armas. fogo. tumulto. luto.

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Hanna

Não se passou nem um dia, nem um dia pra invasões começarem. Mas diferente do que achávamos que ia ser. Começou pela penha!

Pelo que eu estava entendendo, era chegar nos aliados para chegar no Rogê. Mas totalmente diferente do que eu achava. Eles querem chegar em mim!!

Na percepção deles, eu que comecei. Eu que comecei toda essa guerra. Eu tinha fotos, eu tinha cartas e tinha dezenas de ameaças no celular.

Meu psicológico só queria uma coisa.

Matar.

Eu quero matar um por um, todos que estão fazendo e que fizeram esse inferno acontecer. Eu não vou sossegar.

Minha ira, minha raiva. Todos esses sentimentos pertubadores me consumiam. Eu não sou a Hanna medrosa, e receiosa pra tomar decisões.

Sou a vitória. Entro na frente de todos que passarem pelo meu caminho. Nesse mundo é eu por eu, não faz sentido querer dar o mundo pra uma pessoa que não seja eu. Afinal vai ser o que vai me restar vai ser minha companhia.

Vilão: vou tentar fazer sua cobertura, sai atirando em quem mirar arma pra você- jogou o fuzil.

Eu estava com um colete, que em todo bolso tinha bombinha. Estava soando frio e correndo contra o tempo.

Hanna: atira em quem entrar. Só quem vai poder entrar é eu ou o Vilão. Fora isso, atira em quem entrar.

Isabella: cadê o Guto vei?

Vilão: as coisas pela cdd também não estão fácil. Esse rádio aqui vocês vão falar se algo sair do controle. Falem só o necessário!- ouvi tiro perto e balancei a cabeça pro Vilão, que estava escutando o rádio da mulher- amor eu também te amo, vou voltar pra você relaxa. Confia no teu maridão tá? Amo vocês.- colocou dentro do colete.

- Ê patrão, tão queimando a boca principal caralho. Tá queimando tudo lá dentro. Tão queimando casa de morador. A rua da minha mãe caralho, tão botando o terror.

Vilão: cadê a tropa batendo de frente cocão?- desci correndo o morro e parando no muro seguinte. Atirei no cara que mirou em mim na laje. Só vi o corpo dele sendo deixado no chão.

Não iríamos dar conta dessa invasão, e eu estava começando a sentir isso. Muita gente pra pouco funcionário, muitos estão na disposição do rogê cara. Estava ficando tudo uma bagunça.

Acabei me perdendo do vilão. Quando virei a rua vi dois me mirando. Apertei os olhos e pensei rápido no que faria, taquei a bombinha que soltou fumaça e atirei saindo dali. Até subir o morro da quadra fechada.

Vendo inúmeros moradores deitados, aquela cena me pegou. Olhei pra onde ia pular, a mãe agarrada com seu bebê que chorava. Muito triste mesmo.

- por favor, somos todos moradores, honestos, todos temos família, filhos pra criar. Eu mesma sou mãe solo de dois, não faz nada com a gente não.

Hanna: tá tudo bem, não vou fazer nada, relaxa. Acalma seu bebê que eu vou tentar garantir a segurança de vocês.- falei ainda tentando pensar, fui levada de surpresa com um tiro de raspão no braço. Tinha esquecido como isso dói, pequepe.

O meu tiro de raspão foi o suficiente pro tumulto, todo mundo correu e eu não estava entendendo, porque claramente era uma bala perdida.

Eles correram pra fora, me carregando, um pisando por cima do outro, algumas crianças acabaram desacordadas e eu me via naquela situação, sem saber o que fazer.

Quando eu mirei no cara que ia pular o muro eu reconheci. E com toda minha raiva, rancor, mágoa. Todos esses sentimentos pertubadores me dominou, fazendo eu atirar diversas vezes.

*****Rogê*****

- serpente tá baleado pela 5, tô sozinho aqui com ele e minha munição tá pouca.

Rogê: vai pra rua 5 blindado, serpente tá baleado- virei pro cafofo que me olhou de relance negando- relaxa, eu me viro por aqui- recarreguei a arma e desci do carro.

Por mais que a bagunça já tinha terminado, eu estava inseguro até de virar a esquina. Matei pf, pm a porra toda. Hoje eu assinei que mesmo se eu for preso, impossível sair com menos de trinta anos. E porra, trinta anos é o restante da minha vida.

Agora não tem volta, vão querer minha cabeça a todo custo. Arrumei uma guerra pra favelas que nem minha é, pra poder pegar um fudido que tá brincando com minha cara.

Sentei na calçada sentindo minha perna latejar muito de dor, o tiro de raspão tá doendo pra porra. E eu que ia ter que me virar pra me cuidar mesmo, postinho não vai dar conta. Foi muita morte, estava mal pelos meus, nessa eu sei quem tava fechado e quem não tava.

Guto: patrão- murmurei dor- tá aonde? Tá bem?

Rogê: tô esperando cafofo voltar pra eu ir pra casa- gemi- tô baleado de raspão só.

Guto: Hanna matou ele.- quase pulei quando ouvi aquela frase. Reconheci o carro que estava vindo e levantei escutando guto me falar como que foi- problema é que ela tá no hospital também, foi pisoteada e acabou desmaiando. Aqui foi doidera.

Rogê: O cara tá morto?

Guto: tá carai, tá na sala do vilão.

Rogê: Jae, depois falo contigo - desliguei e abri a porta revelando o capixaba.- cadê cafofo?

Capixaba: cafofo tá morto.

No amor & na dor.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora