Capítulo 41

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Chegamos em Virgin River.

Vamos direto para o chalé deixar as malas e mudar as roupas. O clima aqui é frio, do tipo de sair fumacinha da boca. Eu coloco um casaco de couro, troco os tênis por uma bota de cano longo, e preciso usar gorro e cachecol. São apenas 13h. 

O chalé fica em uma propriedade às margens do Rio que dá nome a cidade. São 4 espalhados pelo enorme terreno cercado de mata virgem, pouco explorada. Se fizermos silêncio dá para ouvir a água correndo no rio. É indescritível a sensação de paz que sentimos aqui.

Eu, Margot e Kitty apreciamos tudo deslumbradas. No Centro há muitas lojinhas, as ruas são floridas e com pouco trânsito. 

Depois de almoçarmos, truta ao molho de amêndoas, em um restaurante recomendado pelo dono da hospedagem, fomos à uma feira de artesanato local. Saímos de lá cheias de pinheiros, símbolo da região.  Pingente, chaveiro, caneta, guardanapos bordados, brincos entalhados, tudo com pinheiros.

À noite pedimos uma sopa no pão que foi servida no chalé, em frente à lareira. Estávamos cansados da viagem e resolvemos aproveitar a estadia. O chalé é grande, mas tem apenas uma suíte e um quarto comum. A sala acomoda duas pessoas pois possui um sofá espaçoso e aconchegante. 

-Lara Jean, Gogo. Vem ver esse sótão. É a coisa mais linda. Pai, eu posso dormir aqui?

Kitty grita animada, mas  eu não tenho força para subir e ver o que despertou tanta alegria.

-Amanhã Kitty.

-Katherine, você e suas irmãs ficarão juntas no quarto aqui embaixo. 



O amanhecer é um espetáculo, faz muito, muito frio, mas os sons vindos da natureza nos empurram para fora. Da varanda do chalé vimos uma família de esquilos e passeando pelas árvores muitos micos barulhentos. 

-Olha!
Kitty diz e aponta,com os olhinhos brilhando, um esquilo roendo alguma coisa.

-Nossa. Que paz.
É Margot quem diz satisfeita.

Meu pai vem desajeitado com uma máquina fotográfica em mãos, mas faz tanto barulho que assusta os bichinhos.  Agora ele aponta para nós 3, que tiramos fotos com cara de sono e enrolada em alguns cobertores. 

-Vamos meninas. O Jack, dono da pousada, disse que hoje em Virgin River acontecem os Jogos do Lenhador, que é um evento imperdível.  Vamos tomar café e partiu.

-"Partiu" pai? 
Ninguém aguenta quando ele cisma de querer falar um dialeto jovem. Fica tão forçado que chega a ser engraçado.

Quando ouvi dizer que estaria acontecendo os Jogos do Lenhador na cidade, bem no final de semana que estaríamos aqui, não senti a menor curiosidade em conhecer.  Mas o dia está no fim e minha barriga está doendo, não sei se é de tanto rir ou de tanto comer. 

-Essa foi,  definitivamente, uma das coisas mais divertidas que fizemos juntos pai.
Diz Margot. 

-Que bom que gostou filha. 

-Eu também amei. O que eu mais gostei foi aquela competição com a motosserra, para ver quem cortava o tronco mais rápido. Não.  Eu gostei daquela corrida em cima do rolo para ver quem derruba o outro primeiro. Pensando bem, ver aqueles lenhadores subindo naqueles postes super altos foi o mais legal.

Kitty está extremamente eufórica, ela corria por todas as atrações e mal conseguia decidir o que ver.

-Kitty, eu acho que você gostou de tudo. 
Digo, enquanto estou abraçada à Trina, tentando me proteger do frio que chega com a noite. 

Me marca, sou todo seu Parte IWhere stories live. Discover now