Aliados.

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***

Quando abro a porta do quarto, vejo Quanty sentado na beira da cama com Olive fazendo massagem em seus ombros.

— Mas que merda é essa?— digo fechando a porta com força.

— Vlad.— ele diz vestindo seu casaco.— Eu ia te procurar, mas aí Olive me ofereceu uma bela de uma massagem e é claro... eu não pude recusar.

— Olive, deixe nos a sós.— ela revira os olhos, mas se retira.

— Você tá cheirando a álcool.— Quanty percebe.

— E daí? Até parece que você nunca bebeu.

— Não vejo graça nas bebidas dos humanos.— debocha.— Agora beber o sangue deles...

— Me fala logo o que veio fazer aqui, tá me enchendo a paciência.

— Wow, calma aí estressado. Eu vim a mando do seu pai.

— Então quer dizer que eu já posso voltar pra casa?

Ele anda pelo quarto com as mãos enfiadas nos bolsos.

— Não exatamente.— confessa.

— Como assim?

— Você vai ter que ficar mais tempo aqui.

Eu respiro fundo para manter a calma, mas acabo socando a parede.

— Sem chance.— minha voz estava alta.— Eu não ficarei aqui por mais tempo, já faz 9 meses. O que ele quer que eu faça aqui a final?

— relaxa...

— Não me peça pra relaxar.— eu me aproximo dele.— Eu fiquei esse tempo todo aqui e pra quê? Em? Saindo por aí pra encher a cara e deixar o tempo voar? Me fala.

— Você precisa ficar.— insiste ele nas mesmas palavras que eu fui escutando há meses.— Vou te levar eu mesmo pra casa assim que a hora chegar.

Eu o empurro furioso.

— Tá me escondendo algo.— notei.— Me fala.

— Não tô escondendo nada.— seu tom estava lhe entregando.

— Você é um péssimo mentiroso, tão péssimo que você precisa mesmo hipnotizar gente pra acreditar no que você diz.— digo caçoando dele.— Se você fosse humano, ia ser um desastre na terra.

Ele me dá um soco, o que me fez rir.

— Do que você tá rindo?— diz me dando outro soco.— Devia me respeitar, sou mais velho do que você.

Eu agarro o punho dele e torço para trás de suas costas.

— E eu sou o seu superior.— digo próximo ao ouvido dele.

— Me solta, Vlad. Vamos conversar...

— Ah, agora você quer conversar? Há alguns segundos você tava socando o meu rosto.

— Você me insultou.

Eu o chuto e em seguida ele cai no chão.

— Você deve ter adorado me bater.— digo cruzando os braços e me encostando na parede.— Pra um perdedor como você, até que bate forte.

Ele se levanta e ajeita o braço.

— Foi você quem apanhou de mim ainda agora.

— Ah qual é, Quanty.— eu dou um sorriso amargo.— Você tem apanhado de mim a vida toda. Dessa vez eu deixei.

Ele me encara com fúria nos olhos. Era exatamente isso o que eu queria, que ele ficasse tão puto a ponto de falar o que tanto escondia. Eu queria que ele transbordasse de raiva pra dizer tudo.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now