Bata antes de entrar.

39.4K 3.9K 2.8K
                                    

Eu bufo.

- Aquele garoto. Ele tem que ir embora daqui.-levo a mão a testa.- E também parar de agir como um adolescente normal, por que ele não é.

- Mas do que você está falando?
Ele é um adolescente normal, meu amor tem certeza de que se recuperou? A pancada na cabeça deve ter..

- Me deixado paranoica? Eu me lembro de ontem a noite e não foi do jeito que ele te contou. Eu ouvi gritos, ouvi gritos lá!

- E como eu não ouvi? E como os outros vizinhos não ouviram? E Ross? O quarto dela é bem perto do seu.

- Vocês duas tem um sono bem pesado.- explico.- E eu estava acordada, preenchendo fichas de inscrição da faculdade.

- Querida você.. você deve ter visto coisas. Deve ser imaginação sua.- Ela me olha com ar de preocupação.- A propósito, ele cuidou muito bem de você. Você é que foi rude.

Fecho os olhos e dou um suspiro.

- Eu sei o que eu vi. E não foi uma pessoa cuidando de outra, tem muito mais, mesmo se eu te contasse, a compreensão não a atingiria- digo com firmeza.- As vezes a realidade não é diferente da imaginação.

Ela cede com um sorriso.

- Seu pai costumava dizer isso.- diz ela.- Eu sei que sente a falta dele...

- Você acha que estou fazendo isso por causa do meu pai?- pergunto.- Isso não tem nada haver com ele.

- Não querida, de jeito nenhum.- Ela começa e depois se senta ao meu lado.- Eu quis dizer, que sei exatamente como você se sente.

- Não, não sabe.- eu rebato.

- Claro que eu sei. Eu sinto a falta dele tanto quanto você.- ela diz me evolvendo em um abraço apertado.- Você está cansada e nervosa por que vai se formar daqui há três meses. E ele não vai estar lá.- senti minhas bochechas ficarem molhadas e percebi que as lágrimas caíram despercebidas.- Mas eu vou estar e Ross também. Jean, vai dar tudo certo...

Concordo com a cabeça e a abraço ainda mais.

- Isso também significa que você vai voltar para a escola.- ela continua e me afasto para olhá-la confusa- É, eu liguei pra sua diretora. Fiz questão de lembrar a ela que você tem um projeto de economia para apresentar amanhã.

- Tem certeza de que eu posso ir?

- Bem, você ainda será punida.- diz se lembrando.- Vai ajudar na limpeza das salas.

****

Pego o celular e já eram cinco horas da tarde, fiquei imaginando se Vlad estaria em casa a essa hora, por que eu estava em frente a porta dele.

Eu devia estar fazendo meu projeto de economia, mas eu não conseguia parar de pensar em que fui atacada, e ele estava morando bem no meu lado. Eu não iria esquecer tão facilmente, pois era quase inexplicável a forma como aconteceu.

Bato na porta e ela abre fazendo um ruído agoniante.

Entro quando eu percebo que não tinha ninguém atrás dela ou na casa, e eu a fecho atrás de mim. Ando pelo o grande espaço ficando distraída com algumas pinturas expostas na parede, elas pareciam ser de Paris, por causa da torre EIffel. Outras pinturas também estavam penduradas na parede perto de uma janela, a janela onde eu havia me escondido do lado de fora na noite passada.

Fixei meus olhos em uma pintura, ela estava pintada com cores diferentes das outras, não havia tristeza e nem cores mortas como as pinturas de Paris. Ela estava mostrando alegria, cheia de cores vivas, expandindo calor. Nela havia um chalé, que ficava perto de um lindo lago azul.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now