CAPÍTULO II:

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Alguns minutos se passaram e enfim já era capaz de ouvir pessoas conversando mais longe, galopes na grama e até mesmo alguns cochichos referentes a si.
    
     Izuku não conseguia se manter concentrado em um só cheiro, já que haviam muitos deles se misturando ao redor, alguns mais fortes e outros bem fracos e longínquos. Se perguntava como era possível sentir aromas tão específicos nessa quantidade.

    Apesar de não poder ver, sentia dezenas de olhares sobre si, o que era extremamente desconfortável e trazia a sensação de estar cercado, no entanto, por outro lado ninguém de fato se aproximou.

Ouvindo botas arrastarem-se no que agora parecia um caminho mais sólido, aquele corpo robusto que o carregava subiu algumas escadas e andou um pouco mais.

      Sentindo estar cercado por concreto, sabia que já estavam em algum tipo de estabelecimento quando foi colocado no chão. Aquela pessoa que lhe trouxe virou-o para o lado oposto, agora ficando atrás de si, e então com um chute fraco na parte detrás dos seus joelhos o fez prostrar-se sob uma superfície rochosa e rígida.

    O homem estranho, em seguida amarrou as mãos do rapaz em suas costas, e lentamente tirou a venda de seus olhos.

     Acostumando-se vagarosamente com a claridade, quando olhou para frente pôde ver muitos daqueles lobos exageradamente grandes, mas também, junto deles haviam pessoas com roupas de couro e dos melhores tecidos, no que parecia ser um grande salão de um palácio muito distante de casa.

      Quando desviou o olhar para o lado, viu o rosto daquele que o trouxe, olhos intensamente vermelhos e cabelos loiros, este estava sentado atrás de si enquanto o menor permanecia ajoelhado entre suas pernas, com o torso de frente para o público.

Estava nervoso com certeza e o silêncio predominava no lugar, aquele estranho olhava para cada detalhe do seu corpo como se fosse uma relíquia e ele, sem saber o que fazer, fitava o chão à sua frente.

    Quando decidiu olhar para trás, viu que o maior estava sentado sobre um trono ornamentado, como o de um grande e poderoso rei...

    Percebendo do que isso se tratava, seu coração acelerou, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, viu algo escamoso e vermelho se mexer mais atrás; tratava-se de uma grande cabeça de serpente com chifres e olhos amarelos.

    A criatura se moveu para cima, despertando de um sono preguiçoso, olhando diretamente para o sardento, que pulou de susto, se levantando e perdendo o equilíbrio no mesmo instante por conta de sua perna bastante dolorida.

Ele cai por aqueles degraus que subiam ao sólio e se senta no chão, apavorado. Aquilo era um dragão carmesim de pelo menos quinze metros de altura.

Para os outros, aquele humano exalava medo e insegurança, de fato isso misturava-se com seu cheiro de hortelã, mas, o que era mais preocupante nessa situação na verdade eram os lobos que se aproximavam. Suas feições eram claramente as de quem via uma refeição de boa qualidade.

    O cheiro do medo e do sangue seco atraiu principalmente alguns dos alfas que também habitavam ali, era sufocante vê-los vindo em sua direção como se pudessem o atacar a qualquer momento e rasgar sua carne como se não fosse nada além de uma ovelha trazida ao matadouro.

— Eu não ousaria se fosse vocês. — A voz daquele homem loiro ecoou alto e forte, fazendo com que imediatamente todos os outros abaixassem suas orelhas numa posição devota. Aquele cheiro de canela se intensificou, a ponto de sufocar o humano. Ele não conseguia entender porquê sentia aquilo tão intensamente. — Eijirou, pegue-o. — Agora, com o timbre mais baixo, ele dá ordens. Midoriya só entendeu que se tratava daquele enorme réptil quando o mesmo se levantou, e esticou seu longo pescoço. Eles se encaravam nos olhos, o esverdeado trêmulo mordia a própria língua para não gritar, enquanto o dragão, suntuoso, ficou longos segundos medindo cada centímetro do menor, seu focinho quase encostava em seu peito, então sentiu seu cheiro algumas vezes, parecendo satisfeito com o aroma. — Eu mandei pegar, Kirishima. — Falou arrogante, e então aquele animal mostrou seus dentes. Izuku, com medo, fechou os olhos e sentiu-se ser abocanhado. O animal pegou-o cuidadosamente pela roupa e trouxe até seu mestre, que permanecia sentado. O jovem foi deixado entre suas pernas novamente, ajoelhado como antes, mas agora de frente para aquele que mais cedo lhe tirou a venda dos olhos. — Qual seu nome? — Perguntou mesmo já sabendo a resposta. O pequeno aventureiro só conseguia olhar fixamente para o rosto do mais velho. – Eu não vou perguntar novamente.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Место, где живут истории. Откройте их для себя