𝙋𝙧𝙤𝙢𝙞𝙨𝙚𝙙 𝙩𝙤 𝘼𝙡𝙥𝙝𝙖 ; 2000

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Prefácio:

  Katsuki passou a viver com Kirishima numa civilização, tendo então deixado para trás as ruínas de seu antigo reino, que descobriu ser chamado de Mystras e estar na Grécia. Ambos demoraram algum tempo para se acostumar com todas aquelas novidades, mas não tardaram para começar uma vida como qualquer outra que viviam por ali. A cidade era grande e o país que escolheram era um dos mais habitados atualmente.
O ruivo estava animado com a ideia de recomeçar, e então providenciou toda a parte burocrática necessária para ter uma vida. O outro mal podia acreditar que precisavam de tantos documentos para viver, e demoraria um bom tempo para se acostumar com esse fato.
Omitindo suas próprias idades, costumes e também família, conseguiram documentos provisórios com idade alterada, também foi fácil conseguir um lugar para morar e dinheiro, já que o ruivo não economizou esforços para trazer consigo todo o ouro e preciosidades que guardavam no reino. O que usaram como justificativa foi uma herança familiar, que não era difícil de comprovar usando informações falsas e adulteradas.
Agora, Katsuki Bakugou e Eijiro Kirishima eram cidadãos asiáticos que viviam no Japão moderno, e tinham obrigações banais como cuidar da casa onde moravam ou se preocupar com graduação.

— Que diabos é isso? — Resmungou o alfa, jogado sobre o sofá da sala, olhando fixamente para o teto enquanto mexia em seu colar verde.

— Do mesmo jeito que você precisa se adaptar com as roupas, você precisa se adaptar com o ensino superior. — Murmurou, jogando uma camisa preta no rosto do outro.

— Isso é chato.

— Tudo é chato, mas a gente pode fazer todas essas coisas que as pessoas normais fazem, é só se esforçar um pouquinho... — Colocou os papéis numa mesa de centro.

— Tudo bem... Mas não deixa de ser chato. — Resmungou, sentando-se para colocar a camisa.

— Pelo menos teremos coisas diferentes para fazer. — Sorriu, tentando procurar o lado bom de matrícula-los numa universidade. — Vamos conhecer pessoas novas e quem sabe você melhore esse seu humor podre.

— Não enche. — Se levantou, e foi até seu quarto, onde entrou e trancou a porta.

Voltando a pegar o pingente de seu colar, se deitou na cama e ficou fitando o espaço ao lado, com os pensamentos distantes. Não houve sequer um mísero dia que não pensou em seu garoto, mas já estava se acostumando com o fato de não poder tê-lo, principalmente depois de tantos e tantos anos sem ele.

Alguns dias se passaram do que chamavam de férias de inverno, e então as aulas numa universidade começaram. Katsuki considerava aquilo completamente desnecessário para si, mas não queria estragar toda a empolgação do homem que fez tanto por ele.
Por mais que estivessem na mesma instituição, escolheram cursos diferentes, enquanto o loiro escolheu cursar arqueologia, para se sentir mais próximo das coisas que viveu, o ruivo, interessado por coisas completamente opostas decidiu cursar educação física. Ambos tinham certeza que se dariam bem nessas áreas, autodidatas e hiperdotados, tendo aprendido a língua nativa do país e de muitos outros em alguns meses, estavam confiantes que tirariam isso de letra.

   Eles chegaram rápido em seu destino, e ficaram juntos até que devessem entrar para as salas onde passariam algumas horas. Quando o fizeram, Katsuki olhou para o rosto de seu professor, que parecia ter no máximo trinta e cinco anos, então o cumprimentou como aprendeu que era o correto, e se distanciou em busca de um lugar para se sentar. Ao lado da janela, primeira fileira, lugar disponível. Por enquanto tudo ia bem, então as pessoas começaram a entrar naquele pequeno espaço cheio de pequenas cadeiras e mesas. As vozes invadiram os devaneios do loiro e conversas paralelas foram se criando bem rápido.

   Pensando que já estavam todos presentes e prontos para começar, a porta se abre uma última vez, e um jovem de média estatura entra no lugar. Os sentidos de Katsuki se aguçaram e arrepiaram seus pelos, aquela presença era familiar para si, e então as cores voltaram aos seus devidos lugares.
Mochila amarela, tênis vermelhos e cheiro de hortelã. Quando o alfa focou seu olhar naquele garoto, viu em seu rosto sardas lindas como as estrelas, e um cabelo verde, tipicamente bagunçado. O rubor cansado destacando suas bochechas daquele uniforme cinza combinava com a gravata vermelha, que por sua vez estava muito bem arrumada.

   O coração palpitando, as borboletas rodopiando no estômago. Podia ser verdade? Não conseguia desviar o olhar, era impossível. O docente pediu para que o menor se sentasse e então ele passou a caminhar na direção do loiro.

— Bom dia. — Ele se dirigiu até uma mesa livre atrás de Bakugou, a voz doce e baixa não havia mudado sequer um único timbre. — Este lugar está vazio? — Tocou seu ombro e perguntou com um sorriso tímido estampando o rosto, e o maior, ainda sem conseguir verbalizar qualquer palavra, assentiu em movimentos lentos com a cabeça enquanto encarava-o. — Obrigado.

    Ele estava ali, bem atrás de si. No auge de seus vinte anos, estudando sobre algo que se interessava imensamente, afinal, não podia ser diferente...

Finalmente agora poderia cumprir a promessa que lhe fez.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Where stories live. Discover now