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Hanna

O velório estava nitidamente doloroso pra cada um que estava ali. Mas especialmente pro Guto, ele tava tão feliz ontem sabe, muito ruim essa sensação do luto.

Fiz massagem nas costas dele em forma de consolo e o abracei.

Hanna: sinto muito mesmo- ele chorou no meu colo, e eu chorei também porque estava emotiva.

Os dias seguintes foram conturbadores, não só porque agora tenho que ficar dando inúmeras explicações para a polícia, mas minha mente estava bastante confusa também.

Laura: melissa aqui não tem empregada não, levanta a bunda daí.

Melissa: mulher esquece o meu nome um pouco, enche meu saco o tempo todo. Não te aguento mais.

Laura: é o que meo? O que tá pegando, quer meter o louco aqui mesmo? Quem perde é você palhaça.

Isabela: elas são muito chata, não aguento mais- sentou do meu lado com o pãozinho dela e eu ri.

Hanna: tá acabando amiga.

Gabriel: vou fazer cabelo de uma moça aqui de baixo, depois vou ver o sagaz.

Isabela: se assumem logo.

Gabriel: e quem disse que a gente não é assumido?

Hanna: assumidos em uma relação que só vocês sabem.

Gabriel: mas se a relação é nossa porquê que teríamos que assumir sendo que é a gente que vive?

Isabela: você não tem nem muita moral pra falar disso Hanna Vitória.

Gabriel: não avisa ela não- brincou e deixou o copo na pia- amo vocês.

Hanna: te odeio- falei concentrada em desfazer as trancinhas do meu cabelo.- tô te esperando pra você fazer minha escova.

Gabriel: espere deitada então.

Fiquei a tarde toda vagabundando, e conversando com a Isa. Não consegui trocar muito papo com a Laura e melissa, elas são mais fechadas. Eu até tentei puxar um assunto outro dia no almoço, mas elas passam uma vibe duvidosa.

Pouco mais tarde eu tinha que ir na boca, o Guto estava na minha disposição, mas deixei ele quietinho mesmo, a boca não demorava dali. O rogê até dispensou ele, mas ele falou que preferia trabalhar.

Entrei na boca entrando com o carro dentro da loja e tirei todas as armas que eu tinha. Não queria ser criminosa, até porque eu nem sei ser. E também o armamento era todo dele, uma hora eu tinha que devolver.

Vilão: a polícia te acionou?

Hanna: não, já dei todo meu depoimento. Agora o que eles quiserem responder é com a advogada.

Vilão: certinha. Tu é braba loira. Comando te agradece.

Hanna: nada. Precisar tamo aí, já viu que eu sou perigosa né.

Dentinho: valeu perigosa- bateu na minha mão e eu sorri.

Apertei a mão de todos, e do rogê. Fazia bastante tempo que não via ele. E confesso que já estava respirando até melhor.

Vilão: liberei a rua de baixo pro baile de comemoração, brota lá hoje. Nem só de problema vive o homem.- dei risada e concordei.

Rogê: vou tentar da um pulo aqui também, tu vai?- me encarou.

Hanna: quem sabe.

Não demorei ali e voltei pra casa acompanhada do rogê. Estava sim um clima estranho entre nós, e isso me deixava estranha.

Hanna: acho que você deveria fazer algum programa com a Melissa. Ela briga muito com a mãe, e a Laura parece que não tem muito controle sobre ela também.

Rogê: tô adiantando esse papo, melissa é muito complicada.

Hanna: não acho que seja isso. Acho que ela só sente falta de um amor paterno. Desde que você chegou você não sentou momento nenhum pra perguntar como ela estava. Tô errada?

Rogê: tá ligada que com essa bagunça- concordei.

Hanna: já faz uma semana que essa bagunça passou. Rever suas prioridades e conversa com ela. Segunda é a mudança, você tem tempo, não faz ela te rejeitar não, vai ser doloroso pra você.

Rogê: tô ligado.

Hanna: espero que esteja mesmo.

No amor & na dor.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora