A terceira noiva.

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***

Olive correu até as tulipas vermelhas, os cabelos dela voaram ao ritmo do vento. Ela arranca uma tulipa Vermelha de sua raiz e corre para junto de mim.

- Sua preferida.- diz ela me entregando a tulipa.

- Você me conhece tão bem Liv.- digo cheirando a tulipa, o perfume tinha aroma de paz.

- Acha que a mamãe e o papai vão mesmo se separar? não quero me mudar pra longe.- seu medo era transparente.- Preciso de você Jay.

Nos deitamos na grama. Estávamos deitadas no Jardim de casa e o dia estava tão lindo e glorioso. Os galhos das árvores balançavam e as folhas caiam lentamente, o vento estava meio forte e a grama nos abraçava.

- Não quero que vá embora. Mas se você for... será minha amiga para sempre.- digo empurrando o braço dela e ela ri.- Somos pequenas ainda, temos uma vida inteira Liv. Nossa amizade é eterna.

- Você promete?

Me viro para responder Olive, mas ela estava coberta de sangue e seu braço estava dilacerado.

Acordo suando no meio da noite.

Olho ao redor e percebo que ainda estava na mansão. Ontem eu havia trancado a porta do quarto e jogado a chave na privada.

Passei uma semana trancada no quarto, eu não comia, mal dormia, ficava debaixo do chuveiro durante horas, batiam na porta perguntando se eu estava viva e eu não respondia.

Eu não estava afim de conversar, nem de olhar na cara deles, não importa quem fosse. Eu não queria ninguém perto de mim. Levanto da cama e vou até a varanda, havia vários homens treinando no campo com lanças e tipos diferentes de armas. Algumas eram estranhas, não dava para ver direito como eram pois a altura do meu quarto equivalia a uma torre.

Saio da varanda lentamente para me esconder quando vejo Vlad andar até o campo sem blusa. Lembrei do treino de lacrosse na escola, quando Vlad fez teste para entrar no time, ele estava alegre, determinado. Mas hoje, ele parecia estar com raiva.

Ouço batidas breves na porta, vou até a cama e me jogo nela sem me importa com quem estava batendo. Eu não ia abrir de jeito nenhum, não queria saber, eu só queria dormir e chorar até não poder mais.

- Jean!- era Safíre falando do outro lado da porta, ela começa a bater mais rápido.- Por favor, abra a porta. Já faz uma semana que você está aí dentro e não deu um sinal de vida.

Fiquei em silêncio.

- Jean...- ela continua.- Você não comeu por quatro dias, não saiu desse quarto, nem se quer abriu a porta.

- Vá embora.- eu grito e depois jogo um travesseiro na porta com todas as forças, eu estava cansada e com raiva.

- Jean abra a porta por favor.- era a voz de Nick.- Você precisa comer, seus órgãos vão parar de funcionar.

- Eu não ligo! não ligo! não quero saber!- digo me alterando.- Saiam daqui!

- Você vai morrer se não se alimentar logo.- Safíre estava com a voz diferente.

- Só...- eu tento me acalmar.- Apenas saiam.

Um silêncio se fez depois de eu me jogar novamente na cama. Fiquei encarando o teto por um bom tempo, ele estava cheio de pinturas antigas e medievais, talvez houvesse uma história ali.

O tempo passou rápido demais, eu não prestava atenção na hora ou no céu lá fora, eu apenas focava no teto, em como ele era misterioso e lindo de forma única, em como ele era extenso e alto.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now