O solar Frankenstein part.II

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***

Andamos por uma ou duas horas até chegar realmente em um grande portão. Ele era como o do solar Drácula, mas estava mais enferrujado.

- Por que paramos?- pergunto confusa quando ela estava me encarando.

- Só você pode abrir.- aponta.

- Eu não sei abrir isso.

- Só os Frankensteins tem a chave.

Eu olho ao redor do perímetro. Tudo parecia deserto.

- Bom, dá pra pular os muros.- digo logo andando, mas Cassandra me para.- O que foi?

- Esse solar está protegido por magia. Se tentar pular o muro vai acabar carbonizada.- diz apontando para os cantos onde dava para passar.

- Pode ser o mesmo que os outros solares. Vi Vlad passando o próprio sangue no selo da entrada uma vez e ela se abriu depois.

- Quem?- pergunta ela.- Esqueça. Também não vai funcionar, esse método só é usado por vampiros.

- Talvez possa ser algo que o seu pai te deu ou disse, alguma coisa que pudesse servir de chave.- menciona Nicholas.

Algo que ele tivesse me dado. Algo importante. Coloco a mão no pescoço mas não o sinto.

- Meu colar.

- Onde está?

- Eu não sei. Eles o pegaram.

Lorelai senta em uma rocha para descansar as pernas.

- O que vamos fazer?- pergunto preocupada.

Sinto um vulto passar por mim.

- Latris...- sussurra Nick prestando atenção atentamente na parede.

- O que você...

- Shh.- manda ele concentrado.

Havia uma escritura no selo do portão, estava em uma língua diferente.

- Eu nunca vi tal linguagem.- ele passa a mão pela frase.- Que idioma é esse?

- Essa Língua é muito antiga. A sua origem antecede até mesmo os seus ancestrais.

- Lat'erva me oculon.- leio em voz alta para ver se aquilo era a forma de entrar.- será que eu disse errado...

- Talvez seja o colar.

- Não. Aqui não tem nenhuma abertura para ele. Tem que ser isso.- tento entender aquela língua. Tudo tem a ver com a minha família, com o seu passado e o legado que, por pouco, quase foi enterrado se eu não estivesse viva.- Tem que significar alguma coisa...

- Jean.

- Lat'erva me oculon...

- Vamos pensar juntos.

- Oculon...- essa palavra.- Lat'...- é bem familiar.

4 anos atrás...

Bato na porta levemente e cruzo os braços atrás das costas, na esperança de que ele não tivesse dormido outra vez.

- Pode entrar.

- Pensei que havia caído no sono de novo.- digo ao fechar a porta.- O senhor tem passado a noite em claro.

Ele levanta para pegar um livro em uma de suas estantes.

- Ainda estou trabalhando naquele projeto.- explica.- São muitos detalhes, queria ter mais tempo para acaba-lo, mas eu tenho até o final de semana para finalizar tudo.

Meu vizinho se chama Vlad Onde as histórias ganham vida. Descobre agora