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BLASE LEBLANC

Cálculo a força que devo impulsionar a bola para ela cair ou chegar o mais perto possível do buraco. O sol queima meu rosto, enquanto uma trilha de suor dele pela minha testa, deveríamos ter vindo no final da tarde, não no meio dela. Pelo canto do olho observo meu pai me encarado, provavelmente ele está desejando que erre a tacada e fique o mais longe de ganhar. Mamãe e Chipre estão sentada embaixo de um guarda sol, bebendo limonada super gelada, por mais que estejamos finalizando o verão e um clima frio é o que percorre o ar, o dia de hoje está particularmente quente.

- É para hoje a tacada, não para amanhã - meu pai murmura alto e lanço um olhar feio para ele - meu Deus, como pude fazer um filho que é péssimo jogador de golf? Pelo menos o meu neto não será horrível como o pai.

- Claro, não tive um pai que me ensinou a jogar golf - minto, sempre fazemos isso para nos provocarmos e induzir o erro do outro - ele sempre estava ocupado com o trabalho.

- Vai se ferrar, Bale - dou uma risada e fixo meu olhar no meu ponto de objetivo.

Com o cotovelo no lugar certo no ar, impulsiono meu braço para baixo, dando força na bola, que percorre no ar, parando perto do buraco. Dou um soco no vento, comemorando que fiz uma boa jogada. Sorrio vitorioso para meu progenitor, que revira os olhos no mesmo instante. Pôde-se concluir que Marc odeia perder, mesmo que não seja em um jogo real.

- Isso aí, amor! - Chipre grita da cadeira e jogo um beijo para ela.

Acompanho meu pai para perto das nossas bolas de golf. É a vez dele jogar, por isso fico apenas observando Marc realizar uma tacada perfeita. Lembro perfeitamente do dia que ele me ensinou os fundamentos do golf, foi mágico, parecia que minha vida havia encontrado seu sentido e desde então sou fascinado pelo esporte. Espero que possa fazer o mesmo com Embiez e passar todo meu amor por golf para ele, para um dia estar nós três jogando juntos, ou quem sabe, com mais alguns minis Bale.

- Notícias do Isaac e da Kate? - papai pergunta vindo até mim, com um sorriso no rosto, mesmo sabendo que irá perder o jogo com a minha próxima tacada.

- Estão chegando amanhã - informo alongando meu braço direito - espero que os dois voltam felizes da lua de mel.

- Ou com um filho - assinto, mas sei que Kate está tomando cuidado para não engravidar, principalmente por saber que pode não estar vive daqui 9 meses - já sabe quando vão realizar o casamento?

- Ainda não conversamos muito sobre isso - conto andando até minha bola, sendo acompanhado por Marc - vamos esperar o Embiez nascer primeiro e daí vemos o que iremos fazer.

Toda nossa atenção está volta unicamente para o nascimento do nosso filho, não havendo nada mais importante que isso. Sempre que estou resolvendo alguma coisa no trabalho, minha mente viaja para o breve futuro, mais especificamente daqui dois meses, quando meu filho estará em meus braços. No início do ano tinha uma expectativa muito diferente de como estaria no final, é engraçado isso, pois muitas coisas são saem como planejamos e algumas vezes essas coisas inesperadas são muito melhores.

Arrumo minha postura e vejo a pequena distância da minha bola para o buraco, preciso realizar uma tacada com pouca força e ao mesmo tempo não muito fraca. Respiro fundo e movo meu braço para baixo, observando a bola branca rolar pela grama e cair perfeitamente dentro do buraco, consagrando minha vitória sobre Marc LeBlanc. Finalmente o pupilo superando o mestre.

Uma troca de favores Where stories live. Discover now