CAPÍTULO 9:

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Katsuki acordou com uma dor de cabeça forte naquele dia. Se não fosse Kirishima, teria se atrasado para as primeiras aulas. Suas memórias estavam fracas mas ainda latentes no seu peito, desde a última morte de Izuku, construiu um muro de segurança própria entre o seu presente e o seu passado, mas apesar disso, com um mínimo esforço conseguia se lembrar de cada detalhe das coisas que aconteceram. Era estranho, afinal não estava pensando nisso nos últimos dias, mas sentia como se toda a sua vida estivesse sendo relembrada. Talvez fosse a nostalgia de encontrar tantas pessoas que já conhecera juntas no mesmo lugar, ou quem sabe sua vida tenha se tornado uma história... Era difícil distinguir.
As primeiras aulas foram tranquilas, nenhuma novidade surpreendente ou matéria impossível, era sempre o primeiro a responder os questionários e até ajudava na aula com algumas curiosidades. Chegado o intervalo, decidiu ir até Izuku, que permanecia em silêncio desde o começo do dia, Katsuki o chamou algumas vezes até que atendesse, tirando os fones dos ouvidos.

— Sim?

— Quer um café? — O loiro perguntou, enquanto o outro parecia pensar.

— Eu não queria sair da sala... — Foi sincero.

— Não tem problema, eu posso trazer um café para você... Mas por que não quer sair? Algo te incomoda?

— Sempre incomodam, mas não precisa se preocupar com isso, nem com o café, não precisa ter esse trabalho. — Sorriu de leve, tristonho.

— Então estamos falando de pessoas. — Quando o esverdeado percebeu que falou demais, tentou se concertar. — Tá tudo bem, entendo que não queira sair, mas te garanto que se for comigo estará seguro.

— Imaginei que fosse dizer algo desse tipo. — Riu baixo.

— E por que? — Arqueou uma das sobrancelhas, curioso.

— Porque você realmente me transmite muita segurança... Sem falar que seus feromônios são um dos mais intensos que já senti, e olha que eu nem sou tão sensitivo... — Omitiu na última informação, mas o alfa sabia disso.

— Então por que ainda tá aí sentado? — Levantou, indo em direção a porta, chamando-o com um movimento lateral da cabeça. — Vamos.

— Certo certo... — Balançando a cabeça negativamente mas com um sorriso esboçado no rosto, o menor se levantou, indo acompanhar Katsuki.

Andando pelos corredores bem movimentados da universidade, atraíam olhares por onde quer que fossem, mas pareciam tão imersos numa conversa quase monótona que nem sequer percebiam a curiosidade alheia estampada em seus rostos. Quando chegaram na cafeteria, Katsuki pagou pelas bebidas e Izuku escolheu uma mesa um pouco mais afastada das outras —que não estavam tão cheias.

— Por que me chamou para tomar café? — Indagou, tomando um gole de seu café gelado.

— Um colega de classe não pode te chamar para tomar café? — Ergueu uma de suas sobrancelhas. Segurando seu copo na destra.

— Digo, qual o motivo? — Embolou-se na própria fala.

— Preciso ter um motivo?

— Eu te faço perguntas e você me faz perguntas que me fazem perguntar a mim mesmo por quê eu estou fazendo perguntas tão estúpidas. — Riu de leve, confundindo sua própria cabeça depois de falar as mesmas palavras várias vezes. — Isso fez sentido?

— Fez. É o meu poder especial. — Esboçou um meio sorriso, sarcástico.

— Fazer perguntas? — Confuso, fez o loiro rir alto.

— Te deixar confuso. — Era cada vez mais engraçado, quanto mais vezes Izuku reencarnava mais ele nascia bobo e ingênuo, para Bakugou isso o tornava cada vez mais apaixonante.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Where stories live. Discover now