Caution

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13.10.2019 - 20:00
Los Angeles, California

Joshua

Suspiro pesadamente ao saltar do carro e, após pagar a corrida, caminho em direção ao prédio do departamento de polícia. Ainda pergunto-me em que tipo de confusão Noah pode ter se metido para estar num lugar assim e mal posso acreditar em tamanha irresponsabilidade. Será que, enquanto fazia o que quer que seja, ele ao menos pensou nos riscos? Ao menos se lembrou de que seus atos podem refletir não só em sua missão, como também na minha e das garotas? Eu nem quero pensar no que será de nós caso seus antecedentes já tenham sido checados. O que farei se, a essa altura, a polícia já souber que Noah Urrea sequer existe neste plano?

Cruzo as portas de vidro com o pulso acelerado e surpreendo-me com a quantidade de pessoas no local. Há pelo menos vinte jovens algemados na recepção. Alguns ocupam assentos, outros estão de pé, encostados nas paredes. Todos cabisbaixos, vigiados de perto por um número pequeno de policiais. Procuro Noah entre eles, mas não encontro, então concluo que meu amigo está, provavelmente, em alguma cela.

— Merda, Noah! O que você fez? — murmuro para mim mesmo antes de suspirar novamente.

Olho em volta buscando alguém que possa me dar qualquer informação, visto que o balcão onde a pessoa designada para isso deveria estar encontra-se vazio. É justamente nesse momento que outros dois policiais saem pela porta que imagino ser a de acesso ao restante da delegacia. Reconhecer um deles aumenta consideravelmente meu nervosismo e, quando ele me olha de volta, reconhecendo-me também, sinto meu sangue gelar. Só espero que tudo termine bem.

— Josh? — o homem vem em minha direção, com o companheiro de trabalho ao lado. — O que faz aqui?

A expressão em seu rosto entrega quão surpreso o pai das gêmeas Paliwal está. Devo admitir que encontrá-lo não me surpreende, eu sabia que Edward estaria aqui. Porém, desde que deixei Any Gabrielly em casa e tomei o caminho para esta delegacia, orei internamente para que não nos esbarrássemos. Saber que o rapaz saindo com sua filha diariamente tem um amigo de caráter duvidoso, preso, aliás, não é exatamente o sonho de um pai. Mas pensando bem, poderia ser pior. Ao menos o preso não sou eu.

— Sr Paliwal, oi! É um prazer revê-lo. — estendo a mão para cumprimentá-lo, apesar do constrangimento. Ele aperta minha mão cordialmente, embora seu olhar demonstre a falta de tempo para cerimonias. Decido ir direto ao ponto. — Estou procurando informações sobre um amigo. Ele está... bem, detido aqui. — ajeito a postura.

— Um amigo? — ele me encara, avaliando como sempre.

— Sim. Será que pode me ajudar? Não há ninguém no posto de informações. — indico o balcão vazio. Ele assente.

— Claro, basta me dizer o nome. — diz, deslocando-se até o lugar. Edward pega alguns papéis sobre a madeira clara, ao lado do computador. Parecem listas. — Desculpe o transtorno. Normalmente somos mais organizados, mas hoje as coisas saíram dos trilhos. Estamos cheios de problemas.

— Além da falta de funcionários?

— Sim. Primeiro tivemos um grande numero de ocorrências simultâneas, algo que não estamos nem um pouco acostumados. Depois nosso sistema saiu do ar, todos os computadores simplesmente pararam de funcionar e, para piorar, ainda não conseguimos entrar em contato com nenhum de nossos técnicos. Parece que todos estão aproveitando o domingo à noite. — suspira, cansado. — Definitivamente, hoje não é nosso dia de sorte.

Touching Paradise • BeauanyWhere stories live. Discover now