12. Flores Álcoolicas

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Ooi! Leiam com "Next To Me - Imagine Dragons"

Alerta de gatilho: existe uma breve menção, questão de uma frase, sobre suicídio. Não é desenvolvido e nem nada elaborado, mas cuidado com os possíveis gatilhos.

Boa leitura, y'all.


O vício costuma ser uma coisa complicada.

Existem vários tipos de vícios no mundo: o de ler compulsivamente, o vício de uma pessoa que se torna obsessão, o vício de usar drogas e o vício de se autodestruir.

O vício, nada mais é, do que o próprio desejo insaciável de se autodestruir.

E, infelizmente, nessa história Louis possuía um deles.

O vício de procurar constantemente poder e aprovação de seus pais adotivos. De procurar, procurar, se frustrar, beber, trepar, fumar, procurar, procurar... Um ciclo vicioso tão autodestrutivo quanto a palavra pode significar.

No fundo, o vício de Louis é o querer ser amado. O querer ser entendido.

Mas afinal, não é esse o vício de todos?

HARRY EDWARD STYLES - P.O.V

Sempre detestei o sol pela manhã.

Era chato, incômodo, trazia uma sensação quente na parte mais gostosa do dia de estar frio. Ao levantar da cama, tudo o que queremos, é um frio que possa nos acolher das cobertas quentes; não o frio de arrepiar os ossos, mas aquele friozinho que te deixa manhoso.

Acho que no fundo, odiava perceber que o sol trazia a quentura que alguém deveria estar trazendo. Eu, com meus vinte e oito anos, já estava ficando velho para isso. Para não ter casado.

Me sentia meio desanimado ao acordar na Mansão Tomlinson. Era grande demais, excessivamente opulenta e o cheiro de madeira deixava meu nariz irritado. Não gostava de estar ali e imagino que os gemidos altos que vieram do quarto ao lado também não tinham ajudado.

Louis era um sem-noção pé no saco.

— Bom dia, Hazz — saudou Lauren, sonolenta. Os olhos verdes carregavam olheiras tão profundas que duvidei que ela tivesse sequer dormido. — Dormiu bem?

Ri da piadinha, pois Lauren tinha um quarto ao lado de Louis assim como o meu. Enchi minha caneca de café e torci o nariz ao ver que estava sem açúcar.

— Com o Sr. Escandaloso ao lado?

— Ah, qual foi! Estava quase me juntando a eles — provocou lasciva. Não duvidei de que fosse. — Estava sendo um espetáculo e tanto.

— Do jeito que conheço Louis, que é bem pouco, ele deveria mesmo querer você lá — dei de ombros. — Ontem ele estava meio descontrolado.

A mesa de café da manhã tinha sido ignorada por mim e Lauren e optamos por comer no jardim da mansão. Era fresco, silencioso, e tinha uma mesinha pequena que me lembrava vagamente as reuniões em família com meus pais.

Me perguntava qual era a grande necessidade de Mark ao ter uma mesa enorme de jantar sendo que sua família não cabia nem em um terço dela.

Acho que gente rica costuma ser assim. Meio sem noção dos exageros que tinham.

— Ah, deu para ver. Ele e Íris estavam flertando horrores. — Ela riu com graça. — Louis não perde tempo. Apesar de eu achar que é mais fácil Íris engolir veneno do que ir para cama com ele.

Franzi o cenho.

— O que te faz achar isso?

— Ele representa algo que ela nunca pode ser ou ter. Não compreendo muito dos sentimentos da minha "parceira" de alma, mas se posso apontar algo é que ela é uma garota ambiciosa e sedenta. Mesmo para todos ambiciosos, existe um limite do que podem ter e o que nunca conseguirão alcançar — explicou analítica. — O limite dela era que nunca poderia ser uma líder respeitada, mesmo que uma mulher muito rica. Simplesmente porque os Mamba Negra não a enxerga nada além de uma máquina reprodutora ou uma boa parceira de cama.

Viúva Negra | L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora