Capítulo 46

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Scarlett

Eu ri internamente por ter conseguido, não imaginei que fosse ser algo tão simples. Mas fiz os máximos dos possíveis para não transparecer absolutamente nada. Embora tecnicamente ao me submeter a ele, eu estava tecnicamente dizendo a ele que queria que ele me dominasse. Literalmente, eu só implantei a minha ideia na cabeça dele, embora ele realmente já estivesse cogitando.

Explicando isso, Jack Brehm criou a psicologia reversa, ela é um jogo de paradoxos, quando um indivíduo que deseja conquistar algo de alguém, fala e age de modo contrário as suas intenções, confundindo a "pessoa-alvo" e levando-a a fazer exatamente aquilo que o persuasor deseja. Oque eu fiz não foi exatamente isso, mas também é uma forma, não foram necessárias palavras contraditórias para que o Theo fizesse o que eu queria que ele fizesse, foi só agir assim, mostrando a ele a minha submissão, eu estou dando a ele o poder de me dominar, mas não deixo de estar no controle.

O Theo tinha uma capacidade de raciocínio bem rápido, era só uma questão de tempo a ele se aperceber o que eu fiz, se...é que já não o tinha notado.

— Claro...como desejar. - Falei por fim. — Quer que eu faça alguma coisa? - Falei e ele sorriu presunçosamente, deu um passo na minha direção e se agachou deixando os nossos rostos no mesmo nível, ele semicerrou os olhos e mordeu o lábio inferior.

— Primeiro. - Começou. — Que você não volte a usar psicologia reversa em mim. - Ele sussurrou.

Ah, claro que ele notou.

— Como é que você pode achar que está no controle? - Perguntou franzindo o cenho, mas a expressão presunçosa continuava lá. — Não consegue ver o que fez, não é?

Eu olhei para ele de maneira desafiadora.

— Se eu já previ que você ia descobrir de tudo, tem a certeza que isso não me deixa no controle?

— Deixa? - Perguntou e eu podia claramente sentir o sarcasmo e eu dei de ombros.

— Se você quiser acreditar que não, isso só vai provar o quão certa eu estou. - Falei e ele olhou para mim como se eu fosse de facto o demônio reencarnado.

— Qual a finalidade de você se submeter a mim se não quer abdicar do poder?

Eu sorri.

— É simplesmente prazeroso.

Ele riu e revirou os olhos abanando a cabeça.

— Está me dizendo que você tem noção de tudo que vai acontecer aqui?

Aquiesci.

— E o facto de você ter noção deixa você no controle das coisas?

— Tecnicamente... - dei de ombros. — Conhecimento é poder.

—Tenho a máxima certeza que Francis Bacon não estava se referindo a esse tipo de conhecimento quando disse essa frase. - Falou mostrando um pouquinho de impaciência e eu não podia negar, eu estava me divertindo com aquilo.

— Como quiser.

— Me diga...- Ele começou. — O que você supõe que vai acontecer, visto que já sabe?

Sorri avidamente.

— Você vai fazer de tudo para provar que estou errada e que é você quem está no controle de tudo, vai começar me castigando com algum tipo de punição até eu literalmente implorar para que você pare, acredito que nessa sua tentativa de castigo vai também me provocar e fazer com que eu necessite intensamente de você dentro de mim, como se o seu pau fosse o motivo de eu continuar respirando. - Falei rapidamente. — Depois de conseguir alimentar todo o seu ego de volta, vai me comer da maneira mais porca...dura...bruta...e gostosa que você conhece, terminando como o dominador da história toda. - Terminei com um sorriso amplo no rosto e ele suspirou com os dentes expostos, eu não sabia de dizer se cheguei a dizer taxativamente os seus passos ou longe daquilo.

Simplesmente LascivaWhere stories live. Discover now