Capítulo 35

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Em seguida de um dos cafés da manhã mais aleatórios e até que interessantes que eu já tive, meus pais saíram pra passear e novamente deixaram a casa sendo o típico silêncio de sempre. Como era ainda "cedo", eu e meu loiro estávamos sentados no sofá em enorme silêncio, porém aproveitando um a presença do outro. Meu loiro tinha uma expressão que claramente dizia: "Quero perguntar algo mas não sei quando é o momento certo."


- Quer perguntar algo, meu loiro? - Perguntei só querendo confirmar.


- Acho que sim. - Falou voltando seus perfeitos olhos para mim. 


Não sei se eu já falei, mas os olhos dele parecem ser um par de rubis. Os olhos dele são as mais preciosas joias que eu já vi.


- O que aconteceu pra sua mãe tanto se lamentar que não conseguiu te dar irmãos? - Perguntou me tirando dos pensamentos, sendo até que bem direto.


- Ela teve umas complicações na hora que eu fui nascer e acabou acontecendo uma hemorragia, então pra evitar mais problemas, os médicos removeram o útero dela. - Expliquei tentando lembrar mais detalhes.


- Mas não é como se ela tivesse culpa. Por que ela lamenta como se tivesse? - Meu loirinho perguntou curioso como uma criança.


- Ela acha que teve essa hemorragia por não ter se cuidado, mas o que ela mais fez foi se cuidar, então ela se culpa por nada. - Falei enquanto o olhava.


- Entendo... - Falou parecendo um pouco pensativo.


- Ficou curioso a repeito? - Perguntei.


- Digamos que sim... - Falou ainda parecendo um pouco pensativo.


- Que fofo, meu loiro está curioso. - Falei pulando nele para o abraçar.


- O que tem de fofo em sentir curiosidade? - Perguntou tentando sair do abraço, mas desistindo segundos depois.


- Sentir curiosidade não é fofo, mas te ver sentido curiosidade é a coisa mais fofa do mundo. - Falei sorrindo.


- Só tu que acha isso... - Falou me fazendo pensar.


- Claro que só eu penso assim. Eu sou o único ruivo no mundo que tenho a sorte grande de ver teus detalhes que mais ninguém vê. - Falei afastando um pouco o abraço para olhar melhor seu rosto.


- Hm... Ta bom. - Falou desviando o olhar.


Mesmo ele tendo desviado o olhar, dava pra ver em cada detalhezinho dele que ele tinha gostado do que ouviu. 


Depois de um tempo em silêncio, meu loiro começou a fazer carinho em meu cabelo, então aproveitei o raro momento. Talvez o convivio com meus pais estivesse cotaminando meu loiro de uma forma positiva.


(...)


Depois de um tempo assim acomodados, meu loiro começou a encarar meu cabelo, me deixando um pouco em dúvida.


- Tem algo no meu cabelo? - Perguntei mexendo em algumas mechas.


- Tem aqui... - Ele falou tocando.


- Aqui..? - Perguntei tocando no mesmo lugar que ele.


- Sim. - Respondeu.


- E o que é? - Perguntei o olhando atento.


- Teu cabelo natural. Ele ta nascendo. - Falou me surpreendendo um pouco com o detalhismo.


- Mesmo? Não lembro de pintar desde que a gente passou a viver juntos, acabei me esquecendo desse detalhe... Acho que eu nem tenho tinta em casa... - Comentei pensando um pouco.


- Nós podemos ir comprar, deve vender em farmácias. - Meu loiro falou me deixando bobinho por parecer preocupado com meu cabelo.


- Em um pleno domingo tu quer ir na farmácia comigo pra comprar minha tinta de cabelo? - Perguntei só pra o ouvir confirmar.


 - É... - Falou desviando o olhar.


- Como tu consegue ser cada vez mais perfeito? - Perguntei enchendo seu rosto de beijos.


- Eu não sou tão perfeito como tu fala... - Tentou argumentar mesmo sabendo que eu não escuto esse argumento dele.


Logo após esse momento no qual eu acho que posso dizer ter boiolado pelo meu lindo loirinho, nós nos arrumamos e saímos de casa. Ele saiu no típico humor dele e eu estava quase flutuando de tão feliz.

Não muito longe da nossa casa, tem uma farmácia. Não é um comércio grande, mas sempre tem a tinta que eu gosto, então fomos até lá. Como de costume, lá estava a tinta que eu sempre uso. Pegamos uma caixa de tinta e um pacote de luvas descartaveis, pagamos e fomos embora.


- Ejirou. - Meu loiro me chamou me deixando novamente animadinho.


- Sim? 


- Eu nunca fiz isso, mas... Eu posso pintar teu cabelo? - Perguntou naturalmente me fazendo o amar ainda mais.


- Claro que pode! - Falei possivelmente parecendo um completo bobinho.


- Tem certeza? Eu nunca fiz isso, pode dar errado... - Falou novamente parecendo preocupado com meu cabelo.


- Tenho completa certeza, pode acreditar em mim, meu loiro. - Falei andando em passos animados enquanto olhava ele.


Assim que chegamos em casa, meus pais já tinham voltado. Eles tinham trazido metade do japão dentro das sacolas. Ver aquele tanto de sacolas me fez questionar por um breve instante. De onde que eles conseguiram comprar tantas coisas em um domingo?

Eu até questionaria mais, mas tava ocupado demais pra isso, então subi direto com meu loiro para podermos pintar meu cabelo.

Quando chegamos no banheiro, ensinei pra ele como misturava a tinta do jeito certinho e meio sem jeito ele foi pintando a raiz do meu cabelo. Mesmo sendo uma coisa comum do dia-a-dia, eu fiquei muito feliz, pois sei que é nessas pequenas coisas que meu loiro vai dizendo o tão esperado "eu te amo.



Continua...





Como fazer um loiro explosivo se declararWhere stories live. Discover now