Não vou mergulhar na solidão.

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***

- Jean?- Vlad abriu a porta depois de eu ter tido a coragem de bater. Ele estava surpreso por eu ter ido lá depois da nossa conversa mais cedo

Ele estava bloqueando a porta, dava para ver isso, mas eu não me importei de empurrá-la com força quase que escancarando-a, que fez um barulho incômodo quando atingiu a parede.

Vlad cambaleou para trás e então veio para cima de mim furioso. Mas parou bem diante de mim e estava esperando uma explicação, fiquei em silêncio tentando formar as palavras certas, e então eu as encontrei.

- Você a matou!- acusei.- Eu estava aqui pedindo a sua ajuda e você veio no meu rosto e mentiu.

Ele permanece pasmo.

- Mas do que você está falando?- pergunta como se estivesse confuso.- Eu não matei ninguém.

- Como você pôde?- pergunto engasgada.- Olha o sofrimento que causou a todos!

- Como eu pude o quê?

- Já chega! Já chega!- eu grito.
- Chega... por favor.. chega..- ando para trás com as mãos na cabeça.- Você a matou.- digo e ele finalmente pareceu entender.- Assassinou ela a sangue frio.

Eu estava começando a ficar tonta.

- Não é o que você está pensando.- diz com a mão erguida para tentar me acalmar.

- Então o que eu penso não passa do fruto da minha imaginação? Assim como no dia em que você me atacou?

- Aquilo foi um erro.- diz tentando se aproximar.- Tem que acreditar em mim, eu não matei ninguém.

Eu me aproximo dele como se estivesse pronta para enfrentá-lo.

- Então quem foi?- pergunto.
- Dylan.- digo e ele me olha incrédulo.- O corpo dela foi encontrado no beco atrás do gastê, quatro dias depois de você e ela terem se encontrado lá.

- Como você sabe disso?- pergunta.- Está bancando a detetive agora?

- Peter Onackamura.- respondo.- Ele viu vocês dois, Vlad.

- O que ele...

- Você será o principal suspeito de assassinato, se todos souberem do que houve no gastê. Mas nós dois sabemos que você não é suspeito.- digo com os olhos arregalados.- Você é o culpado.

Ele abaixa a cabeça para encarar o próprio colar que estava envolvido em seu pescoço.

- Você precisa ir.- diz ele sem levantar o rosto.- Agora.

- Não. Eu não vou.- digo e me aproximo mais uma vez e o encaro como se ele fosse o inimigo ali.- Não até me dizer o por quê. Não até me dizer por que você fez isso com ela...

- Vai embora Jean.- ele diz quase como um sussurro, mas eu insisto mais uma vez.

- Não!- eu o empurro.- Por quê?- eu o empurro outra vez.- Por quê?

Quando eu vou empurrá-lo de novo, ele segura meus punhos rapidamente, me imobilizando.

- Me solta!

- Você ultrapassou os seus limites!- ele rosna.- Eu mandei você ir embora!

- Eu não tenho como fazer nada.- digo em um tom triste.- Não posso chegar na casa dos pais dela e dizer quem matou a filha deles. Não posso dizer pra polícia quem é o assassino sem que eles me levem para o hospício!

Eu deixo as lágrimas caírem.

- Pare com isso.- pede ele mais calmo.- Pare de chorar.

- Eu não posso fazer nada..- limpo a garganta.- Por que eu conheci você e deixei você entrar na minha vida.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now