CAPÍTULO 25:

504 59 301
                                    


— O quê?

— Perguntei se você está satisfeito agora.

— Como eu poderia ficar satisfeito com...

— NÃO É O QUE PARECE!!!!!!!!!! — Inclinou-se um pouco mais para frente, encarando-o mais de perto enquanto vociferava completamente fora de controle. — NADA NUNCA VAI SER CAPAZ DE SATISFAZER A SUA NECESSIDADE DE SE METER EM PROBLEMAS QUE NÃO É CAPAZ DE RESOLVER SOZINHO, PORRA!!! VOCÊ ACHA QUE É SÓ VOCÊ QUE PAGA PELAS MERDAS QUE FAZ???? SEU EGOÍSTA DO CARALHO! VOCÊ NÃO LIGA QUANDO SUA VIDA CORRE PERIGO PORQUE NÃO É VOCÊ QUE PRECISA SUPORTAR A ETERNIDAD—

De repente o som de um estalo surgiu no meio da gritaria, e Bakugou se calou por um instante.

Izuku deu um tapa ardido em seu rosto.

— Obrigado... — Agradeceu sinceramente, levantando-se para recuperar as rédeas da própria consciência. — Me desculpe por gritar, de novo. — Estendeu uma das mãos ao mais baixo, que chorava silencioso e com uma expressão mais neutralizada que antes.

   Não seria exagero algum dizer que Izuku parecia cada vez mais anestesiado à medida que as lágrimas desciam pelas bochechas, principalmente depois de ouvir tudo aquilo.

— Eu que deveria estar agradecendo... — Sua voz falhava quando pensava no tamanho daquela gratidão reprimida em seu peito. Izuku era grato por tudo, inclusive pelos gritos... Mas a verdade é que ele era incapaz de verbalizar tudo isso, sua cabeça ainda parecia tão confusa. Sentia como se algumas peças estivessem faltando. — Por onde a gente começa? — Sua última frase tinha múltiplos significados, é claro.

— Me dê o seu celular, primeiro vou ligar para Kirishima. Nós precisamos encontra-lo o mais rápido possível. — Com delicadeza, deu um beijo breve no topo da cabeça do ômega antes de pegar o aparelho, como se aquele momento de segundos anteriores nunca tivesse acontecido. — Arrume uma bolsa com tudo que achar necessário mas não saia de perto de mim nem por um mísero minuto. — Instruiu e Izuku concordou, puxando o maior para lá e para cá enquanto pegava algumas coisas e ia colocando numa mochila espaçosa.

Katsuki não demorou para encontrar o contato de seu amigo, ligando-o assim que viu seu nome na tela.

— Midoriya?? — Resmungou sonolento.

   Aparentemente Kirishima também tinha voltado para casa mais cedo e estava dormindo antes de atender o telefonema.

— Vai acontecer tudo de novo... Eu explico melhor quando chegar, mas precisamos ser rápidos. — Só precisou passar as mesmas instruções para Eijirou, que se levantou prontamente para organizar as coisas mesmo que não soubesse o que estava havendo.

O ruivo tinha completa consciência sobre o que aquela primeira frase significava, mas ainda queria saber o que de fato estava acontecendo e não entendia porque precisava arrumar uma bolsa para si mesmo, afinal, não iria a lugar algum.

— Cara, que demora! — Resmungou quando viu o casal entrando pela porta. Katsuki quase arrastava o ômega puxando-o pela mão enquanto buscava visualmente por um casaco qualquer que estivesse jogado pela casa. — Eu estava começando a ficar preocupado, o que houve??

— Vamos embora, eu explico no caminho. — Agarrou o sobretudo que encontrou pendurado no encosto do sofá, de onde Kirishima havia se levantado.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Onde histórias criam vida. Descubra agora