『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』

CAPÍTULO 11:

Depois daquele dia, Katsuki e Izuku passaram a conversar e interagir mais. Quase todos os dias passavam na cafeteria, mesmo que o maior não tomasse café, ele ia apenas para fazer companhia ao outro, que se sentia de certo modo especial com aquele gesto simples de atenção e prioridade.
É claro que isso chegou até os ouvidos de Touya, que não demoraria muito para aparecer enciumado pelos corredores da universidade, já que estenderam toda a história, dizendo ao Todoroki que seu namorado o estava traindo. Bakugou não estava preocupado com isso e Midoriya muito menos, eles agiam, riam e conversavam como colegas de classe e nada além disso. Kirishima permanecia o mesmo, com exceção de algumas festas que passou a frequentar nos últimos dias. Ganhou popularidade rápido, então sempre tinha algum lugar para ir e costumava chegar tarde da madrugada, bêbado na maioria das vezes. 

— Kiri não veio hoje de novo?? — O esverdeado bebericou seu café, olhando para o lado. Ambos estavam fugindo do frio num canto ensolarado do gramado.

— Logo ele chega, decidiu vir para o segundo período. — O loiro responde dando de ombros, o amigo estava sendo irresponsável mas não podia fazer muito para mudar isso, apenas o ajudava com o que era necessário. — Ele bebeu a noite toda de novo.

— Ele vai acabar ficando doente. — Pareceu preocupado. — Ainda não o suspenderam do clube?

— Deveriam?

— Geralmente, quando um membro de algum clube tem seu desempenho acadêmico comprometido é suspenso das atividades... — Explicou, voltando a tomar o seu café.

— Ah, ele ainda tem um ótimo desempenho. — Assoprou a grama. — Mas vou conversar com a técnica, não é justo com os outros.

— É bom conversar um pouco com ele... — Antes que pudesse prosseguir com sua linha de raciocínio, os dois olharam para frente, de onde vinha um grupo de pessoas. — E lá vamos nós...

     Touya se aproximava com alguns amigos, sem intenção de ter uma conversa pacífica.

— Então o que me disseram era verdade?? — Seu tom de voz era ligeiramente alto, tentando intimidar os dois que permaneciam sentados no chão.

— Você tá na frente. — Katsuki resmungou.

— Na frente de quê? — Indagou um dos capachos.

— Do sol. Não é óbvio? — Dito isso, o menor ao lado quase se engasgou com o café que bebia.

— Tá rindo de quê Izuku? Trair o seu namorado é tão engraçado assim?! — Mimado.

— Eu não te traí. — Foi simplista. — Não sei o que te faz pensar que tomar café com um colega de classe seja traição.

— Não foi o que me disseram.

— E você prefere acreditar no seu namorado ou nas pessoas que estão inventando mentiras? — O loiro retrucou, ficando incomodado. — Se quiser pode vir tomar café conosco, eu pago.

— Não quero um café e não preciso que me pague um. — Rosnou, rangendo os dentes.

— Então por que ainda tá aqui?

— Vou levá-lo comigo. — Abaixou-se rápido e puxou o menor consigo, fazendo com que Katsuki também se levantasse impulsivamente.

— Ele só vai se quiser ir. — Se colocou na frente do menor, mesmo sem conseguir impedir que o moreno permanecesse segurando-o.

— Ah ele com certeza quer. Não quer, Izuku? — Desviou as iris azuis para o esverdeado, que estremeceu assustado e balançou a cabeça positivamente.