Saindo do escuro.

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***

Estávamos estacionando em um beco iluminado pela luz solar bem longe do que eu poderia conhecer. Eu ficava me perguntando, como os vampiros podiam andar na luz do sol. Vlad ficou calado durante as horas em que ficamos no carro, ele apenas estava me cercando, me protegendo. Fiquei nervosa o tempo todo, eu não sabia se ficava calma ou se ficava com medo.

Mas do que eu teria medo?

Eu não tinha medo de Vlad. Pensei. Então por que eu teria medo deles? Por que Vlad não encostaria um dedo em mim, e eu sabia disso, só que eles não eram ele. Eles poderiam me matar se tivessem vontade e não se importariam em fazê-lo.

Quando pararam o carro, os dois desceram e fecharam a porta. Eu estava olhando para Vlad que permanecia calmo.

- Você está bem?- ele pergunta se virando para mim.

- Sim.- digo apesar de não estar.- Você parece tranquilo demais.

Ele dá de ombros e encara algo lá fora.

- Sempre fui tranquilo.- diz.

- Não está preocupado?- ele nega com a cabeça e eu fico surpresa com a sua expressão tranquila.- nem um pouco?

- Eu estou preocupado com você.

- Comigo?- pergunto assustada.- O que eles vão fazer?

Ele encara o homem de terno preto através da janela do carro.

- Não sei.-diz e abaixo a cabeça.- Mas seja o que for..- ele continua.- Não vou deixar ninguém machucá-la. Eu prometo.

- Não precisa me prometer nada.- digo.- Nós dois sabemos que isso não vai acontecer.

Ele focou seus olhos por segundos no Homem de terno outra vez.

- Quem é ele?- pergunto.

- Quanty Imogher.- ele diz em um suspiro.- Ele é um dos conselheiros mais respeitados e temidos da Transilvânia.- Eu volto a encarar o homem.- Ele serve meu pai a anos, ele faz parte do clã Imogher.

- Clã?

Ele faz que sim com a cabeça.

- Na nossa sociedade, família quer dizer clã. E em clãs só há vampiros nascidos. Como eu e Quanty.- explica.- Os vampiros que são transformados não se encaixam por não terem o sangue puro, eles são excluídos, e por não fazerem parte de um clã eles não podem andar no sol, nem possuem almas. Se chamam renegados.

- Por quê o colar do sol é uma relíquia de clã.- digo entendendo.

- Não é o certo.- diz descansado as costas.- Às vezes eu me pego imaginando como seria se tudo fosse diferente.

Olho para Quanty.

- Ele te chamou de alteza.- digo baixo.

- O primeiro Drácula foi o meu avô, mas ele não era um rei aos olhos dos vampiros como o meu pai é. Ele é um rei e não apenas um conde.

- E você é um príncipe.

Eu vejo um carro chegar e parar em frente ao nosso, Quanty, esperou formalmente alguém descer dele. Ele era um homem não muito jovem, parecia ter uns 31 anos de idade se fosse um humano, os cabelos castanhos claros eram enrolados e deixavam seu rosto mais fino. A porta se abriu e vi Dylan descendo do carro de vestido preto, com um decote expondo um colar igual ao de Vlad. Encarei Quanty quando ele beijou sua mão, fazendo uma reverência.

- Ela veio.- digo desviando o olhar de Dylan.

Vlad suspirou olhando para mim.

- Você pensou que eu ia deixá-la para trás?- ele parecia estar aborrecido.- Ela é minha noiva, jean.

Meu vizinho se chama Vlad Where stories live. Discover now