CAPÍTULO IV:

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    No dia seguinte, durante a manhã, Midoriya foi guiado por Itsuka até o salão de jantar, onde tomou seu café da manhã sozinho naquela imensa mesa de banquetes. Como havia combinado com a ruiva, encontraria-a nos portões do jardim, e assim foi feito. Enquanto andavam até a saída, observaram aquele lindo e bem cuidado jardim, parecia florescer sem problemas e não era preciso ter qualquer conhecimento intermediário de botânica para perceber que as plantas estavam muito saudáveis.

— Lúpus tem facilidade com as plantações. — Comentou a garota, reparando que o menor observava atentamente as flores. — Asui-san e Bakugou-sama que fizeram esse jardim.

— São realmente muito lindas. — Sorriu. — Me lembrarei de levar algumas para minha mãe. — Itsuka sorriu um pouco desconfortável, mas tentou não demonstrar o quanto aquela frase desafiava a autoridade de seu líder.

— Bom, vamos lá. Vou te apresentar o vilarejo agora, mas não desgrude-se de mim sobre hipótese alguma, tudo bem? — Ela se transformou, e seu grande corpo lupino ficou ao lado de Izuku, encostando-se nele. — Mantenha uma mão nas minhas costas, assim saberei quando se afastar.

— Para que serve tudo isso? — Obedeceu, da maneira que a mais velha havia lhe pedido.

— Mesmo sendo protegido pelo líder, você não deixa de ser um ômega meio humano. Alguns dos nossos podem não se controlar ao sentir seu cheiro e eu quero garantir sua segurança. Tenha certeza que, enquanto estiver encostado em mim ninguém poderá te incomodar. — Garantiu, confiante, e ele por sua vez, assentiu sem mais perguntas.

   Saíram das dependências do palácio juntos, e permaneceram assim todo o caminho, a aldeia era extremamente parecida com qualquer outra, de fato estranhamente banal e comum, coisa que o meio-humano não esperava. Ele viu pequenos filhotes correndo pelas ruas de granito, e o que mais lhe surpreendeu foi que poucas vezes viu alguém realmente em sua forma lupina.

   Só depois de um tempo de caminhada percebeu que Kendo andava com uma corrente de prata no tornozelo, parecia servir para identificar que ela estava representando uma vontade direta de Katsuki, e que vinha do castelo. Talvez fosse por isso que ninguém poderia tentar contra o garoto, que atraia olhares por onde quer que passasse, alguns amigáveis e outros famintos, diga-se de passagem.

   Depois de algum tempo, já acostumado com o que antes era estranho, se viu até mesmo conversando com alguns dos moradores do local, e até mesmo pegando pequenos lobos no colo, brincando e fazendo-lhes carinho. Quando soltava das costas da ruiva, ela se encostava nele quase imediatamente, não só para que ele tivesse apoio por causa de seu tornozelo ainda machucado, mas também com o intuito de manter sempre sua atenção no que fazia e nas pessoas a sua volta, sinceramente para ela era difícil se concentrar com tantos olhares no garoto que precisava proteger, afinal, ele estava bem no centro de dezenas de lobos selvagens, que eram capazes matá-lo facilmente ou pior, abusar de seu corpo frágil.

    Izuku, por conta da lesão que ainda incomodava, pediu para se sentar e descansar um pouco, e foi isso que fez, na sombra de uma pequena quitanda. A dona do estabelecimento tinha dois filhos que pareciam mais com duas pestinhas, correndo para todos os lados e pulando em todo mundo. O esverdeado ria deles enquanto conversava com sua mãe, que por sua vez é bastante simpática.
Itsuka permanecia atrás do esverdeado, também conversando entre eles.
Alguns momentos seguintes, e aquela mulher chama por seus filhotes, já era começo de tarde e já haviam ficado muito tempo brincando por aí, contudo, um deles corre até o lugar em obediência, mas o outro fugiu para mais longe, gargalhando alto enquanto esperava alguém vir buscá-lo.

— Eles não tomam jeito... — Lamentou a mãe, sorrindo cansada. Ela parecia ter que cuidar de ambos os filhos sozinha, por isso deixava-os fazer o que bem entendiam.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Where stories live. Discover now