Uma troca de favores

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CHIPRE WOODS

Depois do super constrangedor café da manhã com a família de Blase, estou dobrando minhas roupas para ocupar o lugar que Emma, a governanta da casa, arrumou para eu por minha coisas. Não conversei com Blase sobre se vamos dividir ou não o quarto, mas provavelmente sim, porque será estranho dormirmos em quartos separados. Aliso minha barriga, imaginado como ela ficará grande daqui um tempo. Penso em Jason e como queria que as coisas fossem de outra forma, Blase nunca irá amar essa criança e meu filho nunca terá de fato um pai. Será que estou mesmo fazendo as melhores escolhas?

- Um dólar por seus pensamentos - escuto a voz de LeBlanc atrás de mim, giro meu corpo em 180 graus, encontrando o rapaz com a roupa que saiu mais cedo.

- Eles não são tão valiosos assim - digo pondo minhas mãos na minha cintura - é... como vamos fazer em questão do quarto? - não quero invadir sua privacidade e não quero compartilhar a cama com ele, então chegamos em um encruzilhada.

- Vamos ficar aqui, vai ser suspeito dormirmos em quartos separados - assinto, porque será mesmo - eu durmo no sofá e você na cama, ilhazinha.

- Ok então, Bale - uso seu apelido e abro um sorriso falso, virando meu corpo novamente para o armário, dando atenção para minhas roupas.

Consigo ver pela visão periférica que Blase está se movendo pelo quarto, não ligo para isso, o cômodo é dele, a casa é dele e nada disso nunca será meu, nem do meu filho. Pego um vestido justo que costumava usar em baladas, sei que talvez só conseguirei usar ele após a gravidez e que durante minha gestação vou precisar de roupas mais largas. Mas primeiro preciso ir em um obstetra ver como meu bebê está, abro a boca para perguntar para Blase se ele teve tempo de ver algum médico e ao mesmo tempo vou virando meu rosto.

Blase está apenas com uma cueca box preta, distraído enquanto dobra a calça social que estava usando. Mordo meu lábio inferior, analisando que além de lindo, ele é muito bem definido, uau, põe bem definido nisso. Deixo a roupa que estava em minhas mãos cair no chão e solto um palavrão, o rapaz ri de mim, espero que ele não tenha notado que estava secando ele. Tento voltar para o que estava fazendo, mas quando Blase se aproxima de mim, indo pegar um shorts e uma camisa no armário, fico tentada em dar uma espiada em seu abdômen.

- Pode olhar, eu não mordo - Blase cochicha em meu ouvido e engulo um seco, sentindo meus pelos se arrepiarem.

Então eu olho, porque vou compartilhar por sete meses o mesmo quarto que Blase e com certeza no dia do meu parto ele vai olhar para minha amiga debaixo. Ele se surpreende pelo meu ato, involuntariamente volto a morder meu lábio, observando cada detalhe. Dizem que durante a gravidez os hormônios sexuais florescem em uma grande intensidade, suspiro baixinho, sentindo um órgão em específico ficar bem molhadinho. Esboço um sorriso sem graça e volto minha concentração para as roupas que ainda estão dentro da mala.

- Vamos almoço no restaurante do resort e vou fazer um tour com você - ele avisa, vestindo uma camisa de botões, em um tom rosa claro - tudo que você quiser pegar no resort é liberado, porque agora você faz parte da família LeBlanc.

- Até usar a praia? - um bronzeado seria interessante agora.

- Chipre, isso aqui é tudo seu e do nosso filho - meu filho, o bebê é apenas meu e nunca será dele - você pode fazer tudo que quiser, bem, menos demitir funcionários.

Dou risada, não me interessa nada do resort, pois nada disso será meu e a herança do meu filho ficará em dinheiro, não quero ele misturado com a família LeBlanc. Pego um amarrador e prendo meu cabelo, Palm Beach é muito quente, principalmente porque estamos no verão e provavelmente o resort deve estar uma loucura total, pois é temporada. Não costumava usar muito chinelos em Oregon, lá tem um clima bem mais frio, mas tenho um que usava dentro do apartamento, não é lindo, porém dá para o gasto. Anoto mentalmente para ver algumas roupas de verão para usar enquanto ficar aqui.