CAPÍTULO 10:

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[...]

Talvez eu não deveria estar tão surpreso por ter um casamento arranjado, afinal, eu sou da realeza e meus pais querem se certificar que eu mantenha seu legado, que tenha filhos e dê seguimento no reinado que um dia fora deles, mas eu estava furioso, genuinamente furioso.

— Sente-se, Bakugou. Vamos resolver isso como pessoas civilizadas. — Mitsuki tentou conter o filho que ela mesmo irritou. E é claro que ela não conseguiu, já que foi assim que me criou.

— Não somos pessoas! Não finja que somos! — Rosnei alto, ainda de pé. — Eu não vou me casar e você não vai me obrigar! Nenhum dos seus truques sujos funciona comigo!! — Minha mãe provavelmente nunca me viu tão bravo como vê agora, mas manteve seu cinismo todo o tempo, fingindo que a situação estava sob controle.

— Não me faça levantar, Bakugou. — Rosnou, mostrando seus dentes afiados. Estávamos prestes a começar uma briga onde um dos dois sairia gravemente ferido.

— K-Kacchan... — Izuku me chamou, fanho e com medo. Imediatamente minha postura se modificou, olhei para ele com uma feição mais calma e relaxei os ombros. Eu havia o deixado com medo e não era isso que queria.

Pedi desculpas a ele com o olhar, voltando a me sentar. Mitsuki ergueu uma das sobrancelhas confusa, mas não questionou e apenas acenou em agradecimento ao esverdeado, que conteve minha raiva com pouco esforço.

— Escute o que ela tem a dizer primeiro, por favor... Depois você faz as suas objeções e então podemos entrar num acordo amigável... — Denki falou, também um pouco preocupado com o meu comportamento.

— Você sabia disso, né?! — Rangi os dentes.

— Eu também não concordo com a ideia de me casar com alguém que não me ama, Katsuki. — Foi sincero, e sua mãe o repreendeu. — É verdade! Mas temos responsabilidades, precisamos nos preocupar com os nossos deveres reais, e é apenas por isso que eu concordei com essa ideia. — Abaixou a cabeça.

— Vocês terão uma longa conversa, eu... Posso regar algumas flores? — Sorriu olhando para Mitsuki, pedindo permissão para sair da mesa.

— Claro que pode... — A rainha foi gentil, dando um sorriso falso ao jovem que se levantou. Denki o olhou apreensivo, e eu o segurei pela mão.

— Eu vou cuidar do canteiro, não se preocupe com isso. — Tentou me confortar, mas eu sabia que havia algo errado, sua linha d'água estava cheia e ele segurava o choro.
— Me solta, por favor... — Quanto mais nos encarávamos, mais difícil ficava. Eu o soltei depois de alguns segundos sem saber o que dizer, e me voltei para a mesa, enquanto ouvia seus passos lentos e vagarosos se afastando cada vez mais e mais.

— O que ele é seu afinal? — A velha perguntou.

— Nada sobre ele te interessa. Eu não vou me casar com um Kaminari e não adianta tentar me convencer. Digam rápido quais as suas pretenções, quanto mais rápido disserem, mais rápido negarei todas elas. — Olhei para a outra mulher, e ela parecia não saber o que fazer.

Tivemos uma conversa cheia de alfinetadas entre mim e minha mãe. Era difícil ter outro tipo de conversa quando se tratava da gente, quanto mais arrogante ela era, mais desprezível eu ficava. Foi tudo de mal a pior, voltei a me exaltar e ela também, inclusive já estávamos de pé quando trocávamos xingamentos. Também não era dos gostos de minha mãe que eu me casasse com um ômega, sempre me dissera que não podíamos misturar nossas espécies, não conseguia entender porquê insistia tanto nesse casamento.

— Não pense que vai se livrar dos seus deveres! — Rosnou, alto e forte.

— Não pague para ver! Eu já disse, eu me recuso a casar com um Kaminari, ou qualquer outra pessoa que você me traga com esse intuito!! — Devolvi a intensidade.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Onde histórias criam vida. Descubra agora