Capítulo 35

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Pov Helena

Me pergunto como a minha vida mudou tanto , em um minuto eu tinha um namorado que me amava ou pelo menos eu achava que amava , um trabalho que eu gostava apesar de uns problemas aqui e ali e finalmente eu tinha me livrado da minha mãe e padrasto , pelo menos foi o que eu pensei .

Agora eu estou com frio , com fome , com sede , com dor e sozinha a não ser por um cara que não fala a minha língua deitado em uma poça do próprio sangue que só faz aumentar cada dia mais , acho que eu não poderia estar pior .

Eu fui deixada pelo meu namorado ou melhor esculaxada , chamada de vadia pelo mesmo , descobri que ele só queria me comer e o que vivemos não passava de uma brincadeira para ele . Passei messes sofrendo , desenvolvi ansiedade e baixa autoestima . Antes eu me achava linda uma completa leoa e gostosa agora eu sou só uma sombra da garota que eu já fui .

Eu fui literalmente vendida pela minha mãe pra pagar as dívidas do meu padrasto , eu não tinha nada haver com isso mais fui envolvida e agora faz dias que estou jogada em uma cela num buraco escuro esperando que o meu " dono " tenha tempo de vir se divertir com o meu corpo e destruir o que resta de mim me tornando só uma casca do que sobrou da Helena que um dia eu já fui  .

Eu estou morrendo de medo , não tenho esperanças nem sonhos de sair daqui pois para isso seria necessário ter alguém que se inportase comigo , é claro que eu tenho a Mel mais ela não tem poder de me ajudar eu fui vendida para um mafioso .

Penso na ironia da minha vida eu fui descartada como lixo por um mafioso que apesar de tudo eu percebo ainda amar e fui dada a outro mafioso por pessoas que eu só posso odiar , amor e ódio opostos e ainda assim tão próximos pois um não pode existir sem o outro .

Paro de pensar um pouco quando escuto a porta do buraco onde me encontro abrir em seguida as grades de uma cela que graças a dio não é minha e então o som de algo caindo no chão ou melhor uma pessoa sengo jogada no chão , ergo só os olhos da posição que eu estou sentada no chão com os joelhos contra o peito e olho para a outra cela e posso ver uma mulher bonita de cabelos cacheado todo bagunçado estendida em cima de um cobertor velho .

Em minha infinita curiosidade não posso deixar de me perguntar o por que de ela estar aqui , eu normalmente passo meu tempo quando não estou desmaia por falta de comida e pressão baixa imaginando o por que de meus carcereiros tanto torturarem meu vizinho de cela , será que o punem por algo que fez ? Ou será que ele tem alguma informação que eles queiram ? , eu não gostaria de estar na pele dele mais também não quero estar na minha no final eu só queria estar trabalhando na lanchonete que me enpregou depois que deixei a boate de Henrico ou vendo uma aula chata mais produtiva na faculdade de moda que comecei a alguns meses , até estar nos braços de um homem que só quer me foder e  brincar com os meus sentimentos é melhor do que isso .

Passo tempo voando em pensamentos até que escuto um gemido e a mulher resem chegada se levanta olha em volta e fala alguma coisa em uma língua desconhecida pra mim o maldito inglês volta a me atazanar , eu levanto a cabeça de vagar e a olho cabisbaixa . O homem Mathias nome que eu aprendi ouvindo os nossos carcereiros chamarem começa a conversar com a recem chegada em uma língua que eu nunca ouvi mais no meio da conversa deles a mulher fala um nome que eu conheço Drago Reali .

" Casa " de toda a conversa dos mais velhos essa foi uma das poucas palavras que entendi antes de a morena falar no primo chato do Henrico isso é muita conhecidencia , será que ela é a tal mulher que o Drago comprou e que deixava o Henrico bravo pela forma como o primo tratava uma pobre mulher inocente ? Não sei , mais espero que não ela parece ser uma pessoa boa .

Eles falaram e falaram e de vez em quando eu ouvia uma palavra conhecida mais como eu não sei que língua eles falam talvez pra eles não tenha a mesma equivalência linguística o que era muito frustrante mas parece que eles se deram bem , em um determinado momento posso ver a mulher apontar pra mim e o homem dizer alguma coisa que aparentemente ela não gostou pois deu a ele um olhar assustador que eu não gostaria de ter direcionado a minha pobre pessoa ele tentou dar de ombros mais gemeu de dor mais não me importo com o que ele fale ou pense de mim esse tipo de coisa não me importa mais .

- Oi eu sou a Luz qual o seu nome ? - a mulher me olha diretamente falando um italiano lento como se estivese pesando as palavras como se não tivesse segurança em pronuncia-las , levanto minha cabeça e olho em seu rosto o vendo direito e me surpreendendo por ela ser mais bonita do que eu tinha achado .

- Helena .

- Sei que está com medo e eu sinto muito .

- A senhora não sabe como é .

- Sei sim a alguns meses eu estive na mesma situação que você mais o meu tormento começou logo que eu cheguei .

- Sinto muito por você também - possivelmente a mulher pela qual Henrico se queixava é realmente ela .

Nós sorrimos meio sem graça uma pra outra e ela me fita com seus belos olhos cheios de pena , realmente estou em uma situação deplorável a pena é bem aceitável nesse poço sem fundo que minha vida se tornou , Luz leva um susto quando Mathias fala novamente e então eles voltam a seu diálogo em língua estrangeira e eu abaixo novamente minha cabeça até que  escuto a porta abrir de novo e um homem entra trazendo pratos para Luz e Mathias .

Ele me deixa um copo com um pouco de água eu me aproximo devagar pela fraqueza que sinto em todo o meu corpo e viro o recipiente na minha boca sem nem olhar pois sei que se o fizer a água suja que eu estou bebendo vai voltar pela garganta e eu não terei mais nada pra beber até amanhã , Luz cheira o prato e corre para o balde vomitando então ela passa o prato para Mathias que o devolve a ela e ela o empurra de volta e acaricia a própria barriga , aparentemente ela está grávida.

O mais velho a olha e então empurra pra mim o prato dela por baixo das grades que nós separam eu olho pra ele e ele acena com a cabeça pra mim que me aproximo pegando o prato e comendo o que quer que seja aquilo em desespero me escondendo nas sombras da minha cela para que eles me vejam o menos possível.

Estava tão consentrada no que estava enfiando na boca que levo um susto quando a Luz começa a rir que nem uma hiena do nada e depois de uma breve troca de palavras o homem todo ferrado na cela ao lado começa a rir que nem louco também me deixando toda confusa

- Do que estão rindo ? - pergumto confusa pela bipolaridade e loucura desses dois .

- De uma piada que envolve o nosso país .

- E eu posso saber ? .

- Claro querida , estamos rindo por que não temos liberdade e hoje é sete de Setembro que é a data que o nosso país proclamou independência , ou seja liberdade .

- Nossa - fasso cara de chocada - vocês são loucos por rir de uma coisa dessa .

Ela traduz o que eu disse para Mathias e eles começam a rir de novo , malucos espero que não seja contagioso .

- Nós sabemos -ela me responde ainda no meio das risadas o que faz nascer um pequeno sorriso no meu rosto por ver que mesmo em uma cituação tão ruim ela ainda consegue se manter positiva mais esse breve sorriso logo some quando a porta range proclamando a vinda de mais alguém nos fazendo ficar em silêncio enquanto os passos chegam cada vez mais perto .

Por tudo que é mais sagrado espero que não tenha chegado a minha hora ainda .

Série Mafiosos : O Ceifeiro Livro IIWhere stories live. Discover now