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Hanna Victoria, 19 anos.

Hanna Victoria, 19 anos

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Isac Ramos, Rogê.
32 anos.

Isabella Andrade, 17 anos

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Isabella Andrade, 17 anos.

Isabella Andrade, 17 anos

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Hanna

Reprimia meus lábios a cada entrada que entrava em mim. Eu não tinha mais força nem de chorar, toda vez que acontecia meu coração doía tanto que o que me restava era me encolher e esperar o tão esperado dia que eles iam me matar. Minha vida era tão mais tranquila..

Inventei de vim para São Paulo, recebi uma proposta de emprego ótima, e como as condições lá de casa não era das mais confortáveis, preferi vim para ajudar minha mãe nas contas de casa e pagar os cheques que ela deve.

Quando eu cheguei aqui, comecei como faxineira, até aí tudo bem. Depois já queriam que eu costurasse, trabalhasse com ferro velho e mais uma caralhada de coisas.

Eu indignada com o tanto de coisa que fazia e recebia tão pouco, preferi juntar minhas coisas e ir pra casa. Foi aí que desandou tudo..

Fui humilhada com palavras, apanhei de um segurança, fui estrupada no mesmo dia. Ainda sim, eu tinha forças, ou tentava ter pela minha mãe, que não sabia de nada e ela por ter problemas cardíacos preferia nem falar nada.

No segundo dia que eu comecei o inferno de novo, já me colocaram em uma van, e me levaram pra outro lugar. Onde tinham mais mulheres e mais seguranças.

A primeira noite foi a pior, e eu nunca vou esquecer da forma que me trataram. Fui estrupada por quatro homens, apanhei de algumas mulheres e ainda tive que chupar o pau nojento do comandante daqui.

Eu fui me acostumando, porque eu ainda tinha minha mãe, ainda tinha de onde tirar forças. Mas eles me tiraram o meu bem mais precioso.

Eu troquei uma das encomendas deles por puro deslize, sem querer mesmo. Numa dessa foram fazer a tal visitinha pra minha mãe. Minha tia estava junto e acabou levando também. Me doeu tanto quando me mostraram a foto delas já desacordadas sabe?

Morri no momento que minha mãe morreu. Eu me culpo tanto, mas tanto que todas as vezes que eu me lembro me dar uma vontade imensa de fazer alguma coisa.

Eu não tenho amigas aqui, algumas matam uma as outras por falarem alguma bobeirinha que não gostem. Eu fico na minha, falo o básico!

Acolho todas que chegam, porque eu não fui acolhida por ninguém, faço o que posso até ela já ir se acostumando, depois abandono e sigo comigo mesma.

Aqui eu nunca vi nenhuma mulher conseguindo fugir, e o pior, a polícia apoia. Na minha cidade polícia era proteção. Aqui é corrupção!

Ainda tem alguns boatos que tem uma firma de homens também, que eles ainda pegam mais duro. Mas pelo menos não tem nenhum vagabundo enfiando o pau dentro de você.

Tirei o cigarro da cartela, acendi o com isqueiro da colega, e comecei a fumar a minha em paz. Pensava nos momentos bons com minha mãe, minha família..

Quando terminei de fumar, levantei porque sabia que tava perto do banho. Juntei a mesma roupa que eu usava quase sempre. Prendi meu cabelo em um coque e entrei em baixo do chuveiro.

A sensação de sempre estar suja é horrível, você não se sente mais bem consigo, é uma caralho de sentimentos ruins.

Sai do banho olhando a outra tentando abortar o filho. Me lembra das inúmeras vezes que eu fiz o mesmo. Botar filho nesse mundo e aqui dentro é furada, tu sofrer é uma coisa. Agora ver uma criança sofrer é de fuder mais o psicológico.

Hanna: Pediu algum bagulho pra abortar?- ela negou- pede amanhã, eles dão.- falei por fim e sai do banheiro, já sendo comida pelos olhos.

Comandante: lanche novo pros seguranças de plantão- entrou com uma menina que tinha uma cara de assustada e toda bronzeada, só o rosto que estava bastante inchado- Tão ligado como vai ser, sem muito mimimi.

Encarei pra de alguma forma tentando passar conforto, era quase impossível mas ela também manteu o contato visual.

Fiquei a madrugada toda esperando ela voltar, nem jantei porque essa história toda me dá nojo. Fiquei fumando e balançando as pernas. Quando ela entrou praticamente imóvel eu olhei ela e abri os braços.

Hanna: Vai ficar tudo bem..- beijei a cabeça dela e fiquei fazendo carinho até ela conseguir tirar uma cochilo.

Deitei ela junto da minha cama e dormi abraçada com ela pra ver se confortava. Acabei pegando no sono junta naquela posição.

No amor & na dor.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora