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Rogê

Odiava, odiava muito quando as coisas não saiam da forma que eu planejava. Era uma missão que estava fácil demais pra ser verdade, e eu estava puto, pelo fato de sempre está a um passo a frente. Isso não abala só a porra do plano todo como o meu ego também.

Ajudei a Hanna a subir no helicóptero antes de mim, e subi atrás dela. O guto foi na frente com o piloto, a mão da Hanna apertava a minha, estava até suando. Olhei pra ela na hora que fez cara de choro.

Hanna: eu tenho medo- falou no meu ouvido. Coloquei outra mão por cima da dela e fiquei fazendo carinho pra tranquilar ela.

A viajem foi menos que uma duas horas. Já estava prevendo o tamanho da pica que eu ia ter que segurar. Entrei no carro com o Guto no comando, pensando em forma de não perder a cabeça.

Quando entramos na favela, ainda tinha movimento, mas estava menos que o normal. Paramos direto na boca principal, no alto do morro mesmo. Desci com a Hanna veio atrás, tentando acompanhar meus passos por ser pequena demais.

Antes de entrar pra sala o meu celular que não parava de vibrar no meu bolso tinha várias chamadas perdidas do Russo. Retornei sua última chamada, não atendida eu entrei na minha sala, e ele estava ali sentado.

Russo; teu soldado vai ter que cair, e vai cair hoje, se você não fizer quem vai fazer vai ser eu. Galego, teu gerente mano, gente agindo de má fé pelo comando, de baixo do seu nariz e você se fazendo de cego irmão? Tá até de marola com nós parceiro, que tá colocando nosso na reta pra te ajudar.

Rogê: o que o mano fez?

Russo: fora que tá cortando toda verba da boca que tá gerenciando, tá agindo de má fé sim. Tu acha que o menor lá descobriu com que informante?

Rogê: como que tu prova isso? Não dá pra chegar aqui e vim cheio de suposição caralho.

Russo: telegram, se comunicando pelo telegram com um tal de Ryan, que caralho de garoto que nós estávamos atrás? Aqui, passando todas as informações- ligou o computador comprovando, não tava no nome dele mas o número eu tava ligado que é o que ele usa quando não tá com o normal.

Rogê: filho da puta- respirei fundo e apertei a mão pra não encher ele de porrada.

Russo: o que me deixou mais cismado nele, foi o fato de não tá a disposição quando a facção mencionou. E sabe por que? porque o próprio dono dessa porra aqui não tava vendo que ele estava roubando nesse caralho. Tá sabendo administrar a firma não pô? Se não tiver tu fala que nós negocia pra outro.

Rogê: tô até o pescoço de problema, não vem querer causar uma revolta entre eu e você não irmão. Esse filha da puta vai pagar, mas não vem pagando de palestrinha pro meu lado, essa porra toda aqui tá no meu nome, e eu tô pouco me fudendo pra facção. Tirar isso de mim vocês não vão. Chega aqui pra me ameaçar mais uma vez em  tirar a minha favela pra você ver.

Russo: deixa na minha condição de pegar ele?- falou quando eu ia sair.

Rogê; não entendo essa ficção na dele. Enfim, faz o que quiser, só deixa vivo pra mim.

Bati a porta e puxei a Hanna pelo braço e entrei na sala que tinha duas portas, quando entrei já estava todos em pé me esperando.

Rogê: dei oportunidade a cada um que tá aqui, quando estavam mais precisando eu mandei o papo de como funcionava. Coloquei confiança em vocês, só trabalha pra mim quem eu confio. E a partir do momento em que um quebra a minha desconfiança o que acontece, guto?

Guto: todos pagam.

Rogê: Eu espero estar depositando minha confiança certo, por que se eu desconfiar que tão tramando ou fazendo algo de má fé pro meu lado. Não tem vez, x9 não tem vez, vai ser a pior tortura da sua vida, e se vacilar muito roda até familiar.

Olhava pro olhar de todos, qualquer um que vacilasse no olhar, ia rodar aqui mesmo.

Rogê: Não preciso dizer que eu estou a um passo a frente de tudo, eu sei a rotina de cada um familiar.- olhei pra Hanna do meu lado com o olhar duro, e seria com os braços cruzados- A favela tá em alerta, a qualquer momento pode ser invadida. Eu quero todos os lucros das bocas aqui, todo faturamento semanal eu quero na minha minha mesa que quem vai contar essa porra a partir de hoje sou eu. Aos gerentes, tô dando a confiança de trazer certinho, se vim vacilando com contabilidade errada quem vai levar vai ser você. E se desconfiarem que alguém também está de má fé, fala comigo que eu resolvo, e se eu souber que não fui acionado vai dar por gerente e pra quem vacilou. Entenderam?- fui correspondido por um "sim" e voltei ao assunto do comandante.- máximo reforço na frente da favela, quero proteção de ponta a ponta, fiz a escala e depois vocês vêem o guto. Fiquem ligados, qualquer sinal estranho eu quero estar a pá de tudo.- balancei a cabeça e sai da sala.

Tinha outras mil picas pra fazer, mas se eu não tomasse banho pelo menos por uns cinco minutos eu ia cair duro, papo reto mesmo.

Rogê: você, Isabella e o Gustavo vão pra uma casa na penha, vão ficar lá até as coisas se acalmarem- entrei no carro e ela respirou fundo.

Hanna: caramba, sua vida é muito doida.

Rogê: você não imagina o quanto- parei na casa dela, e observando a segurança máxima mesmo- Obrigada Hanna, você foi ótima.

Hanna: nada, precisar tamo aí- saiu carro batendo a porta- foi mal.

Rogê: chama a Isabela lá pra mim.

Hanna: eles estão na sua casa- buzinei e acelerei pro meu barraco.

Deixei o carro na frente, jogando a chave pra cafofo. Entrei em casa com uma quantidade de mala e não entendendo nada.

Rogê: Isabela que tanto de mala é essa, é papo de uma semana só- passei pela cozinha e entrei pra sala quase mudando de cor.

Isabela: surpresaa- falou sem humor e eu cruzei os braços. Se mexer mais a bosta começa a feder sim.

Rogê: o que vocês estão fazendo aqui?

Laura: a gente tem muito o que conversar!

No amor & na dor.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora