O mapa.

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***

- Ei, você está bem?- Nicholas sacode o meu ombro, me acordando do sono.

Eu havia dormido?

Levanto devagar a minha cabeça do colo dele, ainda estávamos na floresta. Mas agora perto da cabana onde havíamos nos reunido com a minha mãe. A alcatéia estava espalhada pelo lugar, enquanto Dion e Lorelai haviam sumido de vista. Uma garota estava ascendendo a fogueira.

- O que está havendo?

- Vamos montar acampamento aqui.

- Não vamos voltar para a casa da Lorelai?

- Não podemos.- responde ajeitando suas costas na árvore.- Está completamente destruída, os skyters voltarão para acabar com o resto.

- Eles não tem o direito...

- Jean, eles podem fazer o que quiser. Agora tudo se pode fazer, sem regras, sem limites e sem leis.

- Não temos pra onde ir, não é?

- Na verdade temos, mas não sabemos onde fica.

- De que lugar está falando exatamente?

- O solar da sua família.- ele deita a sua cabeça na árvore e a vira para mim.

- Deve haver outro lugar.

- Todos eles têm casas na aldeia. Lorelai tinha a mansão que ela construiu anos atrás para abrigar sua matilha em momentos difíceis. Dion perdeu sua terra para os vampiros e eu...- ele dá de ombros.- O meu pai deixou tudo pra mim em Viena. Nossa família veio de lá. Mas eles vão tirar isso também em breve, é o que eles fazem. O único lugar seguro é o solar Frankenstein.

- Como sabe que é seguro?- eu o questionei.- Ele pode estar em ruínas, talvez até engolido pelo esquecimento.

- Mas é claro que sabe. Todo Frankenstein sabe como chegar até lá.

- Eu não conheço essa parte minha, Nick.- eu relaxo as mãos nas minhas coxas.- Eu não faço ideia de como achar esse lugar.

- Por enquanto descanse.- Nicholas se estica para alcançar algo do seu lado. Ele me entrega a bolsa de sangue e se agasalha entre os caules.- Você se desgastou muito hoje.

Sophie surge do lado da garota e sussurra algo em seu ouvido, fazendo com que ela se retirasse de lá. Não consegui ouvir a tempo.

- Onde estão os outros?

- Protegendo o perímetro.- responde.- Acham que vão vir atrás de nós.

- Mas eles vão vir.

- Eu não acho. Você os assustou hoje, isso foi bem transparente. Não vão nos incomodar por um tempo, não até pensarem em algum plano.

- Entendi.- eu não tinha percebido que havia esvaziado toda a bolsa de sangue. Limpo a boca rapidamente na manga do meu casaco.- Aquele mapa...

- O que tem ele?

- Ainda estão com ele?

***

A música estava muito alta, mas em compensação era muito boa. Dylan e Olive estavam dançando no meio da multidão, enquanto eu bebia com o corpo encostado no balcão, com a camisa meio desabotoada.

Já tinham se passado dias, meu pai não havia ligado, nem mandado alguém para me informar da situação em Romênia. Ele e seus paus mandados estavam em silêncio.

Se Jean ainda tivesse um celular, eu poderia ligar para ela. Só eu sabia o quanto eu queria ouvir sua voz.

- Mas uma?- pergunta Cindy, a barman.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now