Uma troca de favores

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BLASE LEBLANC

Michael está agachado atrás de Jason, amarrando suas mãos na parte de trás da cadeira. Assim que as duas mulheres saíram, mandei mensagem para os meninos e agora estamos em um dos galpões desativados no Resort. Uma raiva cresce a cada segundo em meu corpo, quero bater em Jason até matá-lo, quero fazer ele sofrer tudo que um dia fez Chipre sofrer. Ando de um lado para o outro, esperando o cara acordar após a garrafada que Willow deu nele. Se Ludwig não tivesse aparecido, poderia estar agora lamentando a morte do meu filho. Engulo um seco, quero socar algo, descontar minha raiva em qualquer coisa.

- Recapitula um pouco, como assim o Biez não é seu filho? - Charles me pede incrédulo - porra Bale, eu até comprei um body escrito: titio Charles é o melhor.

- Cala a boca Charles, Embiez é meu filho - murmuro com a voz raivosa, encarando com uma expressão fechada o meu amigo - foi por isso que fiz aquilo no bar aquele dia, nós ainda não estávamos juntos de verdade.

- Nossa - Oliver murmura, sem nenhuma reação - irmão, isso é muito louco.

- É louco ele ter se apaixonado por ela quando ela vomitou nos sapatos dele - Charles pontua e tenho vontade de bater nele, não é hora para brincadeiras - você tem fetiche em vômitos?

- Charles - Isaac apenas pronuncia o nome dele, em sinal de advertência - na realidade eu já esperava isso, você teria me contato sobre ela antes de Chipre aparecer aqui, só estava esperando você contar a verdade.

Aceno com a cabeça para Isaac, não precisamos contar as coisas um para o outro para sabermos o que está acontecendo. Tiro meu celular do bolso, lendo pela milésima vez a mensagem de Chipre que avisa que ela está super bem e continuando a recepcionar as pessoas no baile. Às vezes o que deixa-me assustado é a forma como a morena consegue fingir estar tão bem, mesmo que esteja totalmente despedaçada. Mas é claro, a culpa é desse monstro, que obrigava minha noiva a fingir estar bem quando não estava.

- O que vamos fazer com ele? - Michael pede, afrouxando o nó de sua gravata - tipo, bater até entrar em coma ou jogar no mar?

- Jogar no mar - Charles vota animado - vai que um jacaré come ele.

Passo meus dedos por meus cabelos, sem saber exatamente o que fazer, por mais que meu maior desejo seja bater em Jason, não sei se estarei tomando a melhor atitude, visto que posso ser preso e por mais que meu pai tenha muitos contatos com influências do meio político e policial, não quero passar dias dentro de uma cela. Mordo levemente meu lábio, acho que a melhor opção é ameaçar ele e depois colocá-lo em um táxi com destino ao aeroporto.

- Isaac, você pode fazer um favor? - ando até meu irmão do coração, falando apenas para ele escutar - chama o Justin e a família dele, eles precisam saber quem é o homem que noivou com a garota.

- Claro - o moreno murmura dando um tapinha no meu ombro - Bale, não faça nenhuma merda nesse meio tempo, sei que você está com ódio, mas não deixe isso te consumir.

Apenas assinto com a cabeça, pois meu amigo não tem noção do que estou sentindo, não foi a mulher dele que sofreu tudo aquilo, foi a minha, então Isaac não pode opinar em nada. Pego uma cadeira antiga no fundo do galpão, sentando de frente para Jason, que finalmente está abrindo os olhos. A raiva que já estava percorrendo minhas veias se triplica, meu Deus, como quero quebrar a cara desse homem. Estrelo meus dedos, não sou o cara mais forte do mundo, porém, consigo estragar a cara desse pau no cu.