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Hanna

Galego: essa aqui tá boa pra tu?- olhei em volta concordando e forçando um sorriso- os bagulho das compra vai chegar pra tu mais tarde

Hanna: obrigada.

Galego: amanhã tu aparece pela boca, Jae?- concordei e continuei observando a casa- lembra o caminho?

Hanna: acho que sim..

Galego: venho aqui te pegar qualquer coisa- concordei e ele foi andando pra porta- olha pra frente Hanna- forcei um sorriso e sentei no sofá em seguida.

A casa era uma kitnet, bem confortável por sinal, mas eu ia me sentir tão sozinha ali..

Observei o quarto, que era bem lindinho também, coloquei as roupas que eu tinha ganhado no pequeno guarda roupas que tinha, e basicamente não tinha mais nada a se fazer.

A casa tinha tudo, tudo mesmo.

Eu peguei o controle da televisão tentando aprender como se usa, mas a única coisa que eu sabia era colocar no YouTube, e a internet pelo visto não estava instalada.

Fiquei assistindo o sbt mesmo, era o único canal que eu sabia o número.

Poucos minutos depois as compras chegaram, eu ajudei ao menino. Agradeci depois da ajuda e fechei a casa.

Ajeitei tudo do meu jeitinho mesmo, arrumei um short largo e uma blusa grande, tomando banho lavando o cabelo.

Ainda deveria ser umas seis horas da noite, mas como não tinha nada pra fazer, fiz a comida naquele horário mesmo.

Casquei o alho triturando o mesmo, coloquei ele e o Sazón pra dourar na panela e quando já estava bem douradinho joguei o frango.

Fiz um arroz bem temperado, e depois proucurei se tinha batata palha, minha sorte que veio. Tinha tanta coisa que parece que umas quatro pessoas moram aqui.

Fiquei cantando enquanto esperava o arroz cozinhar, roendo minha unha.

Quando ficou pronto eu só coloquei comida no meu prato, sentei na mesa colocando a primeira garfada na boca, eu não aguentei e chorei em seguida.

Minha mãe amava tanto minha comida, impossível não lembrar dela. Fui empurrando a comida depois de chorar, e fiquei prestando atenção em um ponto fixo.

Lavei o prato que eu comi, junto com o copo, passei pano no fogão e fiquei assistindo a novelinha da sbt que passava.

Acabei cochilando ali um pouco, acordei só com uma batida, no susto eu levantei rápido, depois eu fui percebendo aonde estava.. não sabia se era aqui ou na rua, porém eu levantei.

A moto começou a buzinar e a testa de alguém apareceu por cima do portão, não sabia quem era pelo escuro.

Hanna: é quem?- sem querer minha voz saiu trêmula.

Rogê: abre aqui- a voz alta e grossa dele se manisfestou e eu neguei com a cabeça.

Hanna: pra que?- continuei imóvel.

Rogê: abre aqui Hanna- falou um pouco mais baixo, eu andei pra dentro da casa tirando a chave da porta e indo abrir o portão.

Hanna: que foi?- falei colocando só minha cabeça pra fora do portão.

Rogê: vai me deixar na chuva?

Hanna: chuvisquinho de nada- ele me encarou e eu dei um sorriso leve- esqueceu de me explicar alguma coisa?

Rogê: desenrolei um celular pra você, não dá pra tu trabalhar pra mim sem- jogou a caixa de um iPhone, se fosse a uns anos atrás eu ia ficar doida.

Hanna: pra que?

Rogê: já te expliquei- falou mexendo nas panelas tampadas e eu olhando pra ele com a maior cara de tola.

Hanna: costuma entrar assim na casas dos outros?

Rogê: costuma não oferecer nada pra visita?- abriu os armários e eu respirei fundo.

Hanna: você é abusado- resmunguei pra mim abrindo a caixa de celular- beleza, comprou um celular e não um chip.

Rogê: esqueci dessa parada..- sentou na mesa com o prato.

Hanna: tudo bem, obrigada- agradeci depois de um tempo- e eu vou fazer o que?

Rogê: amanhã te explico as paradas certinha.- deu duas garfadas de vez e me encarou- Sabe dirigir?

Hanna: o básico.

Rogê: tem carteira?- olhei pra ele meio óbvia- vou descolar esse bagulho de documentos amanhã ainda.

Hanna: você não vai me fazer dirigir aqueles caminhões de droga não né?- perguntei pensativa, fazendo ele rir pelo nariz.

Rogê: fiquei maluco ainda não- começou a mexer no celular dele.

Eu figurei o celular rapidinho, tentei ver se eu recuperava meu Instagram, mas eu nem lembrava minha senha mais..

Criei outro Instagram, e comecei a seguir a vida de alguns famosos pra eu me distrair. Quando enjoei fiquei olhando pra ele meio óbvia, pra ele entender que já estava na hora dele ir.

Hanna: A Isa tá bem?

Rogê: tá, amanhã tem alta. Amanhã mando um colega te ajudar nos bagulhos dos documentos Jae?- concordei e ele fez com que fosse lavar o prato, não recusei não- faleu hanna.- me olhou sério.

Fechei o portão sentindo meu corpo todo arrepiar, foi estranhamente estranho.

Hanna: tá repreendido- falei baixo comigo e tranquei o portão, em seguida trancando a porta- a noite vai ser longa..- respirei fundo sentindo meu nariz arder.

No amor & na dor.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora