Como fazer um loiro explosivo se declarar

Capítulo 47

Após o jantar, Masaru-sama trouxe a sobremesa, um bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro. Parecia uma receita de confeitaria pela aparência impecável. Pelo que deu a entender, o pai do meu loiro é excelente na cozinha e a especialidade dele são os doces.

A essa altura da noite minha mãe estava semi-bêbada, então tudo que viria agora seria inesperado.

- Parece que leram nossas mentes, amamos doces. - Meu pai falou.

- Fico contente de termos agradado. - Masaru falou enquanto novamente tomava chá (não sei de onde ele tira espaço pra tanto).

- Brigadeiro me lembra sempre dos tempos de juventude... Naquela época eu amava o brisadeiro que meus amigos ofereciam. - Minha mãe falou com o rosto sorridente.

- Brisadeiro? - Mitsuki questionou em duvida erguendo a sobrancelha.

{Autora: Escrevendo isso eu tive crise de riso por imaginar a senhora Mistuki igual a Mc Mirella.}

- Exato, é quando a gente pega e faz a receita do brigadeiro com mac- Minha mãe começou a falar, mas foi interrompida pelo meu pai, que cobriu sua boca com a mão.

- Perdão, minha esposa bebeu demais e está falando demais. - Meu pai falou sorridente, lentamente tirando a mão da boca de minha mãe.

- Eu não estava falando nada demais... - Minha mãe falou fazendo bico.

- Sirvam-se. - Masaru-sogrão falou apontando para o bolo.

Primeiro meus pais se serviram, depois eu e meu loiro nos servimos e por último os pais dele se serviram. Como sei que minha mãe é naturalmente escandalosa, esperei o tempo mínimo de surto por sabor dela, que não demorou a aparecer.

- Kya! Está tão saboroso... - Minha mãe falou animada em um alto tom de voz. - Masa-kun, você realmente é muito talentoso.

- Obrigado. - Masaru-sama falou com um calmo sorriso no rosto.

- Como se apaixonaram? - Minha mãe perguntou curiosa, olhando pra mãe do meu loiro.

- Não quero responder. - Mitsuki falou desviando o olhar.

- Ela me atacou uma vez e pouco depois disso nós nos apaixonamos. - Masaru falou sorridente.

- Um dia eu ainda te mato. - A mãe do meu loiro falou só faltando rosnar.

- Que lindos! Dessa forma até me lembram como eu e meu Amado Hiroki nos apaixonamos... - Minha mãe falou animada, voltando o olhar ao meu pai.

- Aika estava correndo com sua bandeja após o almoço por estar atrasada quando acidentalmente deixou a faca que estava em seu prato cair de ponta no meu pé. - Meu pai contou com um olhar apaixonado.

Sim, essa é forma como meus pais se apaixonaram, minha mãe praticamente esfaqueou o pé do meu pai sem querer e ele se apaixonou por ela e sua personalidade desastrada.

- É tão bom amar alguem... - Minha mãe falou dando sinais de que a bebida estava fazendo efeito.

- Vocês são esquisitos. - Mitsuki falou.

Como um silencio se formou, voltei minha atenção ao meu loiro. Ele estava quietinho na dele, mas não parecia incomodado, irritado ou triste, então acho que isso já é um bom sinal.

- Sabe, se não fossemos casadas e se eu não amasse meu marido, eu super te pediria em namoro, Tsuki-chan. - Minha mãe falou assim que terminou de comer sua fatia de bolo.

- Aika querida. - Meu pai falou enquanto fazia carinho no cabelo de minha mãe.

- Eu não vou te abandonar, meu amor. É só uma hipótese. - Minha mãe falou enquanto abraçava meu pai.

Conhecendo minha mãe como eu conheço, ela estava a dois passos de cair no sono. Isso é uma das coisas que eu mais acho divertido nela.

- Peço perdão, ela estava empolgada pra vir aqui, no final das contas nem percebeu o quanto bebeu. - Meu pai falou curvando sua cabeça de leve em pedido de desculpa.

- Tudo bem, acho que dá pra entender. - Mitsuki falou voltando ao seu tom de voz mais calmo.

- Compreendemos que ela estivesse empolgada ou até mesmo nervosa, eu e Mitsuki estávamos sentindo o mesmo. - Masaru falou sorridente, desviando de um pano de prato de que voou em sua direção.

- De hoje tu não passa, Masaru. - Mitsuki falou após arremeçar o pano de prato, parecendo irritada.

Pelo que eu entendo de Bakugês a parte loira dessa familia não aceita muito bem ter segredos e sentimentos publicamente. É fofo, mas na prática suas reações podem ser preocupantes (ou ter resultado em óbito).

- Pode me matar depois, antes devemos ser bons anfitriões para nossos convidados. - Masaru-sama falou com sua calma plenitude.

- Sobre isso... - Mitsuki falou e soltou um suspiro. - Vocês são pessoas boas, são bem vindos aqui a hora que quiserem, desde que avisem previamente, é claro. - Mitsuki falou praticamente aprovando minha família.

Pra mim a aprovação não faz muita diferença, mas pro meu loiro faz, então fiquei internamente explodindo de felicidade.

- Bem, o chá, jantar e sobremesa estavam excelentes, agradeço por mim, minha esposa e meu filho, mas agora devo ir. - Meu pai falou enquanto se levantava.

Assim que se levantou, tirou um dos casacos que usava e cobriu minha mãe com cuidado, a pegando no colo.

- Oh, claro. Compreendemos. - Masaru falou se levantando também, indo em direção a sala. - Permita que eu abra a porta.

Nesse momento eu tentei me levantar e senti meu loiro pegar em minha mão discretamente.

- Eu estava pensando em dormir aqui hoje, pode ficar aqui comigo? - Ele perguntou de maneira meio tímida, mas foi o suficiente pra que eu concordasse.

- É claro que eu fico, meu loiro. - Falei parecendo um completo idiota apaixonado (o que de fato eu sou).

- Obrigado. - Ele falou de uma maneira que me encantou por completo.

Só por burocracia, achei melhor perguntar a dona da casa sobre a ideia. A essa altura da noite meu pai já havia ido embora, as vezes acho que meus pais conseguem ler pensamentos.

- Com licença, senhora Mitsuki. - Falei tentando meu melhor como genro ideal.

- Fala. - Ela disse enquanto cruzava os braços.

- Permite que eu passe a noite aqui com seu filho? - Perguntei a olhando nos olhos, pra evitar qualquer má impressão.

- Desde que não fiquem de safadeza, eu não ligo. - Ela falou em seu mais sincero tom de voz.

- Prometo não desrespeitar seu lar. - Falei internamente agradecendo por Mitsuki ser rígida de forma gentil.

- Hm. - Ela "falou" e saiu.

Assim que ela saiu do meu campo de visão, respirei fundo e senti como se um enorme peso tivesse sido retirado de meus ombros, afinal, a noite deu certo e de brinde poderei dormir junto do meu loiro. De fato eu posso me considerar um ruivo de farmácia extremamente sortudo.

Continua...