O infiltrado

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***

— O que é que vocês estavam fazendo fora do solar? O céu tá despencando lá fora.— Dion pergunta a mim e a Nick quando entramos encharcados.

— Só checando o perímetro.— Nicholas responde passando por ele.

— Tem homens sobe as minhas ordens que já estão fazendo isso.— rebate Dion.— Não precisava.

— A gente não sabia.— digo, também passando por ele.

— Ei, esperem.— Eu e Nick paramos ao mesmo tempo e nos viramos.— Tá tudo bem?

— Sim.— respondemos em coro. Dion fez uma careta.

— Por que não estaríamos?— pergunto calma.

— Por nada...— ele fica nos analisando por alguns segundos e em seguida coça a nuca.— Só não esqueçam que mais tarde temos que nos reunir novamente para resolvermos o problema atual.

— Claro.— digo me retirando, Nicholas esperou um pouco na entrada e começou a falar com Dion sobre alguma coisa. Eu apenas fui em direção as escadas e subi o mais rápido possível.

Andei na linha em que o meu quarto estava e abri a porta, praticamente me jogando dentro dele. Quando fechei a porta e me encostei nela, fiquei tentando assimilar tudo o que havia acontecido na floresta enquanto estava chovendo.

Comecei a pensar a onde fui tocada e beijada, não fazia ideia do quanto Nick beijava bem. O jeito que ele me olhava, como se eu fosse algo único... admirando cada parte minha com uma expressão séria e calma. Ele ficava acariciando o meu rosto de uma forma tão delicada, depois ficava passando as mãos pelos meus cabelos lentamente enquanto apenas nos olhávamos.

E nada mais.

Não houve conversa, muito menos um questionamento do que estava acontecendo entre nós dois naquele momento. Apenas ficamos com o corpo um colado no outro, admirando os detalhes de cada um. O silêncio não incomodava, na verdade, era uma benção.

Foi intenso demais, o bastante para eu ficar pensando nisso até quando eu estava tirando a roupa encharcada para entrar na banheira e tomar um banho. A água estava quente, entrei nela e mergulhei totalmente de olhos abertos e fiquei encarando o teto.

O que estava havendo comigo? Eu estava mesmo pensando no Nicholas daquele jeito?

A imagem da mão dele deslizando na pele nua da minha cintura fez com que eu fechasse os olhos e voltasse mentalmente para o momento em que estávamos na chuva. Não parava de pensar nos sorrisos curtos que ele dava entre os beijos, da respiração ofegante e do olhar de desejo que não saía em nenhum instante dos olhos dele.

Quando abri os olhos, me assustei ao ver a imagem de um homem parado bem ao lado da banheira me encarando. Ele rapidamente se abaixou e colocou suas mãos no meu pescoço, para me manter de baixo da água. Fiquei me debatendo tentando gritar, mais falhei miseravelmente pois a água entrava em minha boca e não permitia que ninguém me ouvisse.

Eu não ia morrer assim, vampiros conseguem respirar de baixo d'água, eu pensei.

Mas o meu desespero aumentou quando eu vi ele pegar algo afiado e prateado. Ele levantou o braço com tudo e no momento em que ele afundou a estaca, eu quebrei o seu braço com força. Levantei da banheira e o arremessei contra a parede.

— Quem é você?— pergunto quase gritando.— Por que você tentou me matar?

Ele estava desacordado, a parede atrás de sua cabeça estava com sangue. A pancada tinha sido tão forte que ele ficou desorientado. Agarrei a gola da camisa dele e o levantei do chão, eu o joguei para fora do banheiro e ele começou a rastejar pelo chão. Vesti rapidamente o roupão bufando de raiva, não estava conseguindo organizar os meus pensamentos.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now