Uma troca de favores

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BLASE LEBLANC

Deveria estar ajudando Chipre a pintar o quarto, sim, eu deveria. Ela me deixou ajudar a pintar o quarto? Não, ela não me deixou, alegando que iria estragar tudo. Por isso me encontro escorado no batente da porta, apenas acompanhando com os olhos a morena se movimentar pelo cômodo. As paredes estão todas pintadas em um azul, com um tom mais fraco, remetendo a água. Já cada uma das paredes estão com os esboços dos desenhos feitos a lápis, onde várias baleias, tubarões, cavalos marinhos, tartarugas e polvos estão representados. A mulher ainda está decidindo se fará um baú de tesouros no fundo, dando uma imaginação lúdica ao local.

Consigo imaginar Embiez aqui, é fácil isso, o menino estará sentado no chão, brincando com seus inúmeros brinquedos, mas o seu preferido será uma mini versão de mini golf. E ele será lindo, a criança mais linda de todo o mundo. Eu e Chipre teremos tanto orgulho do nosso filho, sei que Embiez será extraordinário, principalmente porque é filho da mãe dele. Teremos uma vida doce, construiremos uma família além de sólida, uma família feliz e amorosa e espero que daremos irmãos para o garotinho, especialmente uma menina. Reflito como todos meus pensamentos sobre vida mudaram após conhecer Woods, nunca imaginei-me tento filhos e formando uma família, mas estou aqui agora e jamais trocaria isso.

- Vai ficar interessante o baú de tesouros - digo fazendo carinho com os pés em Jon Snow, que está deitado no chão - Embiez vai gostar quando for maior.

- Ele vai querer ser um pirata - a morena diz e assinto com a cabeça, mesmo que ela não esteja me vendo - quem teve mesmo a brilhante ideia de pintar o quarto?

- Foi você, mamãe - a palavra "mamãe" é emitida com uma certa ironia - está ficando perfeito, ilhazinha.

Chipre deixa o pincel dentro do pote e se afasta da parede, vindo até mim. Arrodeio meus braços por seu corpo e deposito um beijo no topo de sua cabeça, inalando a fragrância do perfume que usa. Não consigo lembrar como minha vida era sem ter a conclusão que Chipre Woods é o amor da minha vida. Fecho meus olhos, traçando mentalmente nosso futuro juntos. Um Blase mais jovem e tolo já pensou que não precisava de ninguém além de si mesmo para ser feliz, atualmente, um pouco mais sábio, sei que só serei feliz se tiver minha mulher e nosso filho ao meu lado.

- Quer ajuda? - peço enrolando uma mecha de cabelo sua em meu dedo, mesmo sabendo sua resposta.

- Não - ela é convicta em sua opinião - não quero que você fique chateado amor, porém você é péssimo pintando.

- Posso até ser péssimo pintando, mas sou incrível em outras coisas - murmuro em seu ouvido e uma arfada escapa dos lábios - não é mesmo?

- Blase! - Chipre me repreende e abro um sorriso - é melhor você descer.

- Ei, eu tirei o dia de folga para ajudar você - explico cruzando meus braços, observando pelo canto do olho Jon Snow levantar e sair do quarto.

- Não é problema meu - a morena dá de ombros - agora eu preciso trabalhar no quarto do nosso filho.

- Amo quando você fala nosso filho - informo beijando seus lábios - você passou tanto tempo negando isso.

- No início você era meio babaca para ser pai do meu filho - arqueio uma sobrancelha, nem um pouco surpreso, pois era mesmo.

- Embiez sempre foi meu filho, desde o primeiro momento - digo a realidade, na época eu não sabia, não havia como eu saber, mas agora sei, Embiez sempre foi destinado a ser meu filho.