CAPÍTULO XV:

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      Levantando num forte impulso, buscando pelo oxigênio que rasgava seus pulmões, sentiu grande dor acima de sua nuca, onde foi atingido na noite anterior.

   Resultado de sua ansiedade e inquietude, pulou da cama para olhar pelas cortinas, verificando a posição do sol e constatando que já se passava das nove horas, numa manhã fria e cheia de nuvens escuras que tentavam tapar o brilho daquela grande e longínqua esfera flamejante.

    Precisava encontrar seu ômega mas não fazia ideia de onde ele estava, poderia ter sido pego ou conseguido fugir, a dor da dúvida lhe consumia de dentro para fora, causando-lhe um frio na barriga angustiante.

    Assim que abriu a grande porta de seu quarto, abruptamente foi barrado por duas longas lanças vindas de dois soldados que ficaram encarregados de mantê-lo preso até segunda ordem.

— Que diabos estão fazendo??! — Agarrou aquelas armas de ferro que estavam cuzadas para o impedir que saísse. — Saiam da minha frente, agora!!

— A rainha ordenou que o mantivéssemos em seus aposentos até que a própria venha buscá-lo. — O da esquerda esbravejou.

— Eu sou o seu futuro rei! Saiam da frente imediatamente! — Rosnou o príncipe, sentindo sua força se multiplicar de uma hora para outra.

— Perdoe-nos, príncipe Katsuki... Mas caso saia daqui desobedecendo as ordens da rainha, nós e nossas famílias pagarão pelo preço. — O da direita parecia fragilizado com as ameaças de Mitsuki. — Peço para que não resista e estará nos poupando das punições.

— Essa maldita sempre consegue tudo que quer!! — Virou-se para dentro, pisando forte. Pensando muito no que o seu ômega faria nessa situação, decidiu não arriscar a vida de dois soldados e suas famílias, então retornou, parando na porta. — Pelo menos me digam o que houve ontem... — Tristonho, chamou a atenção de ambos os guardas que não esperavam uma reação tão compreensiva do alfa que, geralmente agia por impulso.

— Capturamos o plebeu ontem depois que ele quase despencou por uma ribanceira... — Cuidadoso, de soslaio observava a reação do loiro. — Ele não resistiu depois que o resgatamos do desfiladeiro, subiu na montaria por conta própria e voltou acompanhado de alguns cavaleiros.

— Onde ele está agora?! O que aconteceu com Izuku?! — Rangia os dentes, forçando o maxilar o máximo que conseguia, deixando algumas lágrimas densas e salgadas gotejarem depois que se arrastaram pelas suas bochechas quentes. — Eu dou minha palavra, não contarei nada para Mitsuki e os recompensarei mais tarde... — Passou as mãos ásperas pelo rosto, limpando-o com certa agressividade. Os outros dois se entreolharam e concordaram em fazer daquilo um segredo.

— Nenhum de nós foi capaz de maltrata-lo... — Falou aquele que estava à esquerda. — Ele foi bastante gentil e aceitou sua vinda sem reclamar. Tinha poucos ferimentos nas pernas por conta da queda, mas aparentemente não estava muito machucado. — Fez o de olhos vermelhos suspirar com um pouco de alívio. — Ele foi levado ao calabouço temporariamente, e a rainha foi vê-lo durante a manhã...

— O que ela fez?!! — O príncipe voltou a enrijecer os ombros e franzir o cenho.

— Ela... — Pigarreou, um pouco nervoso. — Ficou alguns minutos na cela e ordenou para que nenhum dos nossos entrasse no local,  disse que deveriam leva-lo até a capela ao meio-dia, para que participasse do casamento... O senhor precisa aguardar em seus aposentos até que Tsunagu venha prepará-lo.

Balançou a cabeça positivamente agradecendo suas cumplicidades, e se afastou um tanto da porta para esperar algumas das pessoas que ficaram encarregadas de suas vestes. Quando o príncipe fez contato visual com o estilista da família, reparou imediatamente em seu rosto, onde haviam alguns hematomas avermelhados e um corte em processo de cicatrização. Tsunagu já tinha idade, o que fazia sua regeneração tardar cada vez mais.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora