Capítulo 33

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Assim que larguei o chá e afins sobre a mesa de centro, me sentei ao lado de meu loiro no sofá. Meus pais se serviram com o chá e quase um quilo de açucar, eles gostam muito de doces, então é uma boa explicação do motivo de tudo ser tão açucarado para eles. Servi o chá do meu loiro e mais uma conversa se gerou.

- Seu cabelo é natural? - Minha mãe perguntou.

- Sim. - Meu loiro respondeu tomando um gole do chá.

- Mesmo? - Meu pai perguntou curioso.

- Sim..? - Meu Katsuki falou parecendo ficar em dúvida.

- É raro um japonês ter cabelos naturalmente claros, ainda mais um loiro tão nítido. - Meu pai comentou.

Desde que eu me entendo por gente, meu pai é quem mais lida com cores em casa. Lembro que durante o tempo em que moramos juntos, ele correu de um lado para o outro procurando as paletas de cor que mais fossem combinar com a casa. Lembro que teve um ano em que ele pintou a casa uma vez a cada mês por estar indeciso sobre qual cor pintar.

- Nossos netos vão ser lindos com essa combinação... - Minha mãe falou parecendo sonhar acordada.

- Netos..? - Meu loiro questionou baixo, olhando meus pais com dúvida.

- Tecnicament isso não é poss- Tentei começar a falar algo, mas minha mãe me interrompeu.

- Vocês já ouviram falar de um caso raro que aconteceu uma vez? Dois garotos com a idade próxima a de vocês uma vez acabaram se relacionando sem proteção. Pouco tempo depois foi descoberto que um deles havia engravidado e o bebê estava perfeitamente saudável. - Ela explicou empolgada, me lembrando um pouco o que a Senhora Asami falou.

- Isso é verdade? - Perguntei em dúvida.

- É sim, ouvi de um médico. É extremamente raro, mas é possível vocês nos darem netos. - Ela falou empolgada andando em nossa volta feito criança.

- Amor, é uma pequena possibilidade, não assuste o nosso genro com tanta informação. - Meu pai falou, novamente fazendo o milagre de conter minha mãe.

- Ah... Desculpe. - Ela falou rindo sem graça, voltando a se sentar no lugar de antes.

- Está tudo bem, minha avó já havia falado nessa possibilidade... - Meu loiro falou parecendo pensativo. - Mas por ora eu não acredito muito...

- Oh... Entendo... - Minha mãe falou ficando em silêncio por um tempo, possivelmente pensando em algum assunto.

Terminamos o chá em um enorme silencio, então me levantei, juntei as xícaras e fui para cozinha pra largar elas, só as enxaguei e deixei na pia pra lavar depois. Quando voltei pra sala, vi meu loiro com o rosto vermelho feito uma pimenta e meus pais com expressões contentes, então mais ou menos eu deduzi sobre o que eles estavam falando, mas precisava confirmar pra desencargo de consciência.

- O que vocês falaram pra ele? - Perguntei me sentando ao lado do meu loiro.

- Nada demais, só perguntamos sobre como foi a primeira vez dele. - Minha mãe explicou, confirmando o que eu havia pensado.

- Mãe! - Falei ainda me surpreendendo.

- Estávamos curiosos e pela reação dele foi muito fofo. - Meu pai falou batendo palmas.

- Eu já volto... V-Vou beber um copo de água, licença... - Meu loiro falou ainda parecendo uma pimentinha, se levantando e em seguida indo em direção a cozinha.

- Vocês não podem fazer perguntas assim para ele. Ele não ta muito acostumado com o quão vocês são diretos. - Falei repreendendo eles.

- Desculpa, Ejirou-baby. Nós só estamos muito empolgados... - Minha mãe falou num tom um pouco mais calmo, com um sorriso mais sereno no rosto.

- Estamos muito felizes por esse ser o seu primeiro namoro, por isso tem horas que passamos do ponto. - Meu pai completou também sorrindo.

- Bem, nesse caso não são só vocês que estão felizes, eu também to muito. - Falei não conseguindo conter meu sorriso. - Eu nunca estive tão feliz na minha vida.

- É tão bom te ver assim. - Minha mãe falou se levantando.

Ela passou a mão em meu cabelo e se abaixou em minha frente para olhar nos meus olhos, fazendo praticamente o que ela fazia quando eu era criança.

- Eu me preocupei muito com a sua felicidade, ainda mais no momento que eu descobri que não poderia te dar um irmãozinho ou irmãzinha... - Ela falou arrumando o meu cabelo.

Quando ela fala em não poder, é por um pequeno erro que deu quando eu nasci. Uma pequena complicação no pós parto levou ela a perder o útero, assim não podendo me dar um irmão de sangue. Isso nunca foi problema pra mim, mas parece incomodar ela por não poder ter dado mais membro da família.

- Mãe, eu sou feliz com a nossa família do jeitinho que é, não precisa se preocupar com isso. - Falei sorrindo para ela, a vendo se levantar.

Nesse mesmo momento, meu loiro chegou a sala já com o rosto menos vermelho. A expressão dele demonstrava claramente que ele não estava entendendo nada. Ele veio até o sofá e se sentou ao meu lado.

- Vocês são tão lindo assim juntinhos... - Minha mãe falou nos abraçando e começando a chorar, sendo a tipica emotiva de sempre.

- Eu fiz algo de errado? - Meu loiro perguntou sussurrando.

- Não, ela é assim mesmo... - Respondi também sussurrando, fazendo sinal pra retribuirmos o abraço.

- Eu tenho muito muito orgulho de vocês, viu? - Ela falou começando a ficar com a voz meio embolada.

Um fato curioso sobre minha mãe é que ela facilmente cai no sono durante um abraço, o que possivelmente foi o que aconteceu agora. Como meu pai conhece minha mãe perfeitamente, ele se levantou, pegou ela no colo, sorriu pra gente e foi direto pro quarto pra acomodar ela, afinal, quando ela dorme assim, só acorda depois de cinco milênios.

- Ejirou. - Meu loiro chamou pelo meu primeiro nome, me deixando todo bobão internamente.

- Sim..? - Falei em duvida esperando que ele falasse algo.

- Quando eu estava chegando na sala, eu te ouvi dizer que nunca esteve tão feliz na vida, é verdade? - Perguntou parecendo bem ansioso pela resposta.

- É sim, eu sou o falso ruivo mais feliz de todo o mundo. - Falei sorrindo grande para ele, o abraçando. - Obrigado por me fazer o mais feliz de todos... - Sussurrei em seu ouvido, apertando um pouco mais o abraço.

- De nada... Idiota... - Falou em um leve tom de riso, me deixando ainda mais bobo.

Continua...

Como fazer um loiro explosivo se declararOnde histórias criam vida. Descubra agora