Capítulo 24

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Theo

Quando os gemidos da Scarlett pararam, eu conscientemente também parei os meus movimentos, parecia até que ela estava me conduzindo nos meus atos. Ela estava agora...chu...chupando o senhor Mark, eu não consegui olhar aquilo, na verdade, me prendi na forma das expressões faciais que ele estava fazendo, eram expressões de satisfação. O Senhor Aideon estava só olhando, mas parecia que ele estava passando pelo que eu estava, a segundos atrás passando, as mãos dele estavam fechadas em punhos, como se estivesse se controlando. Mas depois ele se agachou e ficou fazendo movimentos que eu preferi não olhar. As expressões no rosto do senhor Mark eram curiosas.

Será que eu também ficava daquele jeito quando ela fazia aquilo em mim? Porque ele parecia estar gostando muito, e eu também gostava muito. Me peguei pensando na alcunha que a Scarlett tem na universidade. As pessoas a tratam por lasciva (Sexual, indecente, imoral, perversa, luxuriosa, prazerosa). Era dito, que a Scarlett tem um controle incrível sobre as pessoas, que não era muito difícil para ela se quisesse ter alguma coisa com alguém. As pessoas a tratavam assim, lasciva, simplesmente lasciva e agora...agora eu podia afirmar com isso.

Eu ajeitei a minha roupa e quando o senhor Aideon estava se preparando para a penetrar por trás eu me levantei. Já tinha atingido o meu limite daquilo. Quando eu saí, pela porta traseira, eu não sabia aonde ir, não tinha muita vontade de ir para casa, a minha cabeça estava doendo, eu liguei o Google Maps e procurei a minha localização, eu não sabia bem aonde a gente estava, embora eu tivesse crescido aqui, ainda haviam cantos da cidade que eu desconhecia, foi por isso que eu não reconheci o local quando chegamos.

Eu fiquei andando sem paradeiro durante uns prováveis cinco minutos, por sorte encontrei a paragem de ônibus e sentei lá, esperando por um. Estava submerso nos meus pensamentos sobre essa noite, eu não devia ter gostado daquilo...não eu não devia, o que anda acontecendo comigo ultimamente? Aonde eu tinha a cabeça?

Aquela situação simplesmente me deixou irritado, eu estava chateado comigo por ter gostado de ver a garota que eu...a Scarlett fazendo aquelas coisas com duas pessoas, os nossos chefes.

— Porra! – Eu xinguei a mim mesmo com um gesto brusco e o moço que estava do outro lado me olhou estranho, mas logo voltou a atenção ao celular. Eu suspirei tirando os óculos e passando as mãos pelo rosto, e nesse exato momento o meu celular vibrou, era uma mensagem.

— Olá, boa noite? Espero não estar incomodando.

Eu olhei sem entender para a tela, era um número estranho.

— Desculpe, quem é? - Eu respondi.

— A Maya. - Ela respondeu com um emoji sorrindo.

Maya? Que Maya?

Como se ela tivesse lido o meu pensamento ela mandou outra mensagem.

— Do dia em que você e a Scarlett foram no bar a convite da Anais, eu sou vossa colega também.

Ah, ela.

— Tecnicamente, não é, nós não trabalhamos lá de verdade, é um estágio. - Respondi e rapidamente a resposta veio.

— Ah, isso, me desculpe por aquela noite, eu não estava muito bem.

— E dá vez que você estava implicando com a Anais no refeitório?

— São águas passadas, e eu até já me desculpei com ela.

Eu sabia, que ela provavelmente estava mentindo.

— Mas você gostou de me conhecer. - Ela mandou em seguida. — Você me passou o seu número.

Bom, eu estava só sendo simpático na verdade.

— Sim...- Respondi.

— Como vai a sua noite?

— Nada boa.

Ela mandou um emoji triste.

— Um cara tão bonito como você também tem noites tristes?

Aquilo me fez rir.

— O que uma coisa tem a ver com outra? - Perguntei.

— Caras bonitos não devem ter noites desagradáveis.

— Beleza é só um fator. - Respondi. — Não tem nada haver. O sofrimento dos humanos na terra é consequência dos nossos pecados.

— Nossa, sua noite deve ter sido muito horrível, está até me dando um sermão.

Aquilo me fez rir também.

— Sua noite deve estar sendo péssima também, visto só se apercebeu agora que tinha o meu número.

Ela demorou um pouco para dar uma resposta.

— Não, eu simplesmente estava guardando o melhor para o fim. Talvez eu até consiga animar a sua noite.

— Duvido. - Respondeu.

— Se eu conseguir você vai me dar uma oportunidade de ser sua amiga?

Pensei por um pouco.

— Não vejo porque não.

— Ok. - Ela respondeu. — O que a galinha falou para o pintinho?

Eu ri.

— Não sei. - Respondi.

— Não quero ouvir nem um pio.

Eu ri envergonhado por ela, aquilo foi horrível.

— Consegui fazer você sorrir?

— De dó.

Ela mandou emojis de risos.

— Mas foi sorrir. - Ela respondeu. — Você agora é oficialmente, meu amigo.

Eu olhei para a mensagem durante algum tempo, eu, na verdade não tinha amigos, amigas...não sabia explicar se a Scarlett era minha amiga, ela era? Eu honestamente não sabia, porque se fosse, eu tinha que afirmar que era uma amizade estranha.

— Oi? - Ela mandou outra mensagem.

— Sim. - Eu respondi.

— E então?

— Essa piada foi horrível, só aceito se você tentar outra.

Ela demorou algum tempo e o ônibus chegou, eu e o moço no celular rapidamente subimos, ele não estava tão cheio, quando me sentei eu já tinha recebido a resposta da Maya.

— O que a frigideira disse para o ovo?

— Não sei.

— Eu vou te fritar, mas não gema.

Eu não consegui comprimir o riso audível que saiu da minha garganta, parecia que a cada momento aquilo só ficava pior, eu estava rindo do quão péssima ela era naquilo, mas eu sabia que era errado.

Ela mandou outra mensagem.

— O que é o que é que a banana falou para o tomate? Eu que tiro a roupa e você é quem fica vermelho?

Eu estava rindo demais e as pessoas no ônibus me olhavam como se eu fosse um louco.

E ela mandou outra.

— Por que a Coca-Cola e a Fanta se dão muito bem? - Ela nem esperou uma resposta dessa vez. Porque se a Fanta quebra, a Coca-Cola!

— Tudo bem, tudo bem, você conseguiu, eu sou seu amigo agora. - Eu consegui escrever.

Não pode ser assim tão mau, né?

Simplesmente LascivaWhere stories live. Discover now