Meu vizinho se chama Vlad

Midnight

- Uma boate?

Nick dá um sorriso malicioso.

- Nunca esteve em uma?- ele pergunta sem estar surpreso.

- Sim, eu já estive uma vez.

- Uma vez? As boates são incríveis! os melhores lugares para relaxar a mente.

- Relaxar a mente em dançarinas é sua especialidade.- provoca Vlad em um tom alterado.

A expressão animada de Nick desaparece.

- Pensei que só havia dançarinas em bares de strippers.- digo tentando quebrar o clima tenso entre os dois.

- Ah como ela é bobinha!- Dylan aperta a minha bochecha como se tivesse intimidade comigo.- Boates não são samaritanas como você docinho.

- Ok...- diz Nick virando a taça até a última gota do vinho descer a sua garganta.- Vamos.

- Pra onde nós vamos?- pergunto rapidamente.

- Nós?- a voz de Dylan sobrecarregou minha paciência.- Você não vem com a gente.

- Não é você quem decide isso.- Safíre rebate por mim.- Vlad?

Ele dá um suspiro curto.

- Não acho que seja uma boa idéia.- ele argumenta, Dylan dá um sorriso vitorioso.- Quer dizer, ela não é disso Safíre.

Ela revira os olhos.

- Quem disse que eu preciso da sua permissão?- eu pergunto cruzando os braços.

Vlad aperta os lábios, como se estivesse querendo falar algo.

- Qual é, vai ser divertido!- Nick incentiva.- Bonson Astrï.

Eu ergo uma sobrancelha.

- Tudo bem.- Vlad cede.

Estávamos deixando o salão de baile, era um alívio de certa forma não ter que ficar mais lá, eles não diziam, mas eu podia ver pelas expressões de seus rostos pálidos que eu deveria ser o bufê daquela noite.

- O que significa aquilo?- pergunto a Safíre quando todos nós estávamos subindo uma escada larga e com tons de dourado enfeitando o corrimão.

- O quê?

- Bonson Astrï. O que significa?

- Oh, não tem uma tradução exata, não é exatamente uma língua.

- Que estranho.- digo baixinho quando entramos por uma porta vermelha, ela levava a uma outra escada, mas dessa vez era uma escada de poucos degraus. Os corredores estavam silenciosos, as grandes cortinas esvoaçavam com o vento que entrava pelas janelas de vidro.

- Não se preocupe com isso, é apenas um código.

- Um código?- um barulho estala no chão. Eu havia pisado em um caco de vidro.

- Cuidado, você pode acabar se cortando.- Safíre me puxa suavemente pelo braço preocupada.

- É só um caco.

- Mas mesmo assim.- ela continua andando, nós duas estávamos um pouco distantes do resto deles.- Se uma gota de sangue sua, por mais pequena que seja sair...

- Você não se controla como os outros, não é?

- Desde criança eu sou assim. Tento ficar no controle.- desvaneia.- As vezes eu penso no que sou capaz de fazer se eu perder o controle.

Eu olho diretamente para os cacos que pisei no chão.

- Eu acho que umas gotinhas de sangue não vão tirar o seu controle.- digo continuando com Sáfire.- Você é bem forte.