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CHIPRE WOODS

Quando penso sobre meu passado e tudo que vivi até aqui, é impossível não imaginar como teria sido se tudo fosse diferente. Caso Colin não tivesse falecido, ou se meus pais tivessem me criado no lugar da minha avó, ou se não tivesse conhecido Jason, tudo, absolutamente tudo, seria diferente. As respostas para minhas questões são infinitas, entretanto, não preciso ser uma expert em matemática para saber que na maioria delas, eu não estaria grávida do meu filho e que quase nulo, eu nunca teria conhecido Blase. Às vezes, bem, na maioria das vezes, não entendemos o motivo de tal coisa ter acontecido, mas uma hora iremos entender, mesmo que tenhamos sofrido muito até lá.

Estou sentada em uma cadeira de balanço, que colocamos dentro do quarto do Embiez, observando a parede que pintei. Ergo a xícara de chá até meus lábios, Jon Snow está deitado aos meus pés, apenas descansando, como eu. Fecho meus olhos, a cena de Jason pronto para me chutar invade meu consciente, uma falta de ar toma conta de mim e finalmente abro meus olhos. Os últimos dias foram intensos, não consigo sair de casa, com medo de encontrá-lo, mesmo que seja totalmente impossível, já que ele está proibido de por os pés no resort.

Não sei o que aconteceu após Willow me tirar da praia, Blase não quis me contar e ultimamente ele estando sendo mais distante de mim, como se tivesse medo de me tocar ou algo assim. Murmuro uma canção de ninar, minha avó Nina costumava cantá-la para mim quando era pequena, irei fazer o mesmo com o meu filho. Falta poucos dias para seu nascimento, a qualquer momento minha bolsa pode estourar e entrarei em trabalho de parto, por essa razão - e mais outras - estou ficando mais sentada e descansando, ninguém percebeu que mudei de clima após o baile.

- Boa tarde mamãe do ano - escuto a voz da agora minha amiga, Willow Ludwig, preencher o quarto do meu filho - comprei isso para o Embiez, será que ele vai gostar?

Viro meu rosto, encontrando a ruiva segurando uma pelúcia de um taco de golf, franzo minhas sobrancelhas, qual é o problema deles com golf?

- O Marc comprou isso e pediu para você falar que comprou? - pergunto, fazendo sinal com a cabeça para ela se acomodar no quarto.

- Por incrível que pareça, não - esboço um olhar de desconfiança - minhas melhores lembranças foram jogando golf com meu pai.

- Por que todos vocês têm a mesma lembrança com os pais? - indago para a ruiva, que se senta em um puf de cor azul claro que colocamos no quarto.

- Porque todos nós tivemos o mesmo estilo de pai, ausentes, e o único momento que passavam com nós era em partidas de golf - Willow explica dando um leve suspiro - passei boa parte da minha infância com os meninos, enquanto nossos pais jogavam golf juntos, quando cresci, meu pai parou de me levar, porque segundo ele, eu deveria estar me preparando para ser uma LeBlanc a altura de Nicole.

- Sinto muito - murmuro sem jeito e ela dá de ombros.

- Passado é passado - Ludwig diz sorrindo fraco - como você está?

- Horrível - confesso pela primeira vez, porque sempre minto que estou bem para Blase - não sei Willow, parece que tudo está em transe, eu deveria estar feliz que meu filho vai nascer, mas só consigo chorar.

- Não é fácil digerir tudo que aconteceu, principalmente estando grávida, então está tudo bem ficar dessa forma - ela me aconselha - fiz umas aulas de auto cuidado em Paris.

Uma troca de favores Where stories live. Discover now