CAPÍTULO 8:

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Aquele beijo... Eu nunca me esqueceria dele... Muito menos do que viria depois.

Quando nos soltamos, as pessoas que viram aquela cena estavam contentes. Ninguém se sentiu verdadeiramente incomodado com o nosso beijo e isso pareceu confortar o esverdeado, que depois da dança, me puxou para algumas das tendas que tinham comidas.
Pouco tempo depois, as pessoas começaram a se sentar em alguns troncos em volta da fogueira que ainda tinha sua chama alta e poderosa, segundo Deku, aquela era a hora que contavam algumas lendas e histórias do vilarejo. Eu me sentei e Deku ficou atrás de mim, de pé e com as mãos nos meus ombros.

— Quem começa dessa vez? — Um homem simpático falou, e vi Shindo se levantar do lado oposto ao nosso.

— Por que Hanhan não tenta dessa vez? Conte sua história. — Sorriu maldoso, qual é a desse idiota.

— Ah... Não eu... Não sou bom com esse tipo de coisa. — Tentou esquivar-se do assunto.

— Tudo bem, então eu conto. — Me perguntava por que diabos ninguém contestava as atitudes desse cara.

— Por favor, Shindo... É só o primeiro dia você não pode tentar ser um pouco mais compreensivo dessa vez? — Deku apertou levemente as mãos em meus ombros, ele estava trêmulo e isso me deixava puto.

— Oras... É sempre bom reforçar o motivo pelo qual você continua vivo, Hanhan. — Arrogante, andou mais para frente.

— Kacchan... Vamos embora, por favor... — Me levantei, e olhei para seu rosto. Seus olhos marejados se recusavam a deixar as lágrimas caírem.

— Você deveria contar a verdade para ele, Izuku. — Shindo falou o primeiro nome dele, me incomodava ouvi-lo desse modo, mas preferi apenas levá-lo para longe.

— Vamos, eu vou te levar para um lugar melhor, ok? — Falei baixinho, e passei a mão em seus cabelos verdes. Ele me olhou pedindo por favor, e então peguei em sua mão.

— Quando dirá que é impuro, Hanhan? — Falou alto, quando viu que começamos a ignora-lo e dar a volta naquelas pessoas. — Um dia, um ômega e uma humana tiveram um filho, e ele se chamava Izuku Midoriya.

Quando andávamos na direção da saída do vilarejo, travei fincando os pés no chão.

— Nasceu meio ômega e meio humano. Uma completa aberração e desgosto para o seu vilarejo e aos seus antepassados.

— Kacchan, por favor não escute-o. Vamos... — Eu olhava para o chão, imóvel.

— Quando descobriram, sua mãe foi crucificada e o garoto, poupado para servir de exemplo. — Riu breve. — Se vai namorá-lo precisa saber quem ele verdadeiramente é. Um bastardo meio humano.

— Agora você me ouve. — Virei-me enfurecido. — O meu nome é Katsuki Bakugou, filho de Mitsuki, príncipe desta terra e futuro rei. A menos que queira ser levado ao calabouço, nunca mais ouse desrespeitar Izuku. Fui claro?

A sua expressão assustada era impagável. Ele deu alguns passos para trás, recuando incrédulo. Todos os outros também pareciam surpresos, afinal não me lembro de nenhum membro real passar por esse vilarejo alguma vez.

— Tragam-me o cavalo de Izuku. — Mandei.

— Mas ele não tem direito. — Tentou contestar. Sua arrogância e preconceito me davam vontade de começar uma briga ali no mesmo momento.

— Agora ele tem. E eu não pedi, eu mandei trazer o cavalo. — Com ainda mais força na voz, vi um dos homens correr para o estábulo, logo voltando com o corcel. — Caso eu ouça boatos, saberei que foram daqui que saíram, e então não terei misericórdia. — Foi meu último aviso, antes que Izuku subisse no quadrúpede, e saíssemos de lá com calma. Aparentemente acabamos com o clima da festa, mas por mim tudo bem.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Onde histórias criam vida. Descubra agora