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CHIPRE WOODS

Eu não faço ideia do que estou fazendo da minha vida, mas a única coisa que tenho certeza é que a quantidade de zeros na conta bancária de Blase irá garantir a melhor vida possível para o meu filho. Aceitar a proposta de um estranho foi um ato de loucura, mas pensando no bebê em meu ventre, foi um ato de amor, essa criança terá tudo do bom e do melhor, porque sei que Blase irá concretizar sua parte do acordo. Entretanto, ao estacionar meu volvo conversível no estacionamento do resort que a família de LeBlanc tem, não sei se realmente foi a melhor ideia. Pessoas ricas geralmente possuem um complexo de superioridade e algo dentro do meu peito informa que os pais dele irão odiar essa mudança nos planos do casório de seu filho.

- Não se preocupe meu amor, tudo vai dar certo - o de cabelos escuros diz, abrindo a porta do meu carro. Faço uma careta para ele, nada dará certo, nós dois sabemos disso - acha meu amor muito brega?

- Tudo que vem de você é brega - afirmo e ele ri - minha avó me chamava de ilhazinha quando era pequena - sempre achei fantástico ter o nome de uma ilha e minha avó fazia questão de me chamar de ilhazinha.

- Gostei, minha ilhazinha - reviro os olhos e desço do carro, observando a estrutura do que provavelmente deve ser os hotéis do resort - nós moramos lá - ele aponta para uma super mansão no topo de uma pequena colina - vou colocar suas coisas no meu carro e daí subimos para sua nova casa.

Concordo com a cabeça, não tenho muitas coisas, para falar a verdade, apenas peguei minhas roupas e objetos com valores sentimentais, o resto deixei com Jason. O pai de mentira do meu bebê pega as malas que estão no banco de trás do conversível e as coloca no porta malas do seu porsche. Repouso minha mão em minha barriga, onde uma pequenina elevação deixa evidente minha gravidez. Por causa dos edifícios na minha frente, consigo ver apenas uma parte minúscula da praia que deve banhar o resort.

- Você cresceu aqui? - pergunto um tanto hipnotizada com a paisagem.

- Sim e o nosso bebê também crescerá, se vocês dois quiserem - ele pontua, fazendo sinal para abrir o porta malas do meu volvo - vou comprar um carro melhor para você - franzo minhas sobrancelhas com sua fala, mas então lembro que ele é super rico e comprar um carro novo é como comprar pão na padaria da esquina.

- Não precisa - digo mordendo levemente meu lábio, claro que irei usufruir do dinheiro dele, porém não quero abusar da sua generosidade.

- Precisa sim, não posso deixar a mãe do meu filho andando com um volvo quase caindo aos pedaços - Blase debocha do meu carro e mostro o dedo do meio para ele, ninguém pode debochar do meu volvo - como você é tóxica, minha ilhazinha.

- Pelo bem do meu bebê, vou ignorar você - aviso e escuto uma gargalhada dele, não sei como irei aguentar Blase por sete meses.

Assim que o homem termina de colocar minhas malas em seu carro, como um cavaleiro que não é, Blase abre a porta do passageiro do seu porsche para eu entrar no carro. Tudo é chique, com certeza a família LeBlanc deve inalar riqueza e eu não me enquadro nisso, cresci em uma família classe média, nossas realidades são bem diferentes. Coloco minha mão na minha barriga, feliz pelo meu neném nascer em uma família rica e poder desfrutar de todos os privilégios disso. Meu filho terá todas as oportunidades que eu não tive.

- Amanhã faço um tour com você pelo resort - o moreno entra no carro, no banco ao lado do meu - hoje será um tanto turbulento, meus pais vão ficar chocados com a notícia.

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