The truth (parte 1)

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26.10.2019 - 16:00
Los Angeles, California
Música: Iris (versão Boyce Avenue)

Any Gabrielly

Sorrio satisfeita ao analisar o trabalho que acabo de fazer. Depois de horas, meu quarto está perfeitamente limpo, cheiroso e arrumado, assim como o restante da casa. Papai, Shivani e eu nos dividimos entre os cômodos e tarefas domésticas para facilitar o processo, mas nem por isso foi menos cansativo. Felizmente, agora podemos relaxar e aproveitar o restante do dia sem nos preocupar com afazeres que envolvam esponjas, aspiradores ou panos de chão.

 Após guardar os utensílios no armário de limpeza, decido tomar banho. Preciso de uma faxina pessoal, afinal. Logo estou sob a água morna do chuveiro, deixando que a espuma do sabonete de lavanda elimine qualquer resquício de suor ou poeira. Também lavo os cabelos e faço uma rápida, mas necessária, hidratação. Fico contente com a instantânea sensação de bem estar. Eu amo estar limpa, assim como os efeitos pós banho. Sinto-me leve e relaxada.

O dia está nublado, com o clima ameno, por isso opto por vestir roupas adequadas e confortáveis quando retorno ao quarto. Um conjunto verde musgo, de malha, composto por um short simples e uma blusa de manga longa, é o escolhido. Depois finalizo meus cachos com extrema calma e cuidado. Quero que fiquem bonitos para mais tarde. Josh disse que está preparando uma surpresa. Não recebi qualquer pista do que pode acontecer, mas tenho ideias. A principal delas envolve algo que ficou subentendido entre nós.

Tenho contado as horas desde a última quarta-feira, quando, após deixarmos a festa da Sofy, fomos à casa dele. Estávamos sozinhos, então aproveitei a rara ocasião para avançar todos os sinais possíveis — considerando o estado em que eu me encontrava. Foi incrivelmente excitante tocá-lo de forma tão íntima e depois prová-lo. Estava insegura à princípio, tive medo da rejeição e de não conseguir fazer direito o que pretendia, mas o estado em que o deixei, no fim, falou por si só.

Joshua não só gostou, como também se mostrou disposto a retribuir o gesto. Eu teria cedido facilmente se não fosse a droga do meu ciclo, que se encerrou apenas hoje de manhã. Ele não tem ideia do quão entregue eu estava, de que poderia ter o que quisesse, pois não ouviria qualquer negativa de minha parte. Pensando bem agora, dançarmos juntos na festa não foi o ponto alto da minha noite. Vê-lo desnorteado, ofegando e gemendo devido ao prazer que eu estava lhe proporcionando, sim, aquilo foi demais.

Sorrio sozinha, sentindo as bochechas queimarem perante a lembrança. Uma onda de calor percorre o meu corpo. Não sei de onde tirei coragem para agir daquela forma. Mas não me arrependo, era exatamente o que eu queria. E convenhamos, com aquele jeitinho meigo e excessivamente contido, ele jamais tomaria a iniciativa. Não por falta de desejo, pois já demonstrou sentir. Creio que o problema seja sua timidez, aliada ao extremo cuidado em relação a mim. Por isso decidi tomar as rédeas desse relacionamento e, se tudo acontecer como venho planejando, nosso encontro de hoje será mil vezes mais quente.

— Any Gabrielly Paliwal!

— Ai! — pulo de susto, levando a mão direita ao peito. Viro-me em direção à porta entreaberta, onde meu pai está parado, me observando. — Pai, quer me matar do coração? — respiro pesadamente.

— Na verdade quero saber porque estava mordendo os lábios e sorrindo como uma pervertida. — os braços se cruzam sobre o peito.

— Ha ha ha! Muito engraçado! — desfaço nosso contato visual, totalmente constrangida. — Eu não estava fazendo isso. — ando até a escrivaninha e ocupo a cadeira giratória antes de pegar o livro mais próximo e abrir em uma página qualquer. — Estava fazendo um roteiro mental de estudos. Tenho uma prova na próxima semana.

Touching Paradise • BeauanyWhere stories live. Discover now