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CHIPRE WOODS

Meu estômago ronca ao acompanhar com o olhar a garçonete colocando o pedaço de bolo de cenoura com uma bola de sorvete no sabor menta flocada na minha frente. Recebi um inusitado convite de Amanda para um café no resort, já que ela frequenta toda terça e quinta o estabelecimento para suas aulas de tênis. Primeiro fiquei surpresa com a mensagem dela, mas aceitei sem pensar duas vezes, porque gostei muito de Amanda, além disso, o clima entre mim e Blase ficou um tanto estranho após nos beijarmos na praia. Só queria que as coisas não fossem tão complicadas assim.

Eu gostei e tenho certeza que Blase também gostou, mas não podíamos ter feito aquilo, estamos criando laços e será tão horrível ir embora após ficar apegada a ele e sua família. Suspiro baixinho, enquanto pego o garfo e ponho uma boa quantia do doce na boca. O frio que senti em minha barriga me teletransportou para meu primeiro beijo, a sensação que poderia fazer errado tomou conta do meu corpo, mas no final foi tudo tão perfeito, como se minha boca e a dele fossem feita sob medida uma para a outra. E droga, ele pensou em nomes para o bebê, os quais são lindos e muito significativos para nós dois, ele já é o pai do meu filho, acho que nunca mais vou conseguir mudar isso.

- Prefere mais o clima de Portland ou daqui? - já conversamos muito, Amanda é super gentil.

- Daqui - respondo com convicção - Portland tem um clima meio pessimista, não sei, aqui é tudo mais leve - sorriso pensando na praia - mas sobre o clima mesmo, prefiro Portland, só falta eu desmaiar de calor aqui.

- Palm Beach é realmente um pedacinho do inferno de tão quente que é - tenho que concordar com Amanda - eu cresci em uma cidade mais interiorana, lá era bem mais quente que aqui.

Assinto com a cabeça e pego só o sorvete, sentindo meu corpo se refrescar. Estou usando um maiô e um shorts de malha, talvez depois entro no mar, amo como a água traz boas energias, além de envolver você como se tudo fosse possível. Minha avó Nina costumava dizer que o oceano é como nosso futuro, algo que ainda não foi 100% explorado e temos tanto medo do oceano como temos do nosso futuro, iremos encontrar diversas baleias azuis ou até mesmo o temível monstro Leviatã. Ela era tão sábia, amava ficar deitada em seu colo, enquanto ela cantava uma música de ninar, sinto falta desses momentos.

- Como você conheceu o Oliver? - pergunto curiosa, observando a morena mexer em sua salada, totalmente fitness.

- Minha tia trabalhava como empregada na casa da família dele, eu cursei enfermagem, teve uma época em que a minha tia quebrou o pé e eu ia quase diariamente ver como ela estava - Amanda começa a contar, há brilhos em seus olhos - a primeira vez que vi Oliver, ele estava saindo do banho e acidentalmente deixou a toalha cair - solto uma gargalhada - uma semana depois ele me convidou para um encontro e desde então estamos juntos.

A história é muito mais linda do que conhecer seu companheiro em um posto de gasolina e vomitar nos sapatos dele. Eu e Blase começamos de uma maneira totalmente errada e meu maior medo é que futuramente nos arrependemos do nosso acordo, mas é como a vovó sempre falava, estamos entrando em nosso próprio oceano e quanto mais longe você vai, mas difícil será para voltar. Batuco meus dedos, queria ter dito uma história de amor épica, achei que havia encontrado isso com Jason, mas bem, o fato de eu estar em Palm Beach já explica muito. Amanda é tão sortuda de ter uma linda história de amor.

- Quero casar com Oliver e construir uma família com ele - ela confessa com uma voz sonhadora - você está feliz construindo uma família com o Bale?

Uma troca de favores Where stories live. Discover now