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CHIPRE WOODS

Fecho meus olhos, sentindo o cheiro das ondas do mar invadirem minhas narinas e o vento bater contra meu corpo, não estou ligando se está frio ou não, apenas estou aproveitando a sensação do momento. Queria poder tirar minhas sandálias e por meus pés na areia, porém, por conta do meu filho, estou sendo impedida de realizar tal ato. Recordo o momento em que abracei Niall Horan, em breves palavras: foi um momento épico. O perfume dele é tão bom, estar nos braços do seu crush de adolescência é simplesmente incrível. E ele foi tão querido e atencioso comigo, perguntou tudo sobre minha gravidez e falou que o nome é único e lindo.

Abro um sorriso, pois tenho o melhor noivo do mundo. Não faço ideia de como Blase conseguiu que Niall viesse cantar aqui, mas tenho uma leve impressão que ele moveu céus e montanhas para isso. A melhor decisão que fiz em minha vida, além de sair de Portland, foi ter aberto meu coração e alma para Bale, ele é o homem da minha vida e será o melhor pai para nosso filho.

- Você tem o melhor pai do mundo, filho - digo em voz alta, fazendo carinho em minha própria barriga.

Duas mãos tapam minha visão, sem raciocinar, abro um sorriso por ser Blase, mas quando forço meus olhos, percebo que são mãos maiores e mais grossas que as do meu noivo. Um triângulo tatuado na ponta do seu dedo do meio revela para mim quem é a pessoa atrás do meu corpo. Meus pés afundam na areia e cada nervo do meu corpo endurece, quero correr para minha casa, para Bale, mas não consigo mover um dedo sequer.

- Você tem razão, Chipre, nosso filho tem o melhor pai do mundo - uma voz rouca, a qual conheço muito bem, murmura em meu ouvido - estava com saudades de você, minha gostosa.

Sinto sua boca pressionar meu pescoço, chupando o local, enquanto uma de suas mãos vai até minha bunda, dando um tapa forte nela. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, sem acreditar que Jason está aqui, atrás de mim e encostando no meu corpo. Um desespero consome cada parte do meu ser, não fico com medo das pessoas saberem que Embiez não é filho de sangue de Blase, fico com medo que Jason possa fazer alguma coisa fisicamente contra nós três.

- Como... - dou um passo para frente, ainda sem encara-lo - como você me encontrou?

- Quero ver seu rosto - sua voz é rude, porém não viro, porque não quero olhar em seus olhos novamente - Chipre, vira para mim - ele pega em meu braço, apertando forte.

Nego com a minha cabeça, as lágrimas caem sem parar, trazendo em minha memória a última vez que Jason apertou meu braço. Antes que eu consiga fazer qualquer coisa, bruscamente Jason me vira para ele, fazendo meu corpo se desequilibrar e por pouco não caio no chão. Um desespero toma conta de mim, caso tivesse caído, poderia ter machucado meu filho e na pior das hipóteses, ter o perdido.

- Me solta - peço com a voz baixa, ainda tenho medo dele - por favor.

- Sabe o que é engraçado? - nego com a cabeça, abaixando meu olhar - aquele riquinho de merda falar de boca cheia que é papai do meu bebê.

- Ele é o pai do meu filho - informo, acuada com sua presença - o bebê é realmente filho dele, não é seu, nunca foi seu, menti para você.

Uma gargalhada irônica escapa de seus lábios, Jason me puxa para seu corpo, consigo sentir seu hálito de tão perto que estamos. Sinto tanto medo, como nunca senti antes, nem mesmo quando ele me obrigava a fazermos sexo. Estou com medo não só por mim, mas pelo meu filho, que pode ser o mais afetado de todos nós.

Uma troca de favores Where stories live. Discover now