『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』

CAPÍTULO I:

Era difícil saber por onde estava andando, a esta altura do campeonato, depois de quase um dia inteiro caminhando sem o mínimo senso de direção, Izuku já poderia até mesmo ter atravessado as reservas do vilarejo mais próximo, e se isso aconteceu, estava correndo perigo com certeza.

    Qualquer criatura selvagem poderia aparecer e atacá-lo, já que não se tratava de um aventureiro muito forte, e apenas com sua pequena adaga de fio duvidoso seria impossível defender-se de um troll, um dragão ou pior: um lúpus.

    Sem dúvida alguma esse era o seu maior medo, afinal, seu vilarejo não ficava tão distante de um território cheio deles.

    Se tivesse outra opção nem mesmo faria as missões que aceita cumprir, mas por se tratar de um lugar perigoso e hostil, o ganho é suficiente. Por conta da periculosidade de trabalhar pela região, Izuku acaba sendo também, um dos únicos que arrisca se aventurar pelas redondezas.

Midoriya é um jovem de quase vinte anos que ganha a vida fazendo missões para a colônia onde vive e também para a capital.

    Apesar de frequentemente ter que capturar ou matar diferentes tipos de pequenas criaturas, o esverdeado é uma pessoa muito doce, por vezes medroso, mas sempre gentil.

    Ele escolheu se tornar aventureiro, não só pelo desejo de seu falecido pai, mas também pelo fato de ser uma das "profissões" mais acessíveis e que oferece uma remuneração razoável apesar do risco iminente, entretanto, como o rapaz está sempre entre os arredores da capital e seu vilarejo — que é localizado consideravelmente longe —, geralmente fica com as tarefas mais complicadas e que, consequentemente lhe dão mais moedas.

     Apesar disso, nunca sequer viu ou interagiu com alguma das criaturas mais ferozes que rondam o continente, como por exemplo dragões ou grandes equinos alados, por outro lado, já teve contato com lúpus de diferentes matilhas, estes que estão por toda parte e que não surpreendentemente são de fato hostis quanto aos humanos, então, por via das dúvidas escolheu vê-los de longe enquanto se escondia para que não fosse devorado.

    Ainda assim, todos o consideram um garoto de sorte, quase ninguém pôde ver essa espécie tão de perto e sair completamente ileso.

     Mesmo que a guerra tenha acontecido há muitas décadas, o preconceito com a raça humana ainda está implantado e permanece firme por todos os lados, então não há como defendê-los fora da capital.

     Vilarejos inteiros já foram destruídos e saqueados por diferentes tipos de monstros — qualquer outra criatura que possa atacar aldeias humanas são, geralmente, chamados de monstros ou aberrações.

    A família real não podia controlar esse tipo de acontecimento, muito menos tem poder defender aqueles que são de sua própria espécie, mas que habitam longe da capital real, isso porque o seu único direito de sobrevivência como raça, provinha e mantinha-se detrás das muralhas que rodeavam a grande capital, muros estes que funcionavam como cerca para "conter o gado".

    Apesar de serem tratados como lixo fora de sua fronteira, ali ninguém podia tocar nem invadir, era o único lugar onde estavam seguros e tinham certa paz, por isso sempre houveram problemas com superpopulação, e isso foi o que forçou a família real a dividir toda a sociedade.

    Foi a partir daí que deu-se início a desigualdade social e econômica, onde os mais pobres eram praticamente deportados para diferentes vilarejos, estejam eles próximos de territórios perigosos ou não.

     Diante disso, criaram-se as guildas para aventureiros, que recompensa aqueles que treinam a vida toda para poder sobreviver nesses lugares abandonados pela segurança da realeza.