Capítulo 39

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Aquele momento foi tão perfeito que desejei que durasse para sempre. A forma como ele demonstrava do jeitinho dele que ele estava contente era uma das melhores que eu já vi na vida, sem duvidas. Dava pra perceber isso em pequenos detalhes, na forma cuidadosa que ele segurava a flor, nos passos calmos e leves que ele dava no chão, no jeito que seus olhos olhavam o redor... Todos esses pequenos detalhes demonstravam o que ele sentia sem que ele precisasse falar sobre. 

Enquanto ele caminhava, percebi que a flor que eu dei a ele tinha o mesmo tom que seus olhos, o que me deixou feliz já que sem querer eu acabei acertando tudo. Pra mim eu só pensei rápido sobre, uma questão de segundos, mas quando fui perceber, já tínhamos chegado em casa. Assim que entramos, eu larguei a sacola de ervas sobre a mesa de centro, me sentei no sofá, e minha mãe veio voando da cozinha em nossa direção.

- Olá, meus amores! - Ela falou animada se jogando sobre o outro sofá da sala. - Que flor linda, onde conseguiu, Katsu-baby? - Ela perguntou.

- Seu filho me deu. - Meu loiro falou, largando a flor com cuidado sobre a mesa da televisão.

- Você deu uma flor a ele, meu filho? - Minha mãe perguntou parecendo que explodiria feito um fogo de artificio.

- É. - Respondi.

- Que lindo! Está pondo em prática todo o romantismo que eu ensinei. - Ela falou batendo palminhas.

- A senhora está feliz somente por isso? - Katsuki perguntou.

- Sim, é algo simples, mas que me faz muito feliz. - Minha mãe respondeu.

- Se está feliz com isso, nem imagino o que acontece quando saber um pouco mais da origem da flor. - Meu loiro falou e se aproximou de minha mãe.

Nessa hora eu não ouvi muito, mas possivelmente ele contou sobre o pedido oficial de namoro. Consegui entender que era mais ou menos algo como isso já que minha mãe saiu como foguete pela sala, surtando mais que leitores quando acontece algo incrível na história. 

- Hiroki, meu amor! - Minha mãe gritou entrando na cozinha feito um furacão.

Enquanto esse caos todo acontecia, meu loiro apenas sentou ao meu lado com aquele puro sorriso que eu mentalmente agradeço cada vez que tenho a sorte de ver. Um silêncio se formou na casa e durou por mais ou menos 5 segundos, que foi quando minha mãe arrastou meu pai para sala, foi quando o surto novamente aconteceu.

- É verdade, Ejirou? - Meu pai perguntou empolgado, só que de uma forma um pouco mais discreta.

- É sim. - Respondi e ele comemorou.

- Nosso filho é tão perfeito... Eu nunca fui tão orgulhosa quanto agora... - Minha mãe falou enquanto o abraçava.

- Ele é um verdadeiro Kirishima. - Meu pai falou com uma expressão que parecia segurar lágrimas.

Os dois estavam no mundinho deles, então eu e o meu loiro preferimos apenas assistir aquilo. Meu Katsuki deitou a cabeça sobre meu colo, ele parecia contente, então eu também fiquei contente. Depois de um tempinho, ele olhou pra mim e deixou claro em seu rosto: "Quero carinho.", então atendi seu pedido, fazendo carinho em seu cabelo.

(...)

Demorou uns bons minutos até que meus pais parassem de chorar e comemorar de uma maneira tão surtada. Agora que eles estavam um pouco mais neutros, finalmente o chá começou a ser preparado. No fim, além de ser um chá pra falar sobre o passado, acabou sendo um para comemorar o presente e o possível futuro. Meus pais são bem enrolados, mas no fim eles finalmente conseguiram servir o chá.

Nós nos reunimos em torno a mesa de centro da sala e nos sentamos no chão (da forma japonesa tradicional), mesmo sendo desastrados, tudo foi muito bem organizado por meus pais. Além do chá tinham biscoitos e alguns outros quitutes. 

- Qual história acha que devemos contar primeiro, meu amor? - Minha mãe perguntou ao meu pai.

- Que tal falarmos de quando nosso filho decidiu que a cor da sua vida seria vermelho? - Meu pai comentou enquanto servia chá para si mesmo.

- Aquele dia foi tão fofo... - Minha mãe começou a contar. - Quando meu Eji-baby tinha mais ou menos 6 anos, teve um dia em que estavamos passeando. Estávamos indo de loja em loja quando do nada ele olhou pra um casaquinho vermelho e disse que vermelho era sua cor favorita. Repentinamente ele começou a amar vermelho e querer várias coisas nessa cor...

- Lembro que teve uma época em que ele não queria comprar nada de outra cor, era tudo vermelho. - Meu pai comentou.

Eles praticamente estavam falando da minha fase da infância de parecer um hidratante ambulante.

- Ele demorou mais ou menos dois anos pra voltar a se vestir com outras cores, foi nessa época que ele pintou o cabelo.  - Minha mãe falou sorridente.

- É um pouco curioso pensar que a cor que nosso filho tanto ama está presente em seus olhos, Katsuki. - Meu pai falou me fazendo perceber algo que eu não tinha percebido antes.

- Que excelente observação, Hiroki! - Minha mãe falou completamente animada com o assunto. - Seus olhos são vermelhos como os de um coelhinho.

Ela falou uma frase comum, sem nada demais, porém foi o suficiente pro meu loiro corar por completo. Não sei se exatamente foi isso, mas algo que diz que ele ficou assim por conta daquele dia em que ele se tornou o meu coelhinho.

- Perdão, eu falei algo errado? - Minha mãe perguntou voltando o olhar para meu pai, que é especialista em falar caso ela erre algo.

- Não, eu acho... - Meu pai respondeu pensativo.

Nisso um silêncio se formou, parte pela curiosidade dos meus pais, que tem preguiça de perguntar (o que é bom nesse caso) e a outra parte do silêncio era composta por mim e meu Katsuki, que estávamos em dúvida se falávamos sobre ou não.

Continua...

Como fazer um loiro explosivo se declararOnde histórias criam vida. Descubra agora