CAPÍTULO 16:

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[...]

— Bakugou!! Acorda! — Ainda adormecido, uma voz longínqua, máscula e familiar chamava pelo loiro. — Ei! Katsuki!! — Aos poucos, aquele vazio escuro se iluminou, e seus olhos se abriram.

    As pálpebras pesadas tremiam por causa daquela luz repentina e refletida num teto branco. Piscando os olhos algumas vezes seguidas e com cada vez mais força, sentou-se num sobressalto ansioso.

— O que aconteceu?!! — Colocou uma das mãos no peito, procurando pelo pingente do colar que não tirava do pescoço há séculos.

— Tenha calma... Você desmaiou quando estávamos no carro e eu pedi para que o taxista nos trouxesse num hospital... — Abaixou o volume de sua voz, falando num tom embargado.

— O colar! Cadê?? — Bateu no peito mais algumas vezes, e logo em seguida afundou as mãos debaixo do travesseiro.

— Você ouviu o que eu acabei de dizer?! — Ergueu uma das sobrancelhas. — Bakugou, você dormiu por quatro dias!!

— Ahn...? — Virou-se para o amigo, confuso.

— Eu que te pergunto!! O que aconteceu?? — Colocou uma das mãos no bolso, e lançou o peridoto para o acamado, que o agarrou num reflexo perfeito. — Você apagou e não acordou mais!

— Fizeram coleta de sangue?!! — Indagou, ignorando todo o resto enquanto terminava de colocar seu tão precioso colar.

— É isso que te preocupa?! — Rosnou baixo. — Bakugou, as seringas não conseguem coletar o seu sangue... Fora que sequer existe uma tecnologia capaz de identificar tipo sanguíneo puro como o seu, provavelmente causaria instabilidade no sistema... — Respirou fundo. — Você tem alguma ideia do que pode ter acontecido?? Os médicos estão mantendo o seu caso em sigilo desde que seus vídeos viralizaram na internet... Tudo o que eu permiti que dissessem foi que você permanecia internado.

— Eu não faço ideia do que aconteceu... Eu pensei que estava dormindo durante a noite e sonhando esse tempo todo. — Massageou as têmporas, lembrando daquelas cenas abundantemente detalhadas que viveu e reviveu inúmeras e incontáveis vezes. — Acho que todas essas pessoas que já conheci aglomeradas num só lugar estão me fazendo ter algumas lembranças e isso está, de certo modo, cansando a minha mente...

— Eu espero que seja só isso... Não conseguiram explicar porque raios você continua vivo depois de uma queda como aquela, mas até então estão justificando tudo com um pico de adrenalina que retardou os efeitos colaterais da colisão... — O ruivo bufou.

— O quê está te irritando tanto, Eijiro? — Virou-se para o lado, encostando os pés descalços no chão frio, toque este que o fez recolher os pés um pouco para cima, agrupando seus dedos.

— Você precisa ser mais cuidadoso... — Respirou fundo, encarando o outro.

— Não precisa se preocupar com isso, eu dou conta. — Sorriu leve. — Mas não é isso que está te irritando.

— Izuku esteve aqui e eu conversei um pouco com ele. — Parecia relutar levemente enquanto caçava palavras para falar sobre esse assunto. — Ele disse que Touya soube do que aconteceu e também viu os vídeos... Ao mesmo tempo ele já entrou com um processo de eliminar todas aquelas gravações da internet... — Tropeçava na própria fala. Não sabia como mencionar algo desse gênero para alguém que acabara de acordar de alguns dias, mas independente disso, não sabia e nem conseguia mentir para o de olhos rubi.

— O que ele acha que sabe?? Tirar um vídeo do ar não o dá vantagem nenhuma sobre mim, Kirishima.

— Não é sobre você que ele quer alguma vantagem... É justamente sobre o-

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Where stories live. Discover now