter problemas? - Meu loiro perguntou.

- Bem, sua mãe quase me matou no início, foi uma longa batalha a ensinar a demonstrar amor sem agredir. - Masaru falou com um ar nostálgico.

- Eu não sou ela. - Meu Katsuki falou.

Nisso um silêncio se formou por um tempo. Uma boa forma de entender que eu fui bem recebido é o fato de ninguém se importar em eu estar ali no meio da conversa (por mais que eu esteja em silêncio e nem esteja participando de fato).

- Desculpa se isso te chateou, eu sei que você é diferente da sua mãe em muitos quesitos, mas ainda assim são muito iguais. - Masaru falou me fazendo concordar parcialmente com ele.

- Hm. - Meu loiro "falou".

No Bakugês dele isso significa: "Não estou gostando desse assunto, vamos mudar por favor.". Pra quebrar um pouco do leve desconforto que Katsuki estava, levei minha mão ao seu cabelo e fiz um leve carinho.

- Enfim, estou contente por você meu filho. Agora vou deixa-los mais a vontade, depois eu busco a bandeja. - Masaru falou de forma gentil, se curvou levemente e saiu do quarto em calmos passos.

Assim que a porta fechou, voltei totalmente minha atenção a ele. Ele não parecia tenso e nem irritado, só parecia desconfortável com algo.

- Acha que meu pai tem razão? - Ele perguntou me olhando nos olhos.

- Bem... Concordo e discordo. - Respondi sendo sincero. - Por exemplo, em aparência vocês são identicos e em alguns traços da personalidade também... Mas também é possível ver que tu tem muitas diferenças comparado a ela.

- Muitas diferenças? Quais? - Questionou me fazendo pensar por um tempo.

- Hmmmm... Tu nunca tentou me matar de fato como ela tentou matar seu pai, tu pensa de forma mais dócil, sabe demonstrar sentimentos da tua forma... - Citei alguns exemplos aleatórios.

Ele ficou uns segundos em silêncio me olhando e em seguida sorriu, me deixando em dúvida sobre.

- Idiota. - Ele falou e riu, me dando um beijo em seguida.

Confesso que fiquei confuso, mas como eu amo seus beijos, não neguei a oportunidade.

Continua...

Como fazer um loiro explosivo se declararWhere stories live. Discover now