15. O Lobo Atrás da Porta

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Oi! Primeiro: Feliz 50K!!

Aviso de gatilho: assédio.

Tenham uma boa leitura, y'all.


Quem sou eu?

Sou um ômega, beta ou alfa? Sou um ou ninguém?

Sou traiçoeiro e me alimento do desespero de almas perdidas por afeto e burras demais para preverem uma futura decepção.

Sou idolatrado ou sou esquecido? Sou óbvio ou ninguém menos que nunca foi exibido?

Sou aquele que diz palavras pesadas com a leveza do ar ou palavras doces com o veneno de uma serpente. Inibe os movimentos através dos dentes e devoro.

Devoro, usurpo, arranho, embriago nos braços quentes, me acabo, me apaixono.

Sou dor ou sou prazer? Sou amor ou sou ilusão? Sou certo ou sou errado mesmo quando estou tentando acertar?

Sou sofrido. Sou início, meio e fim...

Mas afinal, quem sou eu?

LOUIS WILLIAM TOMLINSON - P.O.V

Uma brisa gélida atingiu meu rosto quando eu ouvi alguém me chamando. Repetidas vezes. Eu tentei piscar, porém meus olhos estavam congestionados, parecendo pedras vazias enquanto encarava janela afora.

Outra vez. O mesmo som. Louis.

Meu nome parecia ser dito em um tom impaciente, mas eu não sabia como escalar aquele grande poço. Eu olhava para cima e via escuro, como se minha consciência tivesse se separado da matéria e um batuque estranho nos ouvidos.

Eu estava deitado no chão, em meio a terra escura de cemitério e tinha paredes altas feitas do mesmo material. Terra de cemitério.

Era uma cova.

Eu olhei para cima e tentei visualizar e vi, andando em minha frente meus amigos enquanto discutiam sobre os planos. Virei meu corpo devagar, os ossos estalando em repreensão como se quisesse ficar ali. Quieto e escuro.

Esperando a terra descer e me atolar inteiro. As vozes eram distantes e pareciam que estavam atrás de uma porta.

Louis, Louis, Louis, Louis, Louis...

O relógio de ponteiro tinha ficado tão alto como? Tinham se passado quase duas horas desde que eu me sentei naquele sofá. Eu senti um cutucão e a terra se remexeu. Outro cutucão.

Encarei a terra e a mão que me puxava para mais fundo da vala. Eu sabia que estava sofrendo um processo de despersonalização, mas não consegui sequer piscar meus olhos.

Frios, congelados, pedras.

— Louis, pelo amor de Deus. — Era a voz de Lauren.

Estalos. Algumas batidas de dedo: tlec, tlec, tlec.

— Louis? — Niall questionou receoso.

A terra era pesada, úmida e fria. Eu queria ficar ali. Tinham me arrastado para ali de novo e céus, queria continuar ali tanto sendo segurado apenas...

— Louis.

Meu nome era horrível. Não aguentava mais ser chamado por ele.

Me chamem de Leo, Leandro, Henry... Só não de Louis. Não quero mais ser o Louis.

A terra escura me encarou de volta. Inspirei profundamente e com muita dor, levantei da cova e me obriguei a cavar um buraco para escalar até o topo.

Uma corda seria ótima ali. Alguém poderia me ajudar jogando algo para eu pudesse me agarrar. Que pudesse me tirar dali vivo.

Viúva Negra | L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora