『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』

CAPÍTULO 14:

[...]

   Depois daquela noite intensa, acordamos cedo e nos encontramos com Denki perto das escadarias. Meu humor estava incrivelmente leve, e eu parecia caminhar sobre as nuvens ao lado do menor, que parecia sentir o mesmo se não fosse pelo desconforto em estar naquele castelo tão imenso.
O loiro nos cumprimentou e farejou o ar algumas vezes, nos encarando logo em seguida.

— Vocês... Transaram? — Cochichou, com medo que os outros pudessem ouvir.

— Claro que não! — Izuku deu um pequeno salto.

— Claro que sim!

— Meu Deus! Vocês são mais imprudentes do que eu pensei que fossem!! — O príncipe agarrou a mão do menor, trazendo-o mais para perto, e quando eu fui impedir que ele fizesse mais alguma coisa, o mesmo tirou um frasco de seu bolso, pingou algumas gotas nas pontas de seus dedos e passou-as desde sua nuca até toda a extensão da clavícula do ômega, que mesmo instante cambaleou ligeiramente, entorpecendo-se pelo cheiro. — Isso vai anular o cheiro de alfa do seu corpo por um tempo... Pelo menos tempo o suficiente para que Mitsuki não descubra até o baile.

— Você o drogou?!!... Espera, que baile?! — Rosnei baixo, tentando não chamar atenção de ninguém, afinal ainda estávamos nas escadarias principais.

— Para que ficasse realmente drogado precisaria de mais um pouco, e ele teria que beber disso. Passar sobre a pele não é o suficiente. — Revira os olhos, colocando o frasco de volta em seu bolso. Apesar de Kaminari parecer bastante bobo, na verdade era uma das pessoas mais astutas e de raciocínio rápido que eu conheci. — Sua mãe divulgou nosso casamento ainda ontem durante a noite. Durante toda a madrugada o castelo foi organizado e preparado para o baile de casamento... A capela também já está quase pronta depois dos canteiros, e todo o reino foi convidado para a festa... Que começa durante a tarde e o casamento... Ocorrerá amanhã. — Ele parecia relutante. Apesar de tudo também não concordava em se casar com alguém que já tinha um amor.

— Entendo.. — Izuku se recompôs, coçando levemente a ponta do nariz.

— O que vocês vão fazer?? — Sorriu cabisbaixo. — Podem contar comigo caso queiram fugir. — Eu reagi com surpresa assim como o menor ao meu lado, que deu um enorme sorriso.

— Como você descobriu..?

— Eu já imaginava... — Riu tristonho. — Tentei convencer minha mãe de que não era uma boa ideia me envolver com você, mas ela só esteve pensando em riquezas e bens esse tempo todo... — Permaneci calado, deixando-o desabafar. — Eu não quero me intrometer entre vocês.

— Você é uma das melhores pessoas que eu já conheci, Denki... — O menor pegou nas mãos do príncipe, e então se encararam. — Me preocupo em como você vai ficar depois disso... Poderemos nos ver mais vezes??

— Acho difícil. — Peguei no ombro do esverdeado, balançando a cabeça negativamente. — Se realmente conseguirmos fugir daqui, o país não será mais seguro... Talvez possamos nos encontrar em sua ilha, mas se bem conheço minha mãe, também seremos foragidos por lá. — Abaixei o tom.

— Tem razão... — O loiro assentiu. — Talvez nunca mais possamos nos ver... Quando vocês saem?

— O quanto antes.

— A segurança foi reforçada... — Izuku reparou em alguns guardas que passaram pela escadaria e nos cumprimentaram. — Você disse que o baile seria aberto ao público??

— Sim... Sugiro que vocês fiquem por mais uma noite já que será difícil enganar tantos soldados concentrados no mesmo lugar. — O príncipe parece preocupado. — Já fizeram uma rota?