CAPÍTULO 3:

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       Katsuki e Midoriya não trocaram olhares pelo resto da aula, e o esverdeado saiu um pouco antes do horário já que aparentemente teve algum problema para resolver. O loiro, assim que ouviu o soar daquele mesmo sinal anterior, se levantou prontamente e andou em passos rápidos até o prédio central, onde se encontrou com um Kirishima elétrico. Os dois tinham coisas importantes para dizer, e estavam completamente enérgicos, quando chegaram próximos um do outro, disseram ao mesmo tempo:

— Você não vai acreditar em quem eu encontrei! — Arquearam uma das sobrancelhas ao mesmo tempo, e então sorriram juntos. — Você primeiro. — Katsuki pediu.

— Asui!! Ela é veterana e técnica do time de basquete. — O ruivo faltava pular de alegria. — Você tem que ver como ela não mudou sequer um centímetro! Até o nome permanece idêntico ao que era.

— Kiri...

— Ela foi na nossa sala apresentar o clube e deixou uma lista de interessados, eu acho que vou me inscrever!

— Kirishima! Izuku e eu estamos na mesma sala. — Falou, mais calmo que o esperado. Não se sabe se o loiro estava ainda incrédulo, ou inseguro.

— Como é? — Se arrepiou, sentindo suas pernas fraquejarem por alguns segundos.

— Midoriya Izuku e eu fazemos o mesmo curso... Ele está aqui, e tão lindo quanto no dia em que o perdi... — Sorriu leve, olhando para o chão.

— É sério?! — Pulou alegre. — Isso é demais! É um milagre! Asui e Midoriya no mesmo lugar! Isso é uma verdadeira benção! — Pegou nos ombros do amigo. As vezes o ruivo exagerava quando falava de anjos e suas bençãos. O outro já teve experiências com tais milagres e eles não são lá tão cheios de glória.  — Ei, por quê você não parece contente com isso?

— Eu estou com medo... — Levantou o olhar, que transparecia o quanto estava fraco emocionalmente. — Eu sei que tem mais pessoas conhecidas aqui, eu posso sentir que estão por perto... Se eu me aproximar de novo e perder todas elas mais uma vez... Eu não vou suportar, Eijiro.

— Por que está pensando nisso agora? Talvez seja melhor reencontra-los e ter novas oportunidades do que nunca mais poder vê-los, não concorda?

— Mas...

— Teste de microfone. 1, 2. Teste de microfone. — Ouviram uma voz masculina vindo das caixas de som do refeitório, que também estavam espalhadas pelos corredores e uma em cada sala, o corpo de Bakugou se arrepiou dos pés a cabeça, ele tinha certeza que conhecia aquela pessoa.

Em seguida um eco e então outra voz, e essa mais madura que a anterior disse:
— Bom dia, calouros! Os líderes dos clubes estarão no pátio central esperando pelas suas inscrições, sejam todos muito bem vindos e espero que tenhamos um ótimo ano letivo. Não se esqueçam que esses clubes contam também como horas complementares para a conclusão de seus cursos. Obrigado pela atenção, até mais.

     Parecia ver tudo em câmera lenta quando um jovem de cabelos loiros pulou quase cinco degraus até chegar ao chão do pátio, saindo da área para funcionários, vindo da sala de áudio e vídeo, de onde vieram as vozes de quem provavelmente era um aluno, e do diretor responsável pela universidade. O loiro correu rapidamente entre as pessoas e assim que passou por Katsuki, os dois pareceram tomar uma descarga elétrica. Ainda em câmera lenta, cruzaram olhares rápidos, e voltando ao normal, o menor parece tropeçar no próprio pé e cai ao chão, rolando alguns metros. O alfa respondeu prontamente àquela queda, e correu até o outro, que parou um pouco mais para frente, sentando-se sobre seus joelhos.

— Você está bem?! — Perguntou preocupado. Estendendo a mão para que pudesse se apoiar e levantar, como se culpa fosse sua.

Com o rosto ralado, assim como as mãos, abriu um sorriso tímido. Não conhecia aquele homem mas sabia que havia algo estranho naquele encontro repentino. — Estou. Obrigado. — Deu-lhe um segundo sorriso. — Eu preciso concertar a caixa de som do quarto prédio, a gente se vê!

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Where stories live. Discover now