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CHIPRE WOODS

Saio de dentro da perfumaria com um sorriso no rosto, seguro firme a alça da sacola, na qual tem o perfume que comprei dentro. Pela manhã visitamos mais um sítio arqueológico e a igreja da cidade, por isso estamos passeando pela cidade, conhecendo as avenidas e lojas de Paphos. Blase decidiu ficar em uma cafeteria enquanto eu decidia qual perfume compraria, ele não tem muita paciência para ficar em lojas, bem, ele tem sim paciência, mas só quando é do interesse dele. Meus tênis da adidas fazem contato com a rua da capital de Chipre, ainda é surreal acreditar que literalmente estou visitando o país que recebi o nome.

Encontro o moreno sentado em uma mesa na área externa de um café, degustando algo que provavelmente tenha cafeína misturado. Nossa conversa de ontem roda minha mente sem parar, será que devo dar um voto de confiança para Blase e tentar um relacionamento com ele? Eu quero tentar, pois LeBlanc me faz tão bem, só que uma pequena parte minha ainda sente medo, não só sobre traição, mas sobre o que vivi com Jason. Talvez fosse bom começar a frequentar uma psicóloga, assim esses meus demônios possam ser exorcizados de uma vez por todas.

Blase ergue o rosto e encontra a minha face, seus olhos automaticamente são preenchidos por um brilho, meu coração erra uma batida e tenho vontade de me jogar em seus braços. Mas então respiro fundo e arrumo minha coluna, indo ao encontro dele com um semblante neutro, que não deixa tão transparente meus sentimentos por LeBlanc. Não que eu tenha vergonha desses sentimentos, porque eu não tenho, gostar de Blase é algo muito fácil, contudo, não quero alimentar seus sentimentos nesse momento que ainda não sei direito os meus.

- Fez muitas compras? - ele pergunta com um sorriso torto no rosto, com a voz gentil.

- Comprei um perfume novo - comento deixando a sacola em cima da mesa - sente o cheiro.

Inclino meu tronco para frente, abaixo a cabeça e observo Blase inalar a fragrância que passei na loja. Meus pelos se arrepiam ao raciocinar que sua boca está tão perto do meu peito.

- Meio doce - ele diz afastando o rosto - fica enjoativo depois de um tempo.

- O aroma é flores japonesas - afirmo sentando na cadeira ao seu lado - cheiro único.

- Você já foi para o Japão? - nego com a cabeça - então como você sabe que esse perfume tem mesmo o aroma das flores japonesas?

- E você já foi para o Japão? - indago arqueando uma sobrancelha.

- Já - Blase responde simples, lógico que ele já foi para o Japão  - e não tem cheiro dessa fragrância - reviro os olhos com o comentário - nossa próxima viagem vai ser para o Japão.

- Tem que ser depois que o Embiez já for grande, para ele poder lembrar da viagem - informo pegando o café dele e tomando um gole longo - onde vamos jantar hoje?

- Reservei um bangalô no hotel para nós - ele me conta, passando o braço ao redor do meu ombro - ilhazinha, vou ir comprar um outro perfume para você.

- Você é um chato - murmuro rindo, mas um pouco chateada, porque gostei do perfume.

- Pede um lanche enquanto eu compro - o moreno diz beijando meu rosto - vai sentir saudades de mim?

- Vou morrer de saudades - ironizo sorrindo - me surpreenda, LeBlanc.

- Pode deixar, Woods - ele pisca e se afasta de mim, consequentemente do local também.

Uma troca de favores Where stories live. Discover now